BELLAN
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    O #BELLAN é um nerd assíduo e extremamente sistemático com o que assiste ou lê; ele vai querer terminar mesmo sendo a pior coisa do mundo. Bizarrices, experimentalismo e obras soturnas, é com ele mesmo.

    EXPERIMENTE TAMBÉM

    Noora Louhimo do Battle Beast fala sobre Pentakill e sua estreia no Brasil

    Uma mistura eletrizante de poder vocal, riffs de guitarra e ritmo dançante está prestes a invadir o Brasil! Noora Louhimo, a vocalista carismática da banda de heavy metal Battle Beast, compartilha seus pensamentos e emoções exclusivas em uma entrevista imperdível. Em meio aos preparativos para a tão aguardada primeira turnê pela América do Sul, Noora nos recebe em um bate-papo descontraído sobre música, moda e suas inspirações.

    Desde suas influências musicais, passando pelo processo criativo por trás dos álbuns até suas experiências pessoais, embarque conosco nessa jornada fascinante pelos bastidores do mundo do heavy metal e descubra o que Noora tem a dizer aos seus fãs brasileiros. Vale lembrar que a banda conta com diversas músicas inspiradas e baseadas na obra de Kentaro Miura, Berserk, como “The Band of the Hawk” do álbum Steel, “Golden Age”, “Kingdom” e “Fight, Kill, Die”, do álbum Battle Beast, “Madness”, “Sea of Dreams”, “The Black Swordsman” de Unholy Savior e ainda “The Eclipse”, do Bringer of Pain.

    Prepare-se para uma imersão no universo vibrante e dançante de uma das vozes mais marcantes do cenário heavy metal atual!


    BELLAN: Olá, Noora, primeiro gostaria de agradecer pela oportunidade e estamos ansiosos para a primeira visita ao Brasil! Tudo bem com você?

    NOORA: Eu estou muito bem, estou animada porque, como você disse, eu estou indo para o Brasil! Estou indo para a América do Sul com os meus meninos, com o Battle Beast, e este é um momento histórico para a nossa banda, pois nunca estivemos na América do Sul. Visitamos o México, há alguns anos atrás, mas ainda não fizemos turnê na América do Sul, e isto é muito importante para nós, e sabemos, por estar em contato com nossos fãs na América do Sul através das redes sociais e muita gente está nos aguardando, então estou super feliz de finalmente poder estar lá!

    Sobre o último álbum, “Circus of Doom”, é uma sequência direta de “No More Hollywood Endings” ou é uma obra isolada? Como vocês trabalham as temáticas dos álbuns?

    Na verdade os temas vão se desenvolvendo durante a criação do álbum. Nós nunca iniciamos com um tema, sempre iniciamos com a música. A primeira prioridade é sempre criar ótimas músicas, e aí vai evoluindo a partir disso. Acho que é como uma escultura, algo que você nem decide como o resultado final será, mas o tema vai aparecendo no caminho. Também notei que agora que nós já estamos fazendo o sétimo álbum com o Battle Beast, estamos escrevendo as músicas e eu já tenho essas ideias visuais, sou uma pessoa muito visual, então já estou criando o meu novo figurino. Eu fico muito inspirada pelas músicas que os meninos escrevem, e sempre confio na minha intuição, então se minha intuição me diz “aposte nisso”, então eu escuto, porque geralmente está certo! Mas eu sempre digo pras pessoas escutarem suas intuições, seus instintos, pois para o bem ou para o mal, geralmente estão certos.

    Algo que me encanta no Battle Beast é a mistura Instrumental, às vezes até dançante, com sua Voz. Vocês possuem algum tipo de fórmula para compor ou é algo que surgiu naturalmente? É o que você chama de Party Metal? 

    Eu acho que é porque temos muitas influências diferentes de vários estilos musicais. Por exemplo, o Janne, que é nosso tecladista e produtor, tem um background muito forte no pop, ele gosta muito de música pop, e também de heavy metal. Essa é a minha teoria na verdade, não é algo certo, mas minha teoria é que ele tem essa forte influência da música pop, e então ele gosta de adicionar esses elementos do pop nas músicas. Depois nós temos o nosso guitarrista, o Joona, que criou músicas como Eden, Beyond the Burning Skies e Eye of the Storm, com influências do pop mas com partes de guitarra lindas e melódicas, partes com muito shredding e cantos melódicos. E ele adora quando eu canto com minha voz suave, ele gosta de compor músicas para mim, para minha voz suave. O Eero, nosso baixista, cria músicas que são verdadeiro Power Metal, ou com um estilo mais rock clássico, e você consegue ouvir as influências dele, ele cria músicas bem diretas, como Straight to the Heart. Hero, que também é dele e também é bem direta, um Power Metal ou rock clássico. Eu amo muito essa combinação, é como uma dança entre todos esses gêneros combinados, e como eu amo dançar, é lindo! Eu posso dançar e fazer Heavy Metal e todas as coisas que sempre sonhei em fazer, então é muito bom!

    Antes de entrar para o Battle Beast, o que mais você ouvia e cantava? Quais eram suas referências? Janis Joplin era uma delas?

    Sim, ela é a número 1! Janis Joplin foi o motivo pelo qual fui chamada pelo Battle Beast, pois eles me encontraram através do Youtube, cantando “Piece of My Heart” da Janis Joplin, que você consegue ouvir no meu álbum solo! Eu fiz minha própria versão de “Piece of My Heart”, então vá escutá-la! Claro, AC/DC, Led Zeppelin, muito rock clássico, mas meu repertório como cantora é bem amplo no geral, eu já fiz soul, jazz, pop, pode escolher! Quase tudo, só não rap, mas todo o resto! Minha primeira ídolo foi Whitney Houston, porque quando eu a ouvi cantando “I Will Always Love You” com aquela voz cheia de alma, eu falei: “quero ser assim, quero cantar com tanto espírito e poder quanto ela”, e foi assim que minha jornada começou. Quando eu estava na quinta série, eu sempre tentava imitar meus ídolos, e foi assim que originalmente aprendi a cantar, eu tentava imitar e fazer as mesmas coisas que meus ídolos. É por isso que sempre digo pras pessoas, porque eu também ensino canto e apresentação, não tenham medo de imitar primeiro, não é como se você fosse se tornar outra pessoa, mas você vai encontrar novas ferramentas para usar sua voz, e daí você pode fazer seu próprio estilo.

    Como é seu preparo vocal? Você faz algum tipo de aquecimento antes do show?

    Sim, hoje em dia mais do que nunca, porque no último mês de Outubro tive a ruptura de uma veia interna, por isso não dá pra ver! risadas Mas foi muito ruim, foi bem pior do que eu gostaria de aceitar. E isso foi uma coisa que me deixou muito assustada. Quando eu soube que teve essa ruptura, e aí não estava vazando mais, mas tinha um acúmulo de sangue, então o que aconteceria? Seria o último fim, ou eu teria um derrame e não poderia mais cantar? Então isso foi um momento de revelação pra mim, eu já havia tentado viver de maneira mais saudável, mas agora isso teve um level up. Eu tomo muito cuidado com meu aquecimento, desaquecimento, minha nutrição, o que como, o que faço. Mas acho que isso é algo que amo fazer, eu ser meu próprio experimento para testar como meu corpo funciona de formas diferentes quando faço algo. Eu tenho objetivos muito grandes como artista e para o Battle Beast, então quero apenas ser a melhor no que faço, e isso demanda que eu tome conta de mim mesma de todas as formas possíveis, mas também preciso curtir a vida! Por isso eu gosto de cozinhar, eu amo comida, eu amo música, amo dançar e por isso estou tão animada para ir para a América do Sul porque é a Mecca da dança latina e quando eu tiver uma chance preciso ir dançar em algum lugar, pois será um sonho realizado!

    Como você cria seus looks? Cada álbum te dá uma inspiração temática diferente?

    Sim, o processo todo começa até antes de começar o álbum, porque eu tenho estar à frente das coisas, mas também começa com diferentes visões que tenho e aí começo a desenhá-las, e depois inicio o processo com meu estilista, que também desenha, e então compartilhamos nossas ideias, procuramos por diferentes materiais. Então, agora que temos algumas músicas já escritas, então eu fico mais inspirada e tenho mais dessas visões de elementos que quero ter no visual. Eu também tenho toda uma equipe de chifres, que vai criar os novos acessórios e chifres e coisas do tipo, e tudo é combinado com o estilista, e aí os meus meninos têm o mesmo estilista, então combinamos tudo no final. Mas todo este processo é como fazer um álbum, é como fazer esculturas, eu tenho vários acessórios e o look todo é como se fosse uma segunda pele. Não é só um uniforme de trabalho, mas sou eu no palco. É muito importante acertar isso 100%. Este também é o processo criativo que eu amo. Desde que sou criancinha, eu queria ser uma designer de vestidos, e agora é possível com a minha banda, eu posso criar minhas próprias roupas, com meu estilista, com minha equipe de chifres, eu posso expressar minha criatividade através disso também. E leva um tempo, eu tento agendar para que, depois do álbum pronto e a gente tenha que tirar as imagens para o material promocional, o processo esteja terminado, e isso significa que pode levar um ano ou um ano e meio.

     

    Muitas letras do Battle Beast são inspiradas em obras da Cultura Pop, como Berserk, de Kentaro Miura. Então, como foi participar junto com Jorn Lande na banda PENTAKILL, de League of Legends?

    Foi incrível! Eu amo fazer esse tipo de projeto colaborativo também, porque é tão diferente! Esse foi um trabalho feito à distância, eu estava com o meu produtor pessoal aqui na Finlândia, que também produziu meu álbum solo, então geralmente trabalho com ele com gravações à distância. Ele estava gravando e produzindo comigo e ao mesmo tempo eu estava me comunicando com os compositores da Pentakill e foi dessa forma. Demorou algumas semanas ou meses para terminar todo o projeto. O processo foi desta forma, eles perguntaram se eu gostaria de participar, eu disse que sim, recebi o material, agendei o estúdio, e aí temos uma conexão à distância com os compositores. Então gravamos e torcemos, “por favor coloquem tudo lá”! E claro, se houverem algumas coisas para corrigirmos, gravamos de novo. Mas eu não fiz isso! *risadas*

    Você tem alguma experiência pessoal da América Latina ou do Brasil? Uma banda ou artista?

    Bem, eu já cantei uma música quando estava estudando, e é mais ou menos assim… Isso foi há mais de 10 anos, mas era mais ou menos assim: “Brasil, meu Brasil brasileiro”. Era algo assim, eu me lembro e gosto muito dessa música.

    Marcos (Nuclear Blast): É Aquarela do Brasil.

    Isso, é essa mesmo! Mas eu estou muito animada para chegar lá, e conhecer a sua cultura, e seu povo, e sua comida e tudo, é algo que não vejo a hora de provar, absorver tudo, conhecer o Brasil, especialmente as pessoas lá, será muito especial.

    A Finlândia exporta muitas bandas, inclusive para a América Latina e para o Brasil. O Governo tem participação nisso? Como funciona?

    Nós podemos solicitar dinheiro do governo, há muitos lugares onde podemos nos inscrever para ter um dinheiro de apoio para turnês em qualquer lugar do mundo na Finlândia, e é muito legal que eles querem nos apoiar. Também há algumas pessoas independentes que querem apoiar artistas. Não consigo me lembrar no momento se nós temos apoio para esta turnê, mas espero que sim! Porque esta é uma troca cultural ao mesmo tempo. Também, na Finlândia, nós podemos nos aplicar depois, não toda vez, mas às vezes você pode dizer que perdeu o prazo para se inscrever e aí saiu na turnê, e pode solicitar depois da turnê. Nós estamos indo para o seu país e mostrando a cultura finlandesa também, então eu acho que o governo deve apoiar a troca musical em qualquer país.

    Como você se sente sobre a oportunidade de se apresentar no Summer Breeze Brasil 2024?

    A Finlândia é a mais conhecida no mundo do heavy metal, mas é engraçado porque eu sinto que na Finlândia as pessoas não estão nem aí! *risadas* As pessoas que amam heavy metal e rock estão totalmente imersas nela, e nós temos rádios de rock, o governo dá apoio, e nós temos esses festivais ao redor da Finlândia, pequenos e grandes, de rock e heavy metal. Mas aí quando falamos sobre estas gravadoras que ajudam… por exemplo, grandes gravadoras da Finlândia ignoram música pesada e rock normalmente, se não estiverem em finlandês. É um pouco frustrante, pois como eu disse antes, temos essa troca cultural e queremos fazer com que as pessoas saibam que a Finlândia existe ao redor do mundo, mas acho que as pessoas que decidem sobre essas coisas na Finlândia na indústria musical não se importam muito. Mas eu espero que isso mude! E por isso também estou fazendo este trabalho, pois quero fazer a diferença. Também por isso tocar no Summer Breeze Brasil vai ser importante para a gente, pois poderemos mostrar pras pessoas o tipo de gente maluca que vem lá da Finlândia! Eu tenho acompanhado o Summer Breeze nos últimos anos, e sempre penso que realmente gostaria de ir, e estou feliz que vai acontecer.

    Para finalizar, existe alguma mensagem que você gostaria de transmitir aos seus fãs brasileiros?

    Sim, nós estamos trabalhando no sétimo álbum agora, estamos escrevendo as músicas, estou criando as roupas para o novo look, e está indo muito bem! Eu estou muito feliz por fazer esta turnê, estamos indo para o Brasil com o Circus of Doom, pois este é o melhor álbum para nós, e eu posso garantir que você terá a melhor festa de heavy metal do mundo. Comprem seus ingressos agora!

    *Recentemente o evento confirmou que vai rolar Signing Sessions com o Battle Beast!

    Créditos e Agradecimentos: Jaqueline (Revisão), Renato (Tradução e Adaptação), Gabby (Apoio), Moita (Dicas), Marcos Franke (Nuclear Blast), Diogo Locci (Assessoria SBOA), Nicole (Cortes e Redes Sociais).


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