Tudo nasceu de um projeto de série na TV fechada, hoje temos uma trilogia que pode estar finalizada, mas não é garantia, com certeza a franquia DPA é um dos maiores sucessos do grupo Globo dos últimos anos, muito consumido por crianças mas pegando todas as idades.
A série não só engrandeceu mais ainda como abriu seu leque para cinema e teatro, o terceiro longa da franquia consegue superar os outros filmes em cenários mas tropeça em desenvolvimento, deixando um pouco em questão até o conjunto da obra – mas não fere no quesito diversão e alegria que DPA sempre passou ao público.
Detetives do Prédio Azul é a franquia que nunca precisou apresentar nada para aqueles que já conheciam a série, já na trilogia o primeiro filme faz um breve resumo dos personagens para quem é passageiro novo nessa aventura, com isso todos ficam dentro do que é o DPA.
O terceiro da série não é surpreendente em trama, para falar a verdade se mostrou muito igual aos antigos – lembro que o primeiro se manteve mais fiel a série e o segundo já quis ousar muito -, nesse aqui podemos dizer que ele alcançou um certo equilíbrio. Acredito que o diretor Mauro Lima, que dirigiu Tim Maia, preferiu se manter no padrão por ser novo na franquia, não vejo problema nisso mas se fosse se manter na mesma linha, que fosse um pouco mais com calma.
Achei o filme muito atropelado em desenvolvimento mesmo sendo um filme mais infantil, mas como disse o próprio diretor em coletiva, esse tipo de trama é muito fora do que ele já fez na carreira, então eu acho que ele preferiu fazer com que o filme fosse mais virado para as crianças, como a própria produção executiva confirmou em coletiva também. Mesmo assim, certos arcos poderiam ser mais enxugados e serem mais diretos; talvez eu esteja sendo chato demais? Provável, mas em comparação aos primeiros filmes, se viu algo muito corrido em tela que poderia ir mais calmamente, espero que essa mudança não afete tanto para as crianças, três filmes com três diretores diferentes é uma diferença bem notável e não precisa ser nenhum cinéfilo para enxergar isso.
O elenco mais veterano pode ter feito sua última aparição na franquia, e todos eles disseram que não só foi um grande marco na vida deles como para alguns foi o que colocou eles na indústria, porém aqui quero destacar uma personagem que roubou a cena em muitos momentos, Dunhoca (Klara Castanho) foi colocada na trama na mesma ideia da Berenice (Nicoli Orsini), a vilã que se torna rival e depois amiga, isso ainda não aconteceu com Dunhoca ainda, mas não só a personagem em si como figurino e a atuação foram algo muito marcante e acho que pessoal do Gloob vai aproveitar bem essa personagem.
Esse elenco está junto a tanto tempo que já deve ter acontecido de tudo, e como eles se tornaram um símbolo da série vai ser difícil sua despedida, mas acredito que isso seja o melhor não só para os atores como rotatividade para DPA, a série já está com outros personagens e caminhando bem, acredito que o legado ficou intacto e bem construído na série, peça e trilogia, está na hora deles buscarem novos rumos, mas como disse a própria produção executiva, por mais que pareça um adeus, na verdade é um até breve, isso dito em plena coletiva quebra qualquer teoria do que estaria por vir nos próximos filmes, podemos ser surpreendidos.
Em dez anos de Gloob também foram dez anos de DPA, a trilogia está completamente aberta, a franquia terá muitas produções ainda porém D.P.A. 3 – Uma Aventura no Fim do Mundo é o final de um ciclo dos atores mais icônicos da série e é a porta aberta para um novo horizonte cheio de alegria e diversão, mesmo que esse terceiro filme tropece demais, ele entrega o que as crianças sempre assistiram e amaram, uma grande aventura cheia de mistérios com os detetives do Prédio Azul.