O Primeiro Gole de hoje traz uma história com um roteiro conhecido, mas com um tema inédito. Akane-Banashi, o mangá da Editora JBC que fala sobre rakugo, uma arte narrativa performática.
Parece complicado né? Simplificando, é um jeito tradicional japonês de contar histórias. Aqui, apenas uma pessoa fica de frente para a plateia, segurando apenas um leque, e a entretém com a narrativa, fazendo diferentes vozes e sendo especialista nas expressões faciais e corporais.
Diante disso, se desenrola o mangá escrito por Yuki Suenaga e desenhado por Takamasa Moue. A publicação saiu no Japão em 2022 e este ano chegou ao Brasil pela JBC.
Então, senta que lá vem história!
Enredo
Primeiro, conhecemos Shinta Arakawa, um rakugoka profissional que deseja alcançar a posição mais alta da profissão: shin’uchi. Mesmo sabendo que o rakugo é um caminho duro e ouvindo ofensas de outras pessoas Shinta ganha motivação ao pensar na sua filha pequena Akane.
Porém, após ter sofrido uma aparente injustiça no seu teste, Shinta nunca mais se apresentou. Querendo honrar seu pai e mostrar para todos que rakugo é uma profissão que merece reconhecimento e respeito, Akane treina com o antigo professor do pai.
Agora, já com 17 anos, ela já possui o talento necessário para se destacar. Entretém sua plateia, arranca risos de todos e possui ótimos gestos faciais e corporais. Mesmo assim, se depara com verdadeiros prodígios nessa arte, escuta críticas e começa a subir os primeiros degraus da sua carreira.
Com a ajuda de seus veteranos, Akane fará tudo o for preciso para se tornar a melhor rakugoka e vingar a injustiça de seu pai.
Água com açúcar
Existem incontáveis histórias cuja missão da vida do protagonista é trazer justiça ou honra para um familiar que caiu na desgraça. Porém, Akane-Banashi usa esse clichê com uma nova premissa, mostrando uma arte que não conhecemos muito aqui no Brasil.
Assim, como o próprio rakugo é humorístico, o mangá é bem divertido. Akane é uma menina espalhafatosa, desastrada e cheia de si, deixando a personagem cativante. Sua relação com os veteranos é o que eu mais gostei de ver, pois é uma dinâmica de amizade, provocações e respeito.
Além disso, o desenho em si é bem bonito. Tem um traço limpo, suave, bem gostoso de acompanhar.
Enfim, confesso que minhas expectativas não estavam tão altas, mas o mangá me surpreendeu. Acredito que o principal motivo seja os personagens, pois cada um deles é distinto entre si e são muito marcantes.
O humor, junto com a representação do rakugo, também são pontos fortíssimos pra nos prender na leitura. Claro, conseguimos imaginar o rumo que essa história vai tomar, mas fico ansiosa para ver quais caminhos Akane vai pegar e quais outras figuras ela vai conhecer que vão influenciar o seu caminho.
Então, se você gosta de um mangá levinho, divertido, sentimental e com mais um pouquinho da cultura japonesa, Akane-Banashi vai superar suas expectativas!