Vinland Saga, um título que caiu na boca do povo após o lançamento de seu anime, em 2019, que envolve um período conturbado da História da Inglaterra medieval, a conquista dinamarquesa da Inglaterra, no início do século XI. O Seinen, escrito por Makoto Yukimura, autor da obra de ficção científica Planetes, está em publicação desde 2005, contando, atualmente, com 197 capítulos e 25 volumes.

A história começa com Thorfinn, um jovem guerreiro que faz parte do bando de Askeladd, um mercenário viking que aproveita o clima da conquista das terras inglesas para lucrar. Thorfinn se “infiltra” no grupo para poder se vingar da morte de seu pai, Thors, desafiando Askeladd para um duelo, porém é usado para fazer tarefas no grupo “em troca” dos duelos.

Entre violência, dilemas, conflitos e as dificuldades encontradas pelo bando ao longo da guerra, o leitor é apresentado ao passado e às motivações dos dois personagens, Thorfinn e Askeladd, mostrando mais da estranha relação entre eles. Com a introdução de Canuto, mais para o meio dessa parte da história, dá ao leitor um novo ponto de vista, muito mais distante da reação viking e o paganismo, já que o personagem um dinamarquês convertido ao cristianismo.

Vale um disclaimer, há uma mudança em como a história é contada um pouco diferente no anime do que no mangá, mas é somente no começo da adaptação: no anime os primeiros 7 episódios são referentes aos 17 primeiros capítulos do mangá. Há uma mudança na ordem de como contam o flashback do Thorfinn, antes da batalha na Normandia e do primeiro enfrentamento com o Askeladd, mostrados nos capítulos 1 e 2 do mangá, correspondentes dos capítulos 3 ao 17. E ainda tem uma parte exclusiva do anime, a primeira metade do episódio 6, mostrando como Thorfinn se virando para sobreviver longe de casa e quase matando o Askeladd enquanto dormia, uma parte que agrega a obra. Fora isso o anime segue à risca o mangá.

Sobre as referências utilizadas para a concepção da obras pode destacar a Saga dos Groenlandeses (tradução livre) e a Saga de Eric, o Vermelho, duas importantes sagas islandesas medievais que narram os feitos de Eric, o Vermelho, após ser expulso da Noruega e da Islândia e descobrir a Groenlândia e de seu filho, Leif Ericson, grande navegador que acreditava em terras a oeste da Groenlândia, no caso a parte continental da América do Norte, na região de Markland e do Golfo de São Lourenço, no Canadá. Além de, claro, registros e estudos sobre a guerra entre Inglaterra e Dinamarca, de 1004 a 1014, o pano de fundo dessa primeira parte da obra.

Tá, mas o que faz essa obra ser tão boa?

Vinland Saga não é só um Seinen de ação medieval e “aaaaaah! sangue e tripa!”. Vinland usa a violência do período histórico retratado para provocar reflexões no leitor e nas personagens e trazendo a tona outras questões, como: escravidão; qual é o sentido da guerra, da violência; o choque entre o paganismo escandinavo e o cristianismo e outros.

A riqueza de detalhes da obra para te ambientar na Alta Idade Média vale muito a pena pegar ficar olhando cenas do mangá e você não vai parar de encontrar detalhes, pois foge do imaginário comum de que os soldados possuíam muita armadura durante toda a era medieval, sendo que isso é um detalhe do final da Baixa Idade Média e da Renascença, entre o final do século XV até o começo do século XVII!

Como toda a obra, tem que ser feitas algumas licenças poéticas em relação a algumas coisas, principalmente em relação a personagens com capacidade sobre-humanas: Thors, Thorkell, até mesmo o próprio Thorfinn; e a cotas de malha sendo cortadas facilmente por espadas, porém não é algo que incomoda muito e seja algo para tirar muita nota, ao meu ver.

vinland saga mangá
Capa Divulgação (Panini)

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Se você não leu Vinland Saga, leia! É uma obra que vale muito a pena contemplar, e aproveitando que é relativamente curta, no momento que escrevo aqui são 197 capítulos, e está sendo publicada oficialmente aqui no Brasil pela Panini! Então, não tem desculpa para não ir atrás e ler essa obra fantástica.