BELLAN
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    O #BELLAN é um nerd assíduo e extremamente sistemático com o que assiste ou lê; ele vai querer terminar mesmo sendo a pior coisa do mundo. Bizarrices, experimentalismo e obras soturnas, é com ele mesmo.

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    Star Wars Outlaws | Review

    “Star Wars: Outlaws” se propõe a explorar um lado menos glamoroso e mais sombrio do universo de Star Wars, longe dos Jedi e seus sabres de luz, mergulhando no submundo da galáxia onde as regras são ditadas pelos mais espertos e destemidos.

    Desenvolvido pela Massive Entertainment e publicado pela Ubisoft, o jogo tenta capturar o espírito de uma aventura fora da lei, trazendo uma experiência focada em escolhas morais, alianças dúbias e muita exploração em mundos abertos.

    Kay Vess e Nix: Uma Nova Perspectiva na Galáxia

    A protagonista, Kay Vess, é uma caçadora de recompensas inexperiente que tenta sobreviver fazendo trabalhos sujos, sempre acompanhada de seu leal companheiro Nix, um adorável alienígena que serve de apoio tanto emocional quanto prático nas missões. Kay, uma aspirante a vigarista, está longe de ser uma heroína tradicional. Ao contrário, ela é o típico arquétipo de anti-heroína, misturando o charme de Han Solo com a astúcia necessária para sobreviver em uma galáxia cheia de perigos.

    O início do jogo é um pouco morno, com um tutorial simplório que não faz jus à grandiosidade do universo de Star Wars. Somente a partir da segunda metade da campanha, a narrativa começa a ganhar fôlego, mas ainda assim permanece genérica e sem grandes surpresas, focando mais na ação e menos na profundidade dos personagens.

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    Imagem Divulgação

    Exploração: Um Mundo Aberto com Sabor Familiar

    Outlaws apresenta cinco planetas exploráveis, cada um com seu próprio bioma, cidades e personagens. Os cenários vão desde planícies abertas em Toshara até as ruas geladas de Kijimi, passando por postos avançados repletos de bandidos e contrabandistas. A ambientação é um dos pontos altos do jogo, com uma rica atenção aos detalhes que fazem o jogador realmente se sentir imerso no universo de Star Wars. A dublagem também merece destaque, com vozes bem trabalhadas que ajudam a dar vida a esse submundo.

    No entanto, apesar da beleza dos planetas, há um problema evidente com a repetição. A jogabilidade sofre com a “receita Ubisoft de ser”, que inclui mapas cheios de ícones, missões secundárias genéricas e mecânicas familiares de outros jogos da desenvolvedora, como “Assassin’s Creed” e “Avatar: Frontiers of Pandora”. Embora o mundo seja vasto, ele não é tão denso quanto poderia ser, e a fauna parece subutilizada, com poucos elementos interativos que realmente se destacam.

    Sistema de Reputação e Escolhas Morais: Entre Alianças e Traições

    Um dos aspectos mais interessantes de Outlaws é o sistema de reputação com os quatro principais sindicatos criminosos: Pyke, Aurora Escarlate, Cartel Hutt e Clã Ashiga. Cada facção tem suas próprias missões e recompensas, mas agradar a uma pode significar desagradar a outra, criando um jogo de gato e rato onde o jogador precisa gerenciar cuidadosamente suas alianças.

    Esse sistema adiciona uma camada estratégica ao gameplay, incentivando o jogador a alternar suas lealdades para maximizar os benefícios sem se comprometer totalmente com nenhum grupo. É uma mecânica que reflete bem a natureza de Kay como uma fora da lei que está disposta a trair e mentir para se dar bem.

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    Combate e Furtividade: Entre Tiros e Infiltrações Problemáticas

    Kay Vess não é uma guerreira treinada, e isso se reflete no estilo de combate do jogo. Armado apenas com um blaster e algumas granadas, o combate é basicamente uma combinação de tiroteios rápidos e uso estratégico de habilidades furtivas – bem faroeste espacial. Nix, seu fiel companheiro, atua como um apoio valioso, distraindo inimigos ou ativando mecanismos à distância, semelhante à águia de “Assassin’s Creed”. Ainda assim, o sistema de furtividade parece ultrapassado e desajeitado, com inimigos que detectam Kay de forma inconsistente e mecânicas que muitas vezes se tornam mais um incômodo do que uma ajuda.

    O jogo também introduz minigames repetitivos para abrir portas ou desativar campos de força, o que quebra o ritmo das missões e acaba tornando as invasões menos emocionantes do que poderiam ser. Embora essas atividades ajudem a variar a jogabilidade, muitas vezes elas parecem fora de lugar, interrompendo a fluidez que se espera de uma aventura de infiltração.

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    Imagem Divulgação

    As Viagens Espaciais Estilo Arcade

    As viagens espaciais em Outlaws adicionam um toque de estilo arcade ao jogo, com combates rápidos contra o Império e piratas, e a possibilidade de explorar estações espaciais em busca de novas missões e recursos. Apesar de visualmente impressionantes, essas seções carecem de profundidade e acabam sendo uma experiência mais superficial do que realmente imersiva. Os controles das naves são simples, mas a falta de complexidade nos combates espaciais faz com que essas partes do jogo se tornem rapidamente repetitivas.

    Gráficos e Design de Mundo: Uma Mistura de Nostalgia e Limitações

    Visualmente, Outlaws captura a essência de Star Wars com maestria, especialmente em seus cenários urbanos e paisagens abertas. No entanto, a modelagem dos personagens é um ponto fraco, com animações faciais rígidas e expressões que não conseguem transmitir toda a emoção da narrativa. Essa limitação gráfica acaba impactando negativamente a imersão do jogador, especialmente em um jogo tão focado em suas interações sociais e em um universo tão icônico.

    O design sonoro, por outro lado, é excepcional. A trilha sonora incorpora tanto temas clássicos de Star Wars quanto novas composições que complementam perfeitamente a atmosfera do jogo. O som dos blasters e o ambiente das cantinas dão vida ao mundo de Outlaws de uma forma que poucos jogos da franquia conseguiram capturar.

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    Conclusão: Um Capítulo Imperfeito, mas Promissor no Universo Star Wars

    “Star Wars: Outlaws” se apresenta como uma tentativa de expandir os horizontes da franquia ao explorar as áreas cinzentas da galáxia, onde a moralidade é um conceito flexível e a sobrevivência é tudo o que importa – um pouco do Episódio 8 que tanto amo (e muitos odeiam) traz à tona.

    O jogo acerta em cheio na ambientação, na construção de mundo e na criação de um sistema de reputação que encoraja decisões estratégicas e morais. No entanto, ele também carrega o peso de algumas falhas significativas, desde uma jogabilidade repetitiva e minigames mal integrados até problemas técnicos que comprometem a experiência visual.

    Apesar de suas limitações, Outlaws é uma aventura divertida que oferece algo novo para os fãs de Star Wars, especialmente aqueles que procuram uma história fora da sombra dos Jedi e da Força. Kay Vess é uma personagem interessante que traz frescor ao universo, e sua jornada de ascensão no submundo galáctico é um passeio interessante. Com ajustes, Outlaws tem o potencial de se tornar um clássico, mas por enquanto, é um jogo que se destaca mais por suas ideias do que por sua execução. Que venha uma sequência!

    SINOPSE

    Em Star Wars Outlaws, Kay e Nix buscam a oportunidade de suas vidas. Durante essa era, o domínio do Império está distraído pela incansável rebelião, levando a uma era dourada para o submundo. As façanhas de Kay como uma ladra habilidosa chamam a atenção de Sliro, o líder do novo e ameaçador sindicato do crime Zerek Besh. Quando Sliro coloca uma recompensa em troca da cabeça de Kay, ela e Nix recebem uma única chance de liberdade: realizar um dos maiores assaltos de todos os tempos. Para isso, a dupla precisará navegar pelo submundo da galáxia, construindo sua reputação com organizações criminosas lendárias, incluindo o Sindicato Pyke, o Cartel Hutt, o Clã Ashiga e a Aurora Escarlate -- evoluindo de ladrões de rua a foras-da-lei habilidosos.
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