Um drama americano que conta a história de uma antiga escritora francesa, uma adaptação que se mostrava um tom mais histórico e reflexivo, porém uma bela surpresa acontece, trazendo uma figura importante para a literatura e principalmente pela representação feminina em uma época machista.
Colette não é só uma grande homenagem para a mesma, como passa uma mensagem importante, detalhes históricos sobre a mesma e ainda diverte como um belo blockbuster.
Fazendeira x Escritora
Em tela, Colette é uma fazendeira que vive pelo marido, mas a verdade é que o marido é dependente do grande talento de escritora dela, até ela descobrir que não precisava se esconder por trás de um homem para ser reconhecida.
Além de se descobrir emocionalmente, um filme que traz um grande peso em roteiro e fotografia, desenvolvido com alívios cômicos e a mística de Keira Knightley transformar seu personagem de uma donzela ou uma fazendeira que sonha em casar, para uma batalhadora, forte, independente e sem papas na língua para todos que acham que uma mulher não deveria exercer essa profissão.
O filme é tão divertido que você torce para Colette como se fosse uma super heroína, na vida real e no filme ela se mostra um símbolo para muitas garotas da época, mas criticada pela maioria da alta classe, o que poderia ser um filme cult, ele passou bem longe, na verdade um sessão da tarde maravilhoso para bom apreciador de cinema ou apenas por quem quer um filme divertido.
Alívio cômico na dosagem correta
Um dos pontos que te ganha nesse filme é o alívio cômico em dose certa, escala sem extrapolar e te prende na trama até o fim, é genial trazer essa simplicidade dos blockbusters para um filme de certa forma histórico, as chances de Colette ser um filme mais denso como O Destino de uma Nação ou Mudbound: Lágrimas do Mississipi eram grandes, senão cem por cento, mas ele fugiu por completo dos padrões que a academia gosta, fazendo ele ter uma linguagem mais fácil e ser mais aceito para o público.
O filme mistura ideologias feministas, com a mulher oprimida do século dezoito, com o extremo machismo de terras francesas, o desenvolvimento desse conflito é um fator tão destacado em roteiro que funcionaria sem o alívio cômico, porém por ser um filme profundo com desenvolvimento simples de blockbuster, fez parecer com que o filme fosse muito longo, isso traz alguns bocejos durante a sessão, mas que não estraga a experiência de Colette.
Deve ter indicação ao Oscar
Colette deve ser lembrado nas premiações do Oscar, pelo menos indicado, filme que pode ser visto pelas ideologias feministas, pela diversão ou até pela curiosidade de saber quem foi a antiga escritora, claro com a suspensão de descrença de saber que existe um pouco de invenções comparado a história verídica, mas que pode ser colocado como filme histórico, três gêneros que dificilmente se misturam é a prova oficial de que poderia ser uma catástrofe, mas o resultado foi inverso e se mostrou uma surpresa maravilhosa.