Após a Segunda Guerra Mundial, dois convocados retornam para suas famílias para finalmente conseguir um pouco de paz, mas apenas trocam uma guerra pela outra, onde envolve ideologias conturbadas e racismo.

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Uma nova história que coloca em cheque toda a sociedade em que vivemos, assustando de forma que acontecimentos passados ainda estão presentes em pleno 2018.

Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississipi choca e emociona de todas as formas, provando suas quatro indicações ao Oscar, e merecendo até essas três estatuetas.

Mudbound: Lágrimas Sobre o Missisipi
Mudbound: Lágrimas Sobre o Missisipi (Imagem Divulgação)

Família no Interior

A história de uma família branca que vai morar no interior e tem seus empregados negros, conforme retrata a época, mas por mais que a família negra consegue seguir vivendo em meio do nada, de forma humilde, a família se coloca superior aos negros, colocando eles naquela posição desagradável, meros escravos – mas a guerra transforma as pessoas.

Enquanto o Jamie McAllan, vivido por Garett Hedlund pratica a bondade – apesar de ser um bêbado que namora a esposa do próprio irmão, Ronsel Jackson, vivido por Jason Mitchell – não baixa a cabeça diante a todo o preconceito e ainda rebate todos os racistas.

Ambos os personagens vivem um dilema: voltaram da guerra para ter uma vida medíocre, onde para eles não há sentido se limitar à aquele fim de mundo. Um filme recheado de tanto conflito que te deixa fixo à tela do cinema a cada tensão vívida e calmarias apresentadas.

Mudbound: Lágrimas Sobre o Missisipi
Mudbound: Lágrimas Sobre o Missisipi (Imagem Divulgação)

Personagens Bem Construídos

Todos os personagens são bem trabalhados, com cada um sendo o centro da cena, trazendo um apego a todos os eles. Há personagens como o de Jason Clarke, que faz o irmão de Jamie McAllan que não precisava ser demonstrado, só o fato de dizer o motivo do qual ele quis ir para Mississipi já é o suficiente.

O personagem da Mary J. Blige está fantástico, tanto que a atriz está concorrendo ao Oscar como Melhor Atriz, mas que apenas o pensamento dela e de seu marido vivido pelo ator Rob Morgan, trouxe um impacto maior – os outros são até descartáveis.

Claramente o centro do filme é a questão racial do início ao fim, por mais que Laura McAllan, papel de Carey Mulligan, vive uma trama interessante, acaba sendo descartado no fim.

Mudbound: Lágrimas Sobre o Missisipi
Mudbound: Lágrimas Sobre o Missisipi (Imagem Divulgação)

Questões Raciais

Indicado a Melhor Atriz com o papel de Mary J. Blige, Melhor Fotografia, Melhor Canção Original e Melhor Roteiro Adaptado, Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi merece essas indicações, e não será exagero se levar as quatro, por mais que possa existir outros indicados mais favoritos, o filme mostra questões importantes em nossa sociedade, que infelizmente ainda é vivida em muitos lugares do mundo.

Questões raciais e outros fatores que ainda geram discussões e mortes devem ser mostradas, o impacto que causa ao público chega a ser mais marcante do que qualquer movimento, não que não seja importante, mas é uma luta que teve muitos avanços – e poucas vitórias.

https://www.youtube.com/watch?v=xucHiOAa8Rs

REVIEW
Mudbound: Lágrimas Sobre o Missisipi
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
mudbound-lagrimas-sobre-o-mississipi-reviewBaseado no livro de Hillary Jordan, a história desenrola-se após a Segunda Guerra Mundial e segue uma mulher que se muda com o marido para a fazenda dele no Mississipi. Dois veteranos da guerra, um negro e um branco, vão trabalhar no local que ainda é regido pelas Leis de Jim Crow, que estabeleciam limites entre brancos e negros. Apesar de todos os olhares discriminatórios os dois vizinhos, Jamie e Ronsel mantêm uma amizade poderosa de entreajuda para enfrentarem a vida pós-guerra e de felicidade pela partilha de experiências e ideologias. Mas estas duas famílias estão perpetuamente atoladas nas lamas brutais das suas próprias preconceções sobre eles mesmos e sobre a ordem hierárquica e um preconceito profundamente enraizado que os Estados Unidos lhes impõem.