Hollywood é algo questionável, né? Podemos fazer esse paralelo com o Brasil que faz inúmeras comédias escrachadas e tanto os críticos quando o público destroem o filme nas redes sociais, mas se uma comédia romântica estadunidense é lançada com alguma atriz conhecida, já é um sucesso e melhor que os filmes brasileiros, Cidade Perdida é a comédia romântica tradicional e clichê que já foi vista milhares de vezes, mas por ter a Sandra Bullock, será considerado um filmão.

O desabafo é necessário, Hollywood adora trazer esses filmes repetidos para os cinemas, mas existe um propósito para isso, se fossem colocados direto no streaming, morreria rápido e ninguém teria conhecimento do filme, e claro que o marketing será pesado em gigantes do elenco, no caso a Sandra Bullock, mas o filme em si é cansativo e monótono. Você tem aquele sentimento de que já assistiu tudo aquilo, e é um filme novo, eu sempre disse que o gênero terror vive a maior crise de criatividade da história do cinema porque a comédia romântica já morreu, só falta enterrar, por isso o paralelo com comédias escrachadas brasileiras, usam a mesma fórmula de sempre e se prendem a uma grande celebridade para o engrandecer o hype, aqui é criticado, se vem lá de fora é elogiado, isso falando de público e críticos, curioso, não?

Porém não sejamos amargos, dizer que o filme é de todo ruim é injusto, comédia romântica têm sim seu valor e aqui não é diferente, Channing Tatum e Bullock têm uma grande química em cena, não só pelo romance mas na atuação, a atriz em si não precisa provar nada, quem já viu o que ela fez sabe o quanto ela é talentosa. Já Channing Tatum, fui pego de surpresa, realmente é um ator diferenciado, mesmo sendo o galã burro da história, se mostrou muito maior em atuação, digo até que ele é o melhor personagem do filme mesmo sendo um papel clichê de comédia romântica, onde não têm tanta coisa para desenvolver, contudo conseguiu convencer.

Ainda no elenco precisamos destacar dois nomes, primeiro Brad Pritt que mesmo fazendo uma aparição um tanto breve conseguiu roubar a cena facilmente, além de talvez ser a melhor parte do filme, o outro a se destacar é Daniel Radcliffe, eu sei que muita gente não consegue desver o Harry Potter nele, mas seus últimos papéis tem me mostrado ser um vilão interessante, aquele jovem bilionário e excêntrico é um personagem que ele sabe fazer bem, e algo que deve se destacar, ele têm lampejos de overactor curiosos, alguns podem achar exagerado, mas eu já vejo diferente. Se até Emma Watson teve problemas de se desvincular da franquia dos bruxos e conseguiu, acredito que Daniel Radcliffe está seguindo o mesmo caminho e irá conseguir esse feito.

Cidade Perdida é uma comédia romântica clássica que pode trabalhar um saudosismo a atores prestigiados de Hollywood, mas não alcança o objetivo de ser um grande filme. Um gênero bem ultrapassado do cinema que só consegue agradar ao público mais velho e café com leite para novas obras, certeza que esse filme, quando estrear  na TV aberta vai ser mais reconhecido.

REVIEW
Cidade Perdida
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
cidade-perdida-reviewA brilhante, porém reclusa autora Loretta Sage (Sandra Bullock) escreve sobre lugares exóticos em seus romances populares de aventura, cujas capas são estreladas pelo belo modelo Alan (Channing Tatum), que tem dedicado sua vida a personificar o personagem herói, “Dash.”Durante a turnê de promoção de seu novo livro com Alan, Loretta é raptada por um bilionário excêntrico (Daniel Radcliffe), para que ela o guie ao tesouro da cidade perdida descrita em seu livro recente.Para provar que é possível ser um herói na vida real, não somente nas páginas de seus livros, Alan parte para resgatá-la. Forçados a viver uma aventura épica na selva, o par improvável precisa trabalhar junto para sobreviver e encontrar o antigo tesouro, antes que seja perdido para sempre.