Imagina aqui comigo: seus pais são imigrantes e você enquanto jovem costumava zombar da tabela periódica. O tempo passa e você desenvolve um projeto um tanto desafiador: Elementos. Essa é a história de vida de Peter Sohn, cineasta que dirigiu e participou de O Bom Dinossauro, UP: Altos Aventuras e outros filmes da Pixar – estúdio que, com Elementos, realizou a sua primeira produção totalmente original nos cinemas desde a pandemia.
Por isso, o longa, que terá sua estreia no dia 22 de junho, precisa ter um bom desempenho durante os dias em cartaz para poder mostrar, mais uma vez, que a companhia tem um grande potencial e segue sendo um poderoso estúdio na busca de atingir várias gerações, visto que suas histórias estão intimamente ligadas à família.
Enredo de Elementos
A animação se passa em uma cidade onde os habitantes feitos de fogo, água, terra e ar convivem entre si. Já de início vemos uma simbologia sobre imigração e também sobre o preconceito que as pessoas sofrem todos os dias por ser diferente de outras. Ah, não se preocupe, pois não haverá spoiler, afinal, ao ser entrevistado para o veículo The Official Disney Fan Club, Sohn disse “Eu tentei captar a ideia de pessoas de outros lugares que se reúnem para criar uma vida para elas mesmas. Esse foi o gancho emocional para mim, o fato de meus pais terem vindo de outro lugar para criar uma vida melhor para nós”.
E, seguindo esse gancho, a história gira em torno de uma jovem mulher flamejante e um rapaz que vive seguindo o fluxo onde juntos, descobrem algo surpreendente, mas elementar: o quanto eles têm em comum, fazendo com que suas diferenças os unam mais do que o imaginável. Contudo, foi exatamente por isso que estava ansiosa para vê-lo e saber como a equipe iria conseguir traduzir e desenvolver o romance improvável entre Ember (Faísca, dublada por Leah Lewis) e Wade (Gota, dublado por Mamoudou Athie), fogo e água, respectivamente. Cheguei até a achar que seria um amor impossível como o de Romeu e Julieta, mas, traz a ideia de que está tudo bem pessoas diferentes ficarem juntas, algo meio o musical: Amor, Sublime Amor.
Elementando por aí
O mundo criado por Elementos lembra a ideia da cidade de Zootopia, que também carrega uma mensagem sobre preconceito e aceitação, com todos seus diferentes tipos de habitantes. Os produtores do filme da Disney souberam aproveitar o universo criado por eles, trazendo, dessa forma, algo mais amplo, diversificado e sem perder o foco – diferentemente do recente longa da Pixar, que foca apenas nos personagens principais Faísca e Gota, e os outros (ar e terra) aparecem apenas para preencher lacunas visuais ou para criar um certo ar de comédia com isso, apesar de ter como enredo a história de dois elementos ditos opostos. Seria legal passear por toda cidade, afinal, a história também gira em torno de como é formada a ambientação dos personagens.
E falando em personagens! Posso dizer sem dúvidas que a Pixar entregou bastante com os efeitos visuais e edição. Inclusive, se você assim como eu, se surpreendeu com o fato de Red e Luca carregarem algo mais cartunesco em sua composição, em Elementos isso também ocorre, porém, com algo mais inovador que caracteriza cada um como o corpo de Faísca parecer de fato um corpo se fogo ao invés de um corpo pegando fogo, ou o Torrão ser feito de madeira, plantas e terra, tudo em perfeita sintonia. De fato, um ótimo tiro ao alvo em desenvolver isso para as telonas, né?
Concluindo em bom estilo
É um filme ótimo para se assistir em família e bem curtinho, 93 minutos, nada muito ruim, entretanto valeria a pena ter uns minutinhos a mais para melhor desenvolvimento e aproveitamento. Você vai se encantar com o fato de como cada elemento realmente é único até em sua forma de se envolver entre si. A dublagem traz uns dialetos bem engraçados e diversos, inclusive vi pela primeira vez o que cresci escutando meu pai falar “Roda presa”, e isso me tirou uma risada interna. O filme por si só traz um desenvolvimento muito incrível dos personagens principais e também consegue transmitir para quem assiste os sentimentos de cada um, a angústia, felicidade, raiva. Ah, cá entre nós, as minhas cenas preferidas foram as cenas sem fala, incrível, não? Claro que não posso deixar de finalizar isso com algo que amei MUITO, que foi a ideia de trazer uma figura masculina, mas frágil e que condiz com sua realidade e transparência ~ Pegou a referência?
Vale a pena assistir e até fazer referências a algum ocorrido ou comparar seu amigo, irmão, conhecido com alguns personagens. Vi-me um pouco na Faísca e não foi só pelo fato de sermos parecidas, mas sim quando mostrou o lado mais difícil de controlar. Também me vi no Gota. Tenho a mesma forma de reagir a situações ditas bobas. O final é surpreendente e libertador, despertando a admiração e até a expectativa por algo semelhante. Foi uma ótima crítica, mas, cada pessoa terá sua forma de interpretação dos casos. Como o namoro impossível, o desejo pela ideia de fazer o que é certo, a dúvida e o desejo de viver e fazer o que acha que é o certo para si.
Para finalizar, o filme entra em cartaz dia 22 de junho e é classificação livre para todo o público! Além disso, em breve estará também disponível nas plataformas de streaming. Fique por dentro da Suquinho também que em breve teremos o Review com Spoiler!
A Pixar provou que história de vida, química e muita arte dão certo. Ótimos ELEMENTOS cinematográficos >.<.