Estreando nos cinemas fora de sua época, no estilo de filmes brucutus da década de oitenta, o mesmo nível de violência e cenas absurdas com furos de roteiro são trazidos às telas em pleno 2018.

Humanizando um pouco mais a protagonista em si e trazendo certas situações um tanto próximo da realidade, A Justiceira não só convence e empolga em exagero e emoção do começo ao fim, como te faz esquecer por completo que um dia Jennifer Garner foi a Elektra um dia, dito posto, damos boas vindas a mais nova brucutu dos cinemas.

A Justiceira
A Justiceira (Pôster Divulgação)

Jennifer Garner volta aos filmes de ação

Um filme de ação brucutu em eras modernas mais uma vez comprova que pode ser um sucesso, fugindo um pouco de alguns detalhes como eram os brucutus sem roteiros da década de oitenta, a personagem de Jennifer Garner passa por uma escalada de filme que vai se prendendo cada vez mais na trama.

Enquanto o roteiro ainda está em desenvolvimento em tela, Riley ainda é apenas uma mulher doente da cabeça que acabou de perder a família em uma execução à chuva de balas, ou seja, o nível de fragilidade dela beira a loucura e a insanidade completa, destruída mentalmente, Riley começa a se vingar por si só, mas não começa como uma grande atiradora, do mesmo jeito que o início do filme é simples e sem tempero, a Riley é frágil e quebrada, sem nenhum apego ao personagem por ser brucutu, e sim por ser uma recém viúva e mãe carente de uma filha morta, uma personagem muito apagada em tela, mesmo ainda sendo a protagonista, mas que não pareceu um furo de roteiro e sim proposital.

Casada com a trama, Jennifer Garner desenvolve um novo lado da personagem, a fria e bruta mulher buscando vingança, e matando sem dó, estamos falando de muitas facadas no bucho, tiros certeiros e modo furtivo ligado, sem escrúpulo algum, qualquer outro personagem foi esquecido, tudo pela perfeição que foi o desenvolvimento da protagonista junto com a trama, se apegando a ambos ao mesmo tempo, deixando qualquer um que assista alimentado com a beleza desse filme, convencendo como um filme de ação raso que deve ser, apesar de um desenvolvimento padrão, o roteiro permanece raso e se baseia no jogo de cenas de ação em tela.

A Justiceira
Jennifer Garner estrela A Justiceira (Imagem Divulgação)

Origens

Entretanto o que não falta em evolução, ele falta excessivamente em fraqueza, começando pela origem de Riley que é literalmente igual a de Frank Castle, mais conhecido como o Justiceiro, irônico é perceber que até o título nacional é igual, muda apenas o gênero – mas vale ressaltar que a violência desse filme é o que todos esperam da série da Marvel.

Outro grande problema está na própria Riley, onde ela se mostra bem preparada em treinamento militar ao invadir uma casa, sendo que não mostra ela sendo treinada ou algo do tipo, nem o nível de descrença salvou esse furo, além da definição física dela mudar bastante de uma mãe simples para uma militar fisicamente bem, com detalhes da musculatura em enquadramento de braço suado contra a luz, sendo que o desenvolvimento só mostra uma mulher quebrada psicológica que se torna fria e sanguinária.

Por mais violenta que tenha sido transformada, o preparo militar foi brotado do nada como se fosse um de muitos milhos de pipoca estourando na panela, completamente aleatório, além dos “poderes mágicos” de roteiros de filmes de ação que é: Em algumas situações, o protagonista não leva tiros; uma produção falha o bastante para fazer um jogo de cenas onde o confronto final se mostra defeituoso e confuso, fazendo achar que todos teriam morrido, mas por um milagre, Riley está viva depois de levar um tiro à queima roupa na cabeça, mal feito a ponto de dar risada, mas A Justiceira acerta em tantos pontos que um final ruim pode ser relevado pela evolução que se passou em tela, batendo até uma vontade de assistir de novo ou sonhar com uma possível sequência.

Queremos uma sequência!

A Justiceira, por incrível exagero que seja, pode ser chamado de cópia ou plágio do arco dos quadrinhos de Punisher de tanta igualdade que existe, mesmo assim pela fraqueza da série, esse filme se torna melhor e mais violento que o dito posto, te empolga no padrão de um filme de ação sem escrúpulo que bom consumidor de violência fictícia vai estar satisfeito do início ao fim.

Com uma fraqueza enorme em inúmeros pontos, Jennifer Garner convence, carrega o filme nas costas e é adicionada a uma vasta lista de mulheres brucutus do cinema, além de provar que filmes de ação violentos ainda funcionam na era moderna.

REVIEW
A Justiceira
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
a-justiceira-reviewPeppermint é um filme de ação vigilante americano de 2018, dirigido por Pierre Morel e estrelado por Jennifer Garner. Também com John Ortiz, John Gallagher Jr., Juan Pablo Raba e Tyson Ritter, a trama segue uma mãe que se vinga contra o cartel que matou seu marido e sua filha.