Talvez você nunca tenha ouvido falar de Takashi Shimizu, mas com certeza já viu algum de seus trabalhos, afinal ele é um dos poucos roteiristas e diretores japoneses que teve a oportunidade de dirigir mais um dos remakes ocidentais dos sucessos de terror orientais.
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Criador da franquia de sucessos Ju-On (The grudge/O Grito), Shimizu começou seus trabalhos ainda na Escola de Cinema de Tóquio, onde lançou dois curta metragens que contavam a respeito de uma lenda folclórica japonesas sobre pessoas que morrer com ódio em seus corações.
Os dois curtas posteriormente serviriam de prévia/inspiração para o longa Ju-On: The Curse lançado em 2000 e sua continuação ainda no mesmo anos. Dois anos depois um remake foi feito nos Estados Unidos, dirigido pelo próprio Shimizu, “O Grito”, filme que – junto com O Chamado – apresentou as plateias ocidentais um pouco do horror japonês.
Meu primeiro contato com o longa foi nas videolocadoras ainda quando criança. Na época, após assistir O Chamado, eu fui atrás de O Grito, porém, eu só encontrei a versão japonesa e assisti ela sem saber a diferença. Foi meu primeiro filme japonês, e logo um horror de arrepiar os cabelos.
Apesar de não ter feito tanto sucesso nas telonas ocidentais, a série continuou do outro lado do mundo com mais quatro longas, dois produzidos por Shimizu em 2009.
O diretor também fez outros longas de horror que merecem citação – alguns que inclusive chegaram a ser dublados aqui no Brasil -, como Marebito (2004), Almas Reencarnadas (2005), Geung See (2013), Kiki – A Aprendiz de Feiticeira/O Serviço de Entregas da Kiki (2014) e O Chamado vs. O Grito (2016).
Em 2009 ele também foi roteirista da continuação americana “O Grito 3”, porém, o filme não alcançou muito sucesso. Mas, em uma onda de reboots dos filmes clássicos de horror, poucos dias atrás foram liberadas imagens de um novo remake do filme original, com previsão para estreia em janeiro de 2020.
O Grito (2020) teve Shimizu citado como roteirista original, e aparentemente ele não foi chamado para a nova produção (não achei materiais a respeito), o filme será dirigido por Nicolas Pesce e se passará no mesmo período do primeiro longa americano.
Shimizu com seus 47 anos já é considerado um dos melhores roteiristas e diretores de horror japonês, e estará presente na CCXP 2019 participando de painéis, sessões de autógrafos e fotos com os fãs. Sua participação no festival é uma parceria com o Consulado Geral do Japão em São Paulo.