sábado, junho 7, 2025
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Ao Vivo de Bagdá: O Jornalismo na Linha de Fogo

O filme Ao Vivo de Bagdá (Live from Baghdad, 2002), dirigido por Mick Jackson e estrelado por Michael Keaton e Helena Bonham Carter, traz uma abordagem intensa e imersiva sobre o jornalismo de guerra e a cobertura televisiva da Guerra do Golfo.

Baseado em eventos reais, a obra acompanha a equipe da CNN liderada pelo produtor Robert Wiener (Keaton), que se infiltra no coração do conflito em busca de exclusividade e impacto midiático.

Narrativa e Conflito

O filme equilibra bem a tensão política com o lado humano do jornalismo. Desde os primeiros momentos, vemos a rivalidade entre a CNN e a CBS, deixando claro que a corrida pelo furo jornalístico é uma guerra à parte. Conforme a história avança, o espectador acompanha o dia a dia dos jornalistas em Bagdá, a relação delicada com a assessoria de imprensa do governo iraquiano e o dilema moral entre reportar a verdade e não ultrapassar os limites impostos pelo regime de Saddam Hussein.

O momento mais impactante do filme é, sem dúvida, a transmissão ao vivo dos primeiros bombardeios, quando a CNN se torna a única emissora ocidental a noticiar em tempo real os ataques a Bagdá. Essa sequência carrega uma carga emocional forte e mostra a evolução do jornalismo televisivo como ferramenta não apenas informativa, mas também política.

Atuações e Personagens

Michael Keaton entrega uma performance convincente como Robert Wiener, capturando bem a ousadia e a determinação de um jornalista disposto a arriscar tudo por uma matéria. Já Helena Bonham Carter, no papel de Ingrid Formanek, traz um contraponto interessante, equilibrando a intensidade da narrativa com um toque de pragmatismo. A química entre os dois é funcional, mas não chega a ser um destaque do filme.

Outro personagem que merece atenção é Wal Jazim, o contato entre a CNN e o governo iraquiano. Ele adiciona um elemento de intriga à história, representando o dilema de quem precisa mediar interesses opostos em um contexto tenso e volátil.

Temática e Crítica Política

O filme também levanta questões relevantes sobre o papel da mídia na construção da narrativa de guerra. Ele mostra como os Estados Unidos usaram a retórica da “liberdade” contra a ditadura de Saddam Hussein, ao mesmo tempo em que havia um forte interesse econômico no petróleo da região. Assim, Ao Vivo de Bagdá não apenas retrata a história, mas convida o espectador a refletir sobre o poder da informação e a influência da mídia nos conflitos modernos.

Com um roteiro bem estruturado e boas atuações, Ao Vivo de Bagdá é um filme que vale a pena ser visto, especialmente para quem se interessa por jornalismo e geopolítica. Apesar de não reinventar o gênero, ele consegue capturar a tensão do momento histórico de maneira eficaz.

SINOPSE

O produtor da CNN Robert Wiener, seu colega e sua equipe aventuram-se na capital do Iraque para cobrir a Guerra do Golfo.
BELLAN
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O #BELLAN é um nerd assíduo e extremamente sistemático com o que assiste ou lê; ele vai querer terminar mesmo sendo a pior coisa do mundo. Bizarrices, experimentalismo e obras soturnas, é com ele mesmo.

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