Envolto em muitas polêmicas e entre o hate e o hype, Killing Stalking chegou a sua terceira temporada. O manhwa é escrito e ilustrado pela mangaká Koogi e distribuído pela Lezhin, plataforma coreana de webtoons voltada para a audiência adulta.

O drama psicológico,com altas doses de terror, estreou em finais de 2016 e o sucesso veio no ano seguinte, ganhando fãs em diversas partes do mundo, incluindo países como Brasil, que não possuem tradução oficial do mangá.

Atualmente, ocupa a posição de grande vencedor no 2º ano da Lezhin World Comic Contest, e diga-se de passagem, foi merecido.

Depois de tudo isso, você se surpreenderia se eu dissesse que estamos falando de um Yaoi?

Sobre Assassinos e Stalkers

Yoon Bum é um tímido rapaz coreano apaixonado pelo cara mais popular da escola. Como se não bastasse ele ter essa queda pelo boy, quando os dois vão para o exército, Sangwoo o protege dos abusos cometidos pelos colegas de batalhão. Certo dia, Yoo Bum tem a brilhante ideia de invadir a casa do crush, mas acaba descobrindo que Sangwoo possui segredos cabulosos e ao ser flagrado pelo mesmo durante esta invasão, teria a sua vida transformada de forma repentina.

Para fujoshis/fundashis, poderia se tratar apenas de mais um romance padrão estilo Ukezinho frágil x Semezão sarado protetor. Poderia… se o Uke não fosse um stalker de um assassino com inúmeros problemas psicológicos, que nem os leitores conseguem definir quais são. Não sabemos se ele é um psicopata, sociopata, se tem Complexo de Édipo ou se é tipo uma suruba de todas essas patologias juntas.

O que sabemos é que essa união foi tão perfeita, no âmbito do entretenimento, que Koogi segue nos oferecendo originalidade com um estilo de arte obscura, carregada de drama, nos remetendo a um cenário triste e solitário, dando o tom pesado da obra que surge em tempos de grandes debates sobre relações abusivas e transtornos psicológicos.

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Genial e Perturbador 

Quando ouvi sobre Killing Stalking pela primeira vez, de cara me interessei pela tal história de um cara obcecado pelo outro.

Tramas que tenham como pano de fundo pessoas obsessivas costumam trazer muito suspense e grandes reviravoltas, isso sempre me atraiu. Contudo, nem de longe eu poderia imaginar que me depararia já no começo da história, com quadros tão explícitos de violência por parte do seme, um homem absurdamente sedutor, que possui tantos fãs quanto haters.

Sangwoo, é um personagem tão complexo que eu não teria uma classificação para ele, mas todo o seu aspecto mental, emocional, aliado ao jeito sádico e irônico, coopera para que ganhe popularidade entre os leitores.

De igual modo, Yoon Bum, com as olheiras escuras, semblante sempre sofrido e magreza excessiva, cativou a simpatia e até solidariedade de todos que amam a histórias desses controversos personagens.

Em suma, Koogi ilustra para nós o encontro de duas pessoas com graves transtornos, e como essa união causa um verdadeiro efeito dominó na vida dos dois e de várias pessoas ao redor deles. Ponto. A visão romântica da história fica por conta de quem lê. Não é o meu caso.

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Killing Stalking (Imagem Divulgação)

Killing Me Softly…

Se você ainda não deu uma chance a Killing Stalking por medo, te aconselho a ler. A obra possui uma maneira incrível de mexer com o seu psicológico, sobretudo nos capítulos iniciais. Ela é forte, é pesada, mas eu juro que vale muito a pena continuar.

É válido reforçar que ele deve ser lido como um drama psicológico e não como romance. Se você conseguir ter esse tipo de percepção ao começar a leitura, tenho certeza que se encantará por essa perturbadora trama, que é embalada por Killing me Softly de Laury Hill, a canção favorita de Sangwoo. Ironia? Creio que não.

Texto por Ivy