Lançado na Temporada de Inverno 2022, Tokyo 24th Ward é um dos inúmeros animes que inauguram esse novo ano cheio de obras promissoras. Previsto para ter 12 episódios, esta é uma adaptação realizada pelo estúdio CloverWorks e produzida pela Aniplex, com o mesmo diretor que JoJo’s Bizarre Adventure (Naokatsu Tsuda). Caso você se baseie na equipe responsável para começar um anime, acredito que esses dois famosos já lhe atrairiam muito. Com uma mesma qualidade gráfica de Darling in the FranXX e uma proposta promissora como Erased, é uma história de ação e drama em um universo futurístico.

O episódio de abertura possui 48 minutos, o que me surpreendeu. De início pensei que seria maçante e chato assisti-lo, pois sua duração era quase de um curta, porém o enredo é muito cativante e curioso. Ele se passa em uma ilha na baía de Tóquio, conhecida como 24th ward (distrito 24), onde moram Shuuta, Ran e Kouki, amigos de infância (trio RGB), apesar de serem de classes sociais diferentes. Mesmo sendo próximos, cada um tem seu próprio estilo, objetivos e modo de viver, os quais são distintos e acabam se cruzando em alguns pontos. Os três estudaram na mesma escola, na qual aconteceu um acidente que causou uma perda emocional muito grande para eles. Um ano depois, já formados, são convidados para um memorial desse evento e se reúnem novamente.

O diferencial deste universo é que foi criado um sistema capaz de prever acidentes, com o intuito de salvar mais vidas, porém há duas questões principais a serem destacas. Em primeiro lugar, a 24th Ward, por razões políticas, é uma área marginalizada que está em processo de união com o domínio do governo japonês. Dessa maneira, seus moradores ainda não possuem todos os benefícios e riquezas desse Estado e acabam caindo no esquecimento daqueles responsáveis, os políticos, que deveriam se preocupar em oferecer-lhes uma boa qualidade de vida. No decorrer do episódio é possível identificar movimentos de protestos quanto a isso. Em segundo lugar, na questão da prevenção de mortes, entramos em dilemas como “Até que ponto é possível prever?”; “O que acontecerá se tiver que escolher entre a vida de duas ou mais pessoas?” ou “Previ sua morte, não conseguirei impedir, o que faço?”. Esses são pontos que devem ser abordados durante a obra, com temáticas que envolvem desigualdade social e ética.

Com isso, temos protagonistas com personalidades diversas. Enquanto o sonho de Shuuta é se tornar um herói nesse mundo,  as ações de Ran o torna um anti-herói ou até um “Robin-Hood” moderno. Além deles, há o Kouki, que aparenta estar consciente das atitudes duvidosas dos políticos e polícia, porém se aproveita disso para chegar no seu objetivo. Assim, temos três garotos com ideias tão diversas, mas que juntos podem se tornar mais fortes ainda

Mais pra frente no episódio, os telefones de Shuuta, Ran e Kouki tocam simultaneamente e após serem atendidos um fenômeno estanho acontece. Surpreendentemente, uma voz de uma amiga, supostamente morta, passa-lhes uma informação crucial e uma proposta um tanto irreal de “decidir o futuro”. Nos minutos finais, então, os personagens precisam decidir se acreditam ou não nessa mensagem. Ademais, a dúvida é se eles são capazes de realizar tal ato.

Foram 48 minutos sem enrolação e necessários para que tudo fosse passado de início. É interessante destacar, também, que esse é um anime original do CloverWorks, com script escrito por Vio Shimokura, ou seja, não é uma adaptação de nenhum mangá ou jogo. Portanto, devido aos fatores citados, acredito que Tokyo 24th Ward tenha grande potencial de se destacar nessa temporada. É um shounen com alguns clichês de sempre, mas ao mesmo tempo oferece novidades para o público. Tenho expectativas que esse cenário seja bem explorado e nos apresente muitas cenas de ação e heroísmo emocionantes e de tirar o fôlego. Por fim, estou ansiosa em ver o desfecho dessa história.

Tokyo 24th Ward
Imagem Divulgação

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