terça-feira, maio 20, 2025
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Todo Tempo Que Temos | Review

Todo Tempo Que Temos, protagonizado por Florence Pugh Andrew Garfield, já é um dos romances mais aguardados do ano. O filme, do diretor John Crowley, chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (31), mas também teve uma exibição especial no Festival do Rio 2024, no início de outubro.

O drama acompanha a história de Almut (Pugh), uma jovem e renomada chefe de cozinha que é pega de surpresa por um diagnóstico de câncer terminal, e seu marido Tobias (Garfield), com quem vai contar com o apoio neste momento delicado. Eles são um jovem casal que se encontrou em uma situação inusitada, em um momento da vida que ambos estavam dispostos a viver um romance, mesmo que despretensiosamente, e aos poucos foram desenvolvendo algo sério.

Vemos todo esse desenvolvimento da relação deles por meio de flashbacks, utilizados do início ao fim do longa, que intercalam cenas do presente e passado de forma que confundem o espectador em alguns momentos, mas que funcionam bem para dar a ideia de evolução e amadurecimento de um relacionamento.

Podemos citar algumas obras que, com certeza, o público irá se lembrar ao assistir este filme: Já Sinto SaudadesSe Eu FicarA Cinco Passos de Você, e é claro, talvez o primeiro a ser pensado por unanimidade, A Culpa é das Estrelas. O que todos esses têm em comum é o fato de falarem sobre doenças pela perspectiva do romance, e de como ter alguém ao lado para dar suporte faz diferença nesse momento. Além disso, todos os citados trazem a visão do que é passar por esses diagnósticos sendo jovem, com a vida toda pela frente, tendo que lidar de saber o que pode se perder.

A perda é algo que Almut se depara o tempo todo. Perda da capacidade de exercer sua profissão com excelência, da oportunidade de ver sua filha crescer, da prática do seu esporte favorito, do desfrute pleno de seu casamento, da vaidade e até mesmo de sua saúde física. Para isso, ela precisa fazer escolhas, para aproveitar com sabedoria “todo o tempo que lhe resta”. Inclusive, a escolha de optar por esse tempo.

Como alívio para a densidade que o tema carrega, temos muitas cenas de humor, como a do parto, que definitivamente é um dos ápices da trama. As personalidades de Almut Tobias já são descontraídas, afinal, eles são um casal descolado, sendo ela mais do que ele, que, apesar de ser o típico homem fofo e compreensivo, também é desajeitado e antiquado, que sonha em ter um casamento tradicional e formar uma família, diferentemente dela, que tem seus sonhos e carreira em primeiro lugar. Esse embate vai gerar discussões, tensão e questionamentos entre eles, mas também zoações.

Algumas cenas de comédia, principalmente no início, podem passar do ponto e parecerem irreais, ou postas convenientemente para fazer a narrativa andar, porém, não chegam a ser incômodas, pois logo percebemos que o tom do filme é esse. O personagem do Andrew Garfield por si só já chega a beirar o absurdo algumas vezes, mas conseguimos relevar sem esforços, pois à medida que a história avança, conseguimos nos apegar ao casal, e isso é um mérito.

Contudo, quando o filme aborda as questões mais sérias, ele trata de forma bem crua, tanto na forma gráfica, quanto nos questionamentos e reflexões que levanta. Eles podem bater diferente para cada pessoa, dependendo da forma como cada um enxerga o sentido das vivências e experiências humanas.

Florence Pugh é um dos nomes mais promissores da nova geração de atores de Hollywood, e aqui ela faz jus à esse título, pois, apesar de não entregar uma atuação muito diferente de seus trabalhos anteriores, segue ótima, visto que ela sempre atua muito bem. Uma de suas características mais marcantes é a forma visceral que interpreta, sempre trazendo naturalidade na forma de gesticular e falar os diálogos de suas personagens. Observamos isso em várias cenas, o que nos faz gostar mais da mulher, afinal, quanto mais natural for a atuação, mais conseguimos nos identificar. O mesmo podemos dizer de Andrew Garfield, que é um ator veterano e sabe bem o que fazer em tela. E os dois têm uma boa química, conduzida por ela, que brilha como protagonista!

Ao terminar de assistir, sai com a sensação de que tinha assistido um filme feito nos anos 2000. Com montagem simples e objetiva, que passa sensibilidade de forma engraçada e irreverente, e tem umas escolhas estéticas um tanto bregas e clichês, mas que acerta em cheio onde te emocionar, mesmo que utilize algumas canastrices para isso. Você pode chorar (eu chorei), mas vai ser algo bem agradável de ver!

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SINOPSE

Almut e Tobias são unidos por um encontro surpresa que muda suas vidas. Ao embarcarem em um caminho desafiado pelos limites do tempo, eles aprendem a valorizar cada momento de sua história de amor não convencional.
Carol Freitas
Carol Freitas
Jornalista, copywriter, produtora cultural, criadora de conteúdo e fã girl. Uma carioca apaixonada pelos anos 2000, cinema, arte e cultura, que coleciona experiências em shows e eventos (e contando).

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