Danilo
    Danilo
    Jornalista, designer, aventureiro urbano e lutador de lutinhas fake. Amante de quadrinhos e games com a imaginação mais fértil que a de uma criança.

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    Ghost of Tsushima | Primeiro Gole

    Desde seu anúncio na Paris Games Week em 2017 e suas apresentações posteriores na E3 e em demais trailers, Ghost of Tsushima gerou uma expectativa bem grande em torno de si, seja pelo seu tema de samurai que andava em escassez no mercado, pelos gráficos absurdos ou pela ideia de exploração.

    Pois bem, Ghost of Tsushima é um jogo de ação e aventura com alguns elementos de furtividade desenvolvido pela Sucker Punch, mesma empresa responsável pela franquia Infamous, tendo sido lançado em 17 de julho de 2020 exclusivamente para PlayStation 4.

    O horror da guerra

    O jogo nos coloca na pele de Jin Sakai, um samurai conhecido e renomado na ilha de Tsushima, que é invadida pelos mongóis sob o comando do imponente Kothun Kan. O jogo se inicia justamente no momento dessa invasão, onde os mongóis acabam de chegar na praia e os samurais estão prontos para o embate, enviando o seu melhor guerreiro para enfrenta-los num combate direto. E é nesse momento que a antipatia pelos vilões do jogo se inicia e o jogo mostra que não está ali para pessoas “mais sensíveis”. O combate se inicia e cavalgamos em direção ao inimigo naquilo que serve como tutorial para o game e seu combate.

    Enquanto passamos pela praia vamos enfrentando mongóis e ao nosso redor nossos companheiros fazem o mesmo e é possível sentir uma atmosfera de violência de fato e de que os inimigos que estamos enfrentando são realmente poderosos. Como esperado, os samurai são dizimados, o tio de Jin, Lorde Shimura é feito prisioneiro pelos vilões e o nosso protagonista fica a beira da morte, sendo revelado pouco após que fomos salvos por uma ladra e, é ai que a segunda parte do tutorial começa, onde aprendemos como utilizar o lado Ghost que tanto fez parte dos anúncios do jogo.

    Ghost of Tsushima

    O vento guiará em Ghost of Tsushima

    Isso tudo dito até aqui, ocorre em menos de 20 minutos de Ghost of Tsushima e é uma introdução rápida, gostosa de se jogar e que te traz todo o clima que você precisa ter para sentir o peso de tudo e depois somos finalmente soltos na ilha de Tsushima e é ai que as coisas ficam realmente interessantes. Antes de mais nada, é curioso notar que o HUD do game é absurdamente minimalista, tendo apenas uma barra de vida e indicadores de determinação (um recurso do jogo que permite executar algumas ações) ao lado esquerdo inferior, e na parte superior a indicação da missão (aqui chamadas de Contos) e pronto, nada além disso.

    Não temos indicadores de onde ir, nem linhas, pontos ou algo do tipo. Somos então apresentados ao vento guia, que é literalmente uma brisa que nos indica o caminho a ser feito até chegarmos ao nosso alvo e, ele age quase que como um personagem a parte no jogo. O tempo todo podemos ver na vegetação o vento e a direção que ele assopra e isso já serve de indicativo, mesmo sem usarmos o recurso do vento guia de fato.

    Ghost of Tsushima

    A Ilha de Tsushima

    Esse vento guia é justamente uma das melhore sacadas do jogo por não limitar o jogador a explorar. Muito foi dito que a ilha de Tsushima seria rica e a exploração seria chave nisso tudo e, o vento guia ajuda muito nisso. Em menos de uma hora de jogo eu me peguei andando pela ilha sem rumo algum, apenas a explorando seus cenários que são extremamente belos.

    Sabe todos os cenários que vemos em mangás, animes, filmes e etc. que abordam uma época mais rústica do Japão? GoT traz eles de forma primorosa e da forma mais realista e convincente que já vi em obras que abordam um cenário dessa época no Japão.

    A ilha possui florestas extremamente densas, campos abertos, montanhas, rios, lagos, desfiladeiros, templos e é tudo muito belo e realmente impressiona o jogador. A ilha parece estar viva, pois ela está sempre em movimento e não depende do jogador para que as coisas aconteçam. Mesmo em pouco tempo de jogo você verá mongóis atacando pequenas vilas, alguns outros habitantes fazendo seus afazeres e etc. e isso te coloca numa imersão absurda no jogo.

    Ghost of Tsushima

    Graficamente bonito, mas…

    Nesses primeiros momentos de jogo, os elogios são inúmeros de fato a todos os seus aspectos, mas quando somos mais soltos no mundo começamos a notar algumas coisas. As aparências dos personagens principais são ótimas e bem modeladas, mas as expressões faciais nem tanto e deixam um pouco a desejar. Os cavalos e outros animais da ilha acabam parecendo um pouco mais mal feitos e alguns itens parecem feitos de massinha.

    Apesar disso, o gráfico da vegetação, das construções, dos rios, lagos, montanhas e afins são absurdamente belos e variados e encanta o jogador nesses primeiros momentos. E aproveitando-se disso, a Sucker Punch incluiu um Modo Foto que é simplesmente o melhor que já vi até agora num jogo, sendo completamente interativo e adaptável e é extremamente recomendável que o jogador o use nos primeiros momentos para absorver tudo isso no início.

    E a gameplay?

    Como dito, o jogo nos coloca em tutoriais de batalha muito cedo e é tudo muito simples, fácil e prático, sendo que o mesmo pode-se dizer do modo ghost, sendo extremamente fácil e simples de executar os movimentos. A primeira impressão que tive é de estar jogando um Assassin’s Creed um pouco menos pesado (claro, excluindo todos os outros fatos já citados até agora) e isso é claramente um ponto positivo.

    Em batalha, podemos sentir os golpes limpos e precisos de Jin com sua katana e até sentimos o impacto de golpe bem acertado pelo inimigo. Com arco as coisas continuam interessantes mas confesso que demorei um pouco a me adaptar ao sistema uma vez que ele depende da gravidade (sim, a flecha cai) e ela não parece agir como deveria. Além disso, Jin pode pular e escalar e isso responde bem, nada fenomenal, mas apenas competente, assim como nadar e cavalgar, que poderiam ser melhores.

    E só para elogiar a Sucker Punch que finalmente fez um ótimo uso do touch do controle do PS4, onde podemos evocar o vento guia, guardar a nossa espada, fazer uma reverência e muitas outras coisas usando alguns movimentos no controle por toque.

    Por fim, uma reclamação um pouco mais chatinha e que não faz tanta diferença. Para quem jogou jogos como Red Dead Redemption 2, God of War ou The Last of Us Part II, deve ter ficado impressionado como os elementos do cenário são vivos e alteráveis, por exemplo a neve ou a lama que ficam marcadas ao caminharmos e sujam o personagem, ou as vegetações que ficam amassadas ao passarmos por ela. Mas isso não acontece em GoT. Na verdade, ela acontece em níveis muito baixos, se limitando a uma sujeira rala em nossas roupas e nada de pegadas por ai. Como dito, é uma reclamação mais chata e que não faz diferença de fato, mas alguns jogadores podem estranhar isso ao jogarem pela primeira vez.

    Dublagem e som fenomenais.

    Composta por Ilan Eshkeri e Shigeru Umebayashi, a trilha sonora de Ghost of Tsushima é fenomenal e já impressiona nos primeiros momentos de jogo com músicas de ação e músicas mais calmas fazendo um ótimo contraste com as cenas. A dublagem está excelente em todas as línguas. Em português as vozes dos personagens foram muito bem escolhidas e não decepcionam e o mesmo vale para o inglês, mas adianto que a que mais me agradou nesse primeiro momento foram as vozes em japonês.

    Pois bem, parece que o que foi dito aqui caberia exatamente numa Review do jogo. Até poderia, mas isso é de fato apenas uma pincelada extremamente superficial para o que o jogo oferece. Nesses primeiros momentos de Ghost of Tsushima você sentirá que já jogou GoT por horas, pois ele lhe apresenta diversas coisas rapidamente, mas sem prejudicar seu entendimento e adaptação e você com certeza notará que todo esse longo texto fará sentido já na primeira meia hora de jogatina. Logo no começo Jin ganha seu afeto, os mongóis a sua antipatia e o jogo lhe cativa, te apresentando um mundo belíssimo e instigando a sua vontade de exploração, prometendo uma aventura única.

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    Jornalista, designer, aventureiro urbano e lutador de lutinhas fake. Amante de quadrinhos e games com a imaginação mais fértil que a de uma criança.

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