Bem-vindos ao Vintage et Underrated, a coluna que une o antigo que não sai de moda e o underground que todo mundo adora, ou deveria. E vamos falar do meu xuxu que fez 35 aninhos em abril! Abram alas para os robôs gigantes de Patlabor!

Sobre Mobile Police Patlabor (Ou Patlabor)

Mobile Police Patlabor é uma obra de 1988 do grupo Headgear. Ela conta com Yutaka Izubuchi (Mobile Suit Gundam: Char’s Counterattack), Yasuhiro Yoshiura (Evangelion 2.0), Michiko Yokote (Samurai X), Kazunori Itou (Urusei Yatsura), Akemi Takada (Devilman) e Masami Yuki (Magical Lucy).

Além disso, a franquia possui mangá (pela Shogakukan), anime (pelo estúdio Deen), dois OVAs, três filmes, duas light novels e um curta. Fora ainda, tem licenciamento para videogames.

Bastante coisa, não? Com sua primeira publicação em 1988, Patlabor se consagrou como um dos shounen mais aclamados da época, conquistando o prêmio de melhor mangá do gênero em 1991. Tudo isso com uma designer de personagens mulher, o que era bem incomum nos anos 80.

Enredo

Tá, mas o que esse mangá tem de tão UAU? Primeiro, a trama.

Com a expectativa da virada do milênio, o futuro era algo relativamente “próximo”. Então, diversos mangás possuiam enredos que mostravam o possível futuro, e Patlabor foi um desses!

O enredo se passa entre 1998 e 2002, onde máquinas gigantes servem para fazer trabalhos braçais do dia a dia (mais ou menos como os primeiros Mobile Suits da série Gundam).

Porém, aqui os grandes interesses são a polícia e o exército. Sim, ambos utilizam os “Labors” (os robôs) para combates contra terroristas que… UAU! SÃO FINANCIADOS POR UM INDÚSTRIA QUE CONSTRÓI ROBÔS DE GUERRA SEM NENHUMA LICENÇA PRA ISSO!

Três tipos de vilões:

– A Schaft, que é a empresa que cria os mechas antagonistas, concorrente direta da Shinohara Heavy Industries, que é a criadora dos robôs policiais.

(Alvará pra fazer robô? Que isso? É de comer?)

– Terroristas (que brigam por diversas coisas ao longo do mangá, da série, dos OVAs, dos filmes… cada hora é uma reivindicação diferente).

– Os próprios Patlabors!

Um ponto interessante da história é o fato da própria polícia muitas vezes se questionar sobre o uso dos robôs. Afinal, eles fazem um estrago IMENSO cada vez que precisam conter ameaças, que vão desde terroristas, até labors de contrução com defeito!

(Ultraman não ligava pra essas coisas porque ele é ET na série original… Quem liga pra uns prédios de isopor quebrados?)

Além disso, claro, existe ainda a vida e os dilemas da divisão 2 de veículos especiais da Polícia Metropolitana de Tóquio. Por sua vez, a Polícia conta com uma equipe que nem sempre tem histórias tão desenvolvidas quanto o protagonista. Mesmo assim, sempre possuem papéis essenciais na história e na própria corporação.

Ainda, outro ponto super interessante é a ONU. Sim, a ONU é uma das organizações que aparecem no desenho. Ainda mais, eles possuem mechas de guerra, normalmente iguais aos da Schaft, só que de cor branca. Sendo assim, como hoje em dia ela também às vezes é meio inútil para resolver conflitos de forma pacífica.

Patlabor no Brasil

Aqui, o anime veio pela falecida Fox Kids. Inclusive, ela trazia muitas vezes curiosidades sobre o anime, como as blueprints dos robôs, os tipos, ficha dos pilotos principais da série e outros detalhes legais.

Infelizmente, o mangá NUNCA teve versão em português, mas existe a versão em inglês lançada pela editora VIZ. Tem na Amazon para comprar, quando peguei para ler, achei a tradução bem tranquila, sem muito problema para quem tiver inglês intermediário ler.

Quase esqueci! Uma observação interessante é que diversos sites especializados se referem a Patlabor como um subgênero de Mecha chamada”Real Robots”.

Pontos positivos

  • Mechas (a autora é viciada, vocês que me perdoem)
  • Enredo envolvente
  • Justa medida entre política e briga de robô (para comparação: Gundam peca um pouquinho nessa parte, se tornando um anime de política com eventuais lutas…)

Pontos negativos

  • Tem muita coisa espalhada nos diversos formatos de mídia, então alguns detalhes da história você só pega se tiver consumido TUDO.
  • O que tem de lindão nos mechas e outros veículos, falta em outros pedaços da animação.
  • A timeline é COMPLETAMENTE louca. Afinal, os OVAs e os filmes seguem uma linha, o anime e o mangá seguem outra, os videogames seguem linhas paralelas dentro das linhas existentes… É meio complicado, sugiro ir buscar no Google a ordem direitinho para ver as coisas.
Patlabor capa
Imagem divulgação

Sinopse: Em 1997, a Shinohara Heavy Industries desenvolveu robôs auxiliares para trabalhos pesados chamados Labors que são controlados diretamente por seres humanos. A partir do momento que diversos desses robôs passam a enfrentar algumas panes e outros são utilizados por criminosos, o Departamento de Polícia Metropolitana de Tóquio cria a Seção 2 de Veículos Especiais, conhecida como Patrol Labors.