A origem da sétima arte, o cinema, aconteceu há mais de 100 anos. Na época, como você deve imaginar, era muito distinto do que é atualmente. Isso se dá não só pelos filmes que fazem público ir até as telonas do cinema para assistir, mas também por sua importância de assuntos discutidos e construtivos para a sociedade.

Agora, as séries de grandes franquias também atraem o público ao clima cinematográfico. Por exemplo, Harry Potter, Marvel, Transformers, Velozes e Furiosos e outros nomes que conquistaram esse grande público.

O cinema é considerado um dos lugares favoritos de todas as faixas etárias. Também, faz parte do cotidiano daqueles que gostam de acompanhar franquias, grandes lançamentos e, por meio do lazer, querem sair da própria rotina.

A Origem da Sétima arte

Os primeiros nomes

Desde a antiguidade, as pessoas testam formas de imagens em movimento. O Teatro das Sombras, na China, se popularizou por seus movimentos por meio de uma tela branca e feito por um jogo de luz. Assim, é um interessante exemplo de como retratavam o cinema antigamente.

Teatro das sombras
Imagem Divulgação

Além disso, Eadweard Muybridge foi um grande fotógrafo que ficou famoso por utilizar várias câmeras, em diferentes lugares, para capturar uma imagem e assim dar a elas a impressão de movimento.

Sua obra mais famosa é do ano de 1872, mostrando um cavalo em movimento com os pés levantados do solo, que chamou de ‘Cavalo Galopando’. Assim, seu trabalho para o cinema o tornou precursor da cinematografia, já que ele desenvolveu um projeto para a captação das imagens que ele tirava, o zoopraxiscópio.

Louis Le Prince, um dos precursores da sétima arte, passou a registrar imagens em movimento em 1888. Ele o fez com apenas uma câmera de lente única e um rolo de filme. Foi assim que ele, ao filmar pedestres na rua, bondes elétricos e cavalos correndo, tentou patentear a invenção. No entanto, isso não foi possível.

Mesmo tendo feito grandes conquistas para o cinema com a sua invenção, que nomeou de estereótipo (o objeto servia tanto como uma câmera de cinema quanto um projetor), ele desapareceu misteriosamente.

Inclusive, ele foi responsável pelo filme Roundhay Garden Scene, também conhecido como Le Prince Motion Picture No. 1. Acredita-se que este é o filme mais antigo ainda em existência, com apenas dois segundos de duração. Grande parte da filmagem se deteriorou com o tempo, restando apenas 1,66 segundos do original. 

Os pais do cinema

Enquanto isso, os irmãos franceses Auguste e Louis Lumière inventaram o cinematógrafo com base no modelo cinetoscópio, de Thomas Edison e William Dickinson. De acordo com o artigo ‘A Origem do Cinema’ do site Instituto do Cinema, os irmãos Lumière fizeram o cinematógrafo no ano de 1895, sendo considerados os pais do cinema.

Depois de realizarem ajustes no modelo que utilizaram de Edison, eles conseguiram ampliar a capacidade de projetar luz, além de aumentar o tempo das gravações. A princípio, nesse primeiro momento de projeção, seu tempo foi de dezesseis quadros por segundo. Então, após o cinematógrafo demonstrar uma boa funcionalidade, eles patentearam a criação que revolucionou o mundo cinematográfico. 

Antes mesmo da criação estar concreta, países como França e Estados Unidos já estavam à frente no desenvolvimento de câmeras que pudessem capturar o movimento. Eram invenções como a Lanterna Mágica, Praxinoscópio e Cinetoscópio. Cada uma dessas máquinas foi essencial para que os irmãos Auguste e Louis criassem a invenção que os nomearia como ‘pais do cinema’.

Os primeiros passos para a chegada do cinema atual

Então, para que o cinema chegasse ao que conhecemos hoje, ele passou por etapas muito importantes. Até o momento, o cinematógrafo gravava apenas imagens estáticas, que na época chamavam de “teatro filmado”.

Sendo assim, outros dois pioneiros do cinema quiseram modificar ainda mais essa máquina. Eles queriam utilizá-la para contar histórias, narrar acontecimentos e criar técnicas para aprimorar e trazer ainda mais experiências em que as pessoas pudessem sentir o que de fato estava acontecendo através das filmagens com o ‘Cinema Narrativo’. Os responsáveis por essas modificações foram Alice Guy-Blaché e Georges Méliès.

Assim, Alice Guy na época trabalhava como secretária na fábrica e produtora de cinema Gaumont. Desde seu primeiro contato com a máquina, decidiu explorá-la de forma que pudesse trazer em suas filmagens uma técnica de dupla exposição. Com isso, conseguiria atrasar a velocidade da câmera e assim narrar o que seriam as histórias que assistimos na tela do cinema atualmente. Além disso, foi a primeira cineasta mulher a explorar o modelo de cinema narrativo.

Enquanto isso, Georges Méliès, mágico e ator, decidiu explorar o equipamento para desenvolver a linguagem cinematográfica, trabalhar com sobre-exposição e zoom e introduzir cortes nas filmagens. Assim, ele também teve um reconhecimento gigante na indústria cinematográfica e é conhecido como o “pai dos efeitos especiais”.

Afinal, Georges foi responsável pela produção do curta-metragem ‘Viagem à Lua’ de 1902. Inclusive, por ter um histórico de ilusionista, trabalhava em produções autorais com efeitos especiais, dando início ao cinema narrativo que conhecemos hoje.

Viagem à Lua

Famoso curta-metragem Viagem à Lua, ele conseguiu mostrar todo o seu trabalho com os efeitos especiais que criava. Nesse curta de ficção científica, um professor convence seus parceiros de trabalho a explorarem a lua, trazendo a famosa cena em que a nave acaba pousando no olho da lua.

Ao pousarem, eles encontram os seres alienígenas que os levam para o responsável do local, o rei. No entanto, eles descobriram que os alienígenas viravam fumaça ao toque de um guarda-chuva e com isso eles tentaram voltar para a terra. Assim, tiveram dificuldades para conseguir, caindo no oceano e o explorando antes de voltarem a Paris e serem reconhecidos como heróis.

Um exemplo claro da influência desse curta é ‘A Invenção de Hugo Cabret’, do Scorsese. Esta é uma homenagem a esse momento histórico do cinema, já que diversos efeitos fotográficos foram feitos de forma que criassem mundos fantásticos, exatamente o desenvolvimento de linguagem cinematográfica que Méliès trazia em seus filmes.

Conclusão

Hoje, o cinema é parte do entretenimento que mais atrai as pessoas, tendo filmes que fazem as bilheterias chegarem a bilhões. Não à toa, o cinema é considerado a sétima arte.

É por meio dele que pode-se observar uma narrativa construída pela sociedade, seja ela positiva ou negativa. É onde, na gigantesca tela do cinema, muitos encontram um lugar para riso, choro, medo, sustos e diversas outras sensações (ou sentimentos) ao assistir determinados filmes. 

Portanto, sua invenção foi e continua sendo importante para a mudança de questões que ainda são discutidas pela sociedade. Também, chama a atenção de assuntos que no cotidiano são amplamente essenciais para a formação de uma sociedade.

Em breve, você poderá continuar lendo mais sobre a história do cinema aqui no Suco de Mangá com a parte dois da série sobre a sétima arte.