Megu
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    Uma eterna aprendiz da vida e um poço de curiosidade. Fascinada por seres humanos.

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    BMQMNQ #1 – Kuzu no Honkai vs Velvet Kiss | Fragilidade dos Laços Humanos

    He~ya! Como vão, suckitos e suckitas? Espero que bem, senão a coisa só vai ficar pior. Rs Vou ser sincera, o tema de hoje não é dos mais fáceis e divertidos de conversar. Mas~ Vamos tentar levar o papo numa boa, ok?

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    Velvet Kiss | Primeiro Gole
    Kuzu no Honkai – ANIME | Primeiro Gole
    BMQMNQ #0 – Kuzu no Honkai vs Velvet Kiss | Solidão

    Primeiramente, quero fazer um parênteses e agradecer nosso(a) primeiro(a) colaborador(a), SK! (Anonimato first, como prometi u-u) Muito obrigada pela sugestão e pelo incentivo, dear. Irei pensar no que comentar a respeito.

    Feitos os devidos agradecimentos, vamos seguir adiante.

    Pela lógica, achei melhor trazer alguns temas que aparecem no Velvet Kiss e ir montando uma vibe “pré-Kuzo” para depois completar – pela minha agilidade com animes parece que vai rolar uma “meio-Kuzo” e “pós-Kuzo” haha. Eis que, reli com mais calma o mangá esses dias pra refrescar a memória. (Olha, refresquinho pro ceis. Tenderam? Refresco, suco. Nham. Melhor deixar quieto :v)

    Não vou me ater ao mérito de enredo, as demasiadas cenas de sexo e afins rs (Apesar dos pesares é uma leitura que recomendo, viu? Além da arte de traços lindos e delicados, a história tem uma sensibilidade que curto. Agora, aqui é minha opinião pessoal. Se quiser algo mais imparcial, dá uma olhada no Primeiro Gole do Suco.)

    Kanoko (Imagem Divulgação)

    Como o título sugere, queria falar um pouco sobre as relações humanas. O mangá traz questões bem atuais nesse sentido.

    Apenas para contextualizar para quem não leu: a história segue o protagonista Nitta(-san), que acabada contraindo uma dívida e é praticamente obrigado a ser “amigo” de uma bela (e rica) jovem chamada Kanoko (Kano-san).

    Para além de estereótipos referentes a riqueza e classes sociais, particularmente muito presentes em mangás (em especial, shoujos), o enredo – apesar de se desenrolar lentamente – suscita de modo sutil a reflexão.

    É possível observar como as relações estabelecidas entre os personagens são baseadas em algum interesse, principalmente no que diz respeito ao dinheiro. Dessa forma, é visível como elas são superficiais e, consequentemente, frágeis – quando se perde o interesse, a ligação se quebra. Eis que eles tentam preencher tal ‘vazio’ com prazeres imediatos: compras, gastos excessivos, festas, sexo, dentre outros – o último sendo, sem dúvidas, o mais enfatizado.

    Nesse sentido, Nitta aparece como contraponto à vida luxuosa de Kano. Por um instante – ou vários capítulos – ele é ludibriado por sua beleza, tanto da jovem quanto de sua vida. No entanto, para além da irritação com sua infantilidade e caprichos, também passa a ver o outro lado da moeda. (Riqueza, moeda… Tenderam? Ok. Parei.)

    Nitta e Kanoko (Imagem Divulgação)

    Nitta na condição de um cara comum torna possível o vínculo com o leitor. Ele é o típico cara esforçado que se dá mal na vida. E, quando se dá bem… Er, tem que suspeitar rs (Tipo eu, cof.) Nisso, podemos ver a vida e as dificuldades que ambos passam. E, ironicamente, eles apenas vêem a se entender quando estão no fundo do poço. Quando, no auge do respectivo desespero e solidão, finalmente aceitam sua condição humana falha e abrem seu coração.

    Tudo isso para chegarmos ao main topic:

    “ – O que está acontecendo com as relações humanas, afinal? ”

    Esse é um assunto complexo, sem dúvidas. Então vou me limitar a fazer algumas reflexões com base nos elementos que dei até então.

    Sinto que com o passar do tempo alguns valores estão se perdendo, ou mesmo, modificando-se. Antes, a valorização e prestígio eram principalmente baseados em princípios morais, códigos de conduta e ideais de o que prezar – um ciclo especialmente voltado para a família de laços sanguíneos, a sociedade e a imagem que a mesma tinha.

    Entretanto, a sociedade mudou. E, consequentemente, as relações se transformaram – invertendo um pouco o enfoque e voltando-se para o indivíduo e não o núcleo familiar. Não vou qualificar em bom ou mal (não sou fã de maniqueísmo rs), apenas quero enfatizar que ela sofreu grandes modificações. E, tendo isso em mente, não podemos deixar de destacar o importante papel que a Internet teve.

    Retomando os elementos família, imagem e sociedade. Vou separar por tópicos minhas considerações acerca deles.

    Família: expansão dos moldes tradicionais

    Admito que sou uma pessoa antiquada. Porém, nesse aspecto, fico muito feliz em ser partidária das novas concepções de família que tem se constituído ultimamente. Para não gerar polêmicas demasiadas, vou deixar meu comentário mais superficial mesmo. (Sim, estou fazendo isso de modo proposital pois sei que a questão esbarra na crença de cada um. E, assim sendo, não cabe a mim julgar o que é certo ou errado. Acredito que cada um tem sua própria verdade, mas que reflexões e críticas são sempre bem vindas e construtivas.)

    Atualmente, ainda mais com o advento da Internet e afins, as relações de modo geral se tornaram mais virtuais e distantes – tanto no sentido figurado quanto “factível”. Tal ocorre pois houve uma modificação no modo de se relacionar das pessoas. Agora, o meio virtual exerce significativa influência. Por vezes, sendo o único meio de relação das pessoas.

    Não vou me estender no embate, real-virtual. Apenas direi que é importante lembrar como ele repercute no âmbito familiar – entendendo-se como família de forma mais ampla possível, não se limitando a relações sanguíneas. Afinal, por vezes temos uma maior proximidade com amigos do que nossos próprios parentes. É isso, essa aglomeração de pessoas queridas que possuem uma consideração e um afeto mútuo, que denomino de família.

    A inserção da Internet como principal mediador nos permite refletir (ironicamente): quais relações são reais?

    O que nos leva ao segundo tópico, imagem.

    Imagem: a máscara que vestimos para o mundo

    Digo, “mundo” pois tenho em mente que existem vários espaços dentro – e fora – dele. Por isso, entendam e adaptem da forma que melhor convir.

    Na psicologia analítica, ramo que sou bem fã, eles denominam de persona o arquétipo das relações sociais. O termo vem das máscaras greco-romanas, que eram utilizadas no teatro da antiguidade. Particularmente, gosto da alegoria e da imagem que trazem consigo. Em suma, a persona são as diferentes máscaras que vestimos para nos relacionar em diferentes contextos e situações.

    Atrelado a esse conceito está muito presente a questão da imagem. Como nos empenhamos em construí-la – uns mais outros menos – e de que forma a utilizamos. Também há muitas implicações de se ter e manter uma imagem. A Internet e redes sociais que o digam, sendo que hoje em dia são as principais ferramentas para a construção e manutenção de uma ou mais imagens.

    Por vezes, o que os outros pensam ou curtem – aí fica a ambiguidade do termo – passa a ter mais valor que a essência do próprio indivíduo. As pessoas passam a funcionar em uma lógica que é em função dos outros e acabam tornando a si mesmas um fantoche da opinião alheia. Claro, que estou considerando uma situação extrema e limítrofe; a persona, a imagem se faz necessária para as pessoas se relacionarem, e mesmo para protegê-las e estabelecer vínculos. Afinal, se todos fôssemos 100% verdadeiros e disséssemos o que realmente pensamos a todo momento, sem filtro, sem vestir máscaras… Tenho até receio de pensar o resultado rs Pois, sejamos sinceros aqui. Infelizmente, ainda há muita intolerância e resistências.

    Sociedade: criação de vínculos no cenário atual

    Por fim, quero fazer uma breve análise que esbarra em todos os elemento que citei até o momento – e outros mais.

    Antigamente, a formação de vínculos se dava muito em função da família e o círculo social em torno dela. Por outro lado, com a expansão dos horizontes e a “facilidade” de contato alheio, as possibilidades se expandiram – e muito (!). Todavia, cria-se uma oposição: enquanto está mais fácil se conectar aos outros, está mais difícil estabelecer laços (verdadeiras). Porque peguei tal palavra em específico? Não foi de modo aleatório não rs

    Vejamos, quando pensamos num laço, logo remetemos a algo bonito, que por vezes amarra, segura algo. Ou, ao menos, antes era assim. Hoje em dia, pode-se usar laços como meros enfeites, somente pela imagem. Estão entendendo um pouco aonde quero chegar?

    Penso, que muito de um vínculo tem haver com sinceridade e respeito. De aceitação com o modo de ser do outro e certo cunho de admiração e afeto, tanto por suas características tidas como positivas quanto negativas. Contudo, no presente, tenho a impressão que as pessoas só querem ver o lado bonito e agradável. Logo, uma camada superficial. Não se aprofundam, ou mesmo, não permitem que se aprofundem. Eis um dos motivo cujo qual creio que as relações têm se tornado tão frágeis. Afinal, não criaram raízes profundas. Não passam de um laço frouxo, muitas vezes criado para enfeite.

    Seja por receio seja por comodismo, fato é que não se tem relações como antes. Elas mudaram e mudanças fazem parte. A questão é: até que ponto elas podem chegar? Estamos fadados a ir nos afastando, nos isolando no virtual? Ou relações reais podem também ser construídas por meio desse? Essas e outras inquietações vamos divagar numa próxima oportunidade. Por hora me despeço, torcendo para que apesar de virtual possamos estabelecer uma relação minimamente próxima, real e verdadeira.

    Até a próxima, queridos 🙂

    E não se assustem com o tom do tema. Aliás, não se assustem com coisas sérias. #ficaadica

    Kissus da tia

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