Depois de seis discos, o LE SSERAFIM continua perdido. Sem direção. É impressionante como cada novo som explorado pelo grupo se desmancha em questão de segundos. Nada que elas fazem parece ter substância. Isso é assustador até para os padrões de superficialidade temática do k-pop.
HOT é estranho. De uma forma bem negativa. Suas músicas apelam para um tom de diferença, ousadia, que o grupo parece incapaz de atingir. A faixa-título, por exemplo, opera um pop rock que se esforça, está no limite, para soar refrescante, mas falha.
Esvaziamento total
O resto do EP traz exatamente esse mesmo sentimento. O pior de tudo nem é que elas pulam de galho em galho a cada novo lançamento em busca de alguma tendência para basear suas músicas achatadas e vazias, até porque seguir uma sonoridade à risca está longe de ser uma regra no k-pop ou em qualquer outro lugar.
A questão é que realmente parece não haver uma ideia de logística, conceito, estética ou esforço criativo por trás das peças que elas elaboram como se estivessem em uma linha de produção. Tudo é feito automaticamente, sem grandes insights ou estudos que expliquem sua longevidade ou que agreguem valor.
Conclusão
Essa é uma das piores características que a HYBE estabeleceu no k-pop, porque mesmo que já tivesse sido adotado esse tipo de linha de produção desde os primórdios da indústria com o sistema trainee, nada nunca soou tão ultraprocessado quanto agora. E isso, de fato, é o que fez com que muitas pessoas que se interessaram pelo k-pop durante a pandemia perdessem o interesse.
A resposta está tanto na negligência da HYBE com o NewJeans, um grupo que verdadeiramente tinha a refrescância em sua fórmula, quanto no som supostamente misterioso de “Ash” e no jersey house batido de “So Cynical (Badum)”, que, como tudo mais neste EP, soa estranho de uma forma desinteressante…