Caso você não acredite na crise criativa de Hollywood, basta procurar as últimas estreias do gênero terror, encontrará inúmeras produções diferentes com o roteiro praticamente igual.

Dessa vez o filme trás um velho mito da fantasia que é ligada ao judaísmo, interessante a temática e curiosa seu desenvolvimento, mas precária em sua trama, fraca em terror e bem provável que será rotulada por alguns nerds chatos jogadores de RPG de um filme horrível, mas A Lenda de Golem não é uma produção fraca por sua temática, e sim por ser um filme de terror que não te amedronta.

O que é um Golem?

Antes de mais nada, deve-se comentar sobre a aparência do Golem, um mero garotinho que se mostra igual aos humanos, discutindo dentro do que roda a ficção, Golem são homunculus criados a partir da alquimia, pode-se relacionar facilmente às criaturas criadas em Fullmetal Alchemist, homunculus como Gluttony, Envy e entre outros são Golem, não necessariamente são aqueles colossos de pedra que muitos já viram em jogos de RPG aos montes, mais precisamente parecido com o Golem de Monster Rancher.

Então esse desconhecimento do folclore judaico pode fazer alguns torcerem o nariz, por isso vá de cabeça aberta quanto a essa informação, a qual isso é um ponto positivo do filme: trazer a verdadeira origem do golem que foi contada no misticismo histórico, serve até de informação para quem gosta de monstros místicos, e como esse mito inspirou o livro da Mary Shelley, Frankenstein; se têm um desenvolvimento riquíssimo entre criador e criatura, que te prende por alguns momentos.

Desenvolvimento

Hanna, interpretada pela atriz Hani Furstenberg, é a principal culpada pelo “terror” vivido em tela por um único motivo pessoal, vingança, a mesma cria o golem para defender o povo oprimido em ameaça à pessoas que julgam os judeus como bruxos malígnos, mas isso era apenas intolerância religiosa dentro da trama.

O desenvolvimento roda em torno de Hanna e seu Golem, a qual ela olha como se fosse o filho dela, e para quem já leu Frankstein, ligará inúmeras referências, quem jogou RPG ou assistiu e leu Fullmetal Alchemist mais ainda, então isso pode ser um prato cheio para quem se interessa por essa temática, mas um ponto muito importante coloca esse filme como um grande candidato a Framboesa de Ouro na categoria Pior Filme do Ano.

As inúmeras cenas gore de mutilação e mortes ao estilo “fatality” do Mortal Kombat não esconde a fraqueza de roteiro nítida, nada de furos ou falhas, na verdade ele é bem redondo em história, porém não prende por falta de incremento relacionado ao macabro e horror, a falta de interesse vai lhe causando desgaste a ponto de se incomodar com o filme, te chateando a cada cena, mas o que mais faltou em A Lenda de Golem foi o que o dita ser do gênero terror.

Não causa medo, não aterroriza, não assusta, cenas de mutilação exagerada faz o gore ser visto como trash, e o impacto de medo não acontece, o terror psicológico de Hanna defendendo seu golem como se fosse seu filho é absorvido, mas não sentido, e para evitar que o golem continue a chacina no vilarejo, ela precisa fazer uma escolha difícil, que também não é sentida, todo o emocional que deveria trazer entre amor, ódio e medo simplesmente são omissos em trama e fotografia, e isso é o impressionante, um filme de terror que não traz nada em emoção, completamente descartado, faltou a essência do gênero para sentimentos fortes, de certa forma inacreditável o quão insosso esse filme foi, pareceu até que nada foi assistido, um pensamento estranho, pois o esquecimento foi instantâneo.

Acertos e Erros

Uma bela história que apresenta a real origem da criatura golem, isso deve ser destacado, mas melancólico na sua essência ao se tratar de terror, faltou um desenvolvimento melhor para te colocar perdido na trama, largado até o momento em que vêm o susto, ou o ataque que a cena gore acontece, mesmo com fotografias escuras, tempos de peste negra e misticismo amaldiçoado do folclore judaico, não sustenta o vazio gigantesco da falta de medo e agonia que deveria trazer esse filme, A Lenda de Golem é para estampar o que está acontecendo com o gênero terror hollywoodiano e deve servir de aviso para os fãs do terror.

REVIEW
A Lenda de Golem
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
a-lenda-de-golem-reviewUma vila judaica do século 19 é invadida por pagãos. Para salvar a família e seu povoado, Hanna, uma fiel com vasto conhecimento na mitologia judaica, decide invocar a ajuda de uma antiga criatura: o Golem. Invocado no barro, o garoto ganha vida e faz de tudo para proteger sua criadora, inclusive matar qualquer inimigo.