BELLAN
    BELLAN
    O #BELLAN é um nerd assíduo e extremamente sistemático com o que assiste ou lê; ele vai querer terminar mesmo sendo a pior coisa do mundo. Bizarrices, experimentalismo e obras soturnas, é com ele mesmo.

    EXPERIMENTE TAMBÉM

    Exodus, The 69 Eyes e mais: o 1º dia do Summer Breeze Brasil 2024

    E com muito prazer iniciamos nossa cobertura da 2ª edição do Summer Breeze Brasil, o maior festival de música pesada do país. Estivemos por lá nos três dias de evento e focamos na cobertura dos shows, partindo da ideia de trazer bandas que mais se alinham a nossa editoria e também gosto pessoal.

    Vale lembrar nossas duas entrevistas, que entram como parte do trabalho feito para o festival com Cristina Scabbia, do Lacuna Coil (Leia AQUI) e Noora Louhimo, do Battle Beast (Leia AQUI).

    Leia também dos outros dois dias de festival:

    Sobre o Summer Breeze Brasil

    A segunda edição brasileira do tradicional festival alemão, Summer Breeze, aconteceu no último final de semana de abril, entre os dias 26 e 28 de abril, no Memorial da América Latina (São Paulo). O festival foi um sucesso e contou com a apresentação de grandes nomes do rock mundial como Mr. Big, Gene Simmons Band, Lacuna Coil, Hammerfall, Epica, Within Temptation, Anthrax, Mercyful Fate e Killswitch Engage, entre muitos outros. Foram dias de muita alegria – o público sorriu, chorou de emoção, assistiu aos shows dos seus artistas favoritos e viveu momentos inesquecíveis.

    Além das atrações musicais, o festival contou também com diversas experiências e ativações que tiveram grande aceitação do público. Entre elas, feira geek, Summer Expo Tattoo, Horror Expo, venda de vinis, espaço kids com monitoria, áreas de descanso, entre outras.

    Com uma recepção calorosa do público, a organização do festival Summer Breeze Open Air Brasil confirma sua terceira edição com dois dias para 2025. O festival ocorrerá nos dias 3 e 4 de maio de 2025, e desta vez terá um Warm-Up no dia 2 de maio, ambos no Memorial da América Latina. O Warm-Up, popularmente conhecido como esquenta, será um evento com ingressos limitados que acontecerá antes do início das atividades oficiais do festival.

    Outras informações em: www.summerbreezebrasil.com


    Flotsam & Jetsam

    Tá aí! Uma banda que eu não conhecia e talvez quem não é muito do meio thrash metal esteja tão ligado, que é o Flotsam & Jetsam. É sabido que a banda formada em 81′ revelou nomes como Jason Newsted, que em 86′ foi para o Metallica. O nome, inspirado em um capítulo de “O Senhor dos Anéis” de J.R.R. Tolkien, adiciona um elemento de inspiração literária à jornada musical da banda, que ao longo dos anos enfrentou mudanças na formação, desafios comerciais e uma evolução sonora marcada por álbuns conceituais e experimentação musical.

    Foto por: Diego Padilha

    Com um sol radiante e muita energia no ar, o Flotsam and Jetsam subiu ao palco e incendiou a multidão com uma seleção poderosa de músicas. Abrindo com “Hammerhead”, a banda trouxe uma combinação de peso e melodia que imediatamente conquistou o público. Com sucessos como “Desecrator” e “Dreams of Death”, eles mostraram sua habilidade de misturar elementos thrash com uma pitada de progressivo. “Prisoner of Time” e “She Took an Axe” mantiveram a energia alta, com os fãs cantando junto cada palavra. A introdução de “Iron Maiden” foi recebida com entusiasmo, e a banda entregou uma performance arrebatadora dessa faixa clássica.

    O momento épico continuou com “Brace for Impact”, antes de mergulharem em “Suffer the Masses”, uma escolha que fez o público vibrar com seus riffs contundentes e vocais poderosos. Encerrando o set com “I Live You Die” e “No Place for Disgrace”, Flotsam and Jetsam deixou uma marca indelével no Summer Breeze Brasil, e me mostrou por que são uma das bandas mais respeitadas do thrash americano.

    Black Stone Cherry

    O Black Stone Cherry era a primeira banda que estava em meu radar para ver ao vivo. Oriundos de Kentucky, a banda é conhecida por seu estilo único, meio post-grunge, meio Lynyrd Skynyrd, uma mistura de elementos country e guitarras altamente distorcidas. Estranhamente, eu os conheci através de um videogame, o ótimo, porém pouco celebrado Sleeping Dogs, que tinha uma rádio só com bandas ligadas à gravadora Roadrunner Records, incluindo coisas como Trivium e Machine Head. Infelizmente, apenas uma das músicas do jogo foi tocada no show, mas isso não quer dizer que não foi um show interessante.

    Houveram algumas dificuldades técnicas na abertura do show, mas a energia de Me and Mary Jane contagiou a galera. Conforme a banda trabalhou os hits de seus álbuns mais recentes no início do show, passando pelos álbuns Human Condition, Family Tree e Screamin’ at the Sky, o vocalista Chris Robertson me surpreendeu com sua performance vocal muito próxima do trabalho em estúdio. “In My Blood” e “Like I Roll” botaram a plateia pra gritar e dançar, e enquanto John Fred Young moía a bateria num solo durante “Cheaper to Drink Alone”, Robertson voltou com uma enorme garrafa de Bourbon e mandou ver um golão. Deve ser esse o segredo da voz impecável do cowboy!

    Black Stone Cherry
    Foto por: @raphagarcia

    O que surpreendeu mais ainda foi que, depois da segunda metade do show, a banda voltou mais ainda no tempo, focando nos três primeiros álbuns, que na minha opinião são os mais pesados e divertidos. Quando eles começaram com o riff inicial de “Blind Man”, do segundo disco Folklore and Superstition, valeu o show pra mim. Depois disso, revisitaram o terceiro disco, Between the Devil and the Deep Blue Sea, levando os fãs à loucura com “Blame It on the Boom Boom” e “White Trash Millionaire” (esta última a primeira música que ouvi no Sleeping Dogs). Para finalizar, não poderia haver melhor som do que “Lonely Train”, uma das músicas mais pesadas da banda, mas que traz a mensagem de união entre o pessoal do metal que muitas das bandas do Summer Breeze frisaram. Espero que o Black Stone Cherry não demore tanto pra voltar pro Brasil!

     

    Edu Falaschi

    Neste primeiro dia, um dos shows que eu estava mais curioso era do Edu Falaschi, terminando a tour do último disco, Eldorado, lançado em 2023. Abrindo com “Live and Learn”, a banda imediatamente envolveu os fãs com sua energia e habilidades técnicas impressionantes. Seguindo com sucessos como “Acid Rain” e “Waiting Silence”, a performance mostrou sua versatilidade, passando de momentos de melancolia a explosões do power metal clássico.

    Edu Falaschi
    Foto por: @raphagarcia

    O público foi à loucura com “Heroes of Sand”, “Bleeding Heart” cantando junto cada palavra em uníssono. Já a intensidade foi elevada na sequência com as pedradas de “The Temple of Hate” e “Spread Your Fire”, obras primas do metal progressivo e que destacou a precisão do jovem baterista Jean Gardinalli. Destaco também os backing vocais do tecladista Fábio Laguna e do guitarrista Diogo Mafra.

    Uma surpresa emocionante para o otaku veio com a performance de “Pegasus Fantasy”, um cover da MAKE-UP, que levou os fãs de Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya) ao delírio. Encerrando com chave de ouro, Edu apresentou “Rebirth”, antes de culminar em “Nova Era”, fechando uma apresentação cheia de clássicos de sua carreira.

    Exodus

    A sexta-feira do Summer Breeze foi caracterizada principalmente pelas bandas de hard rock farofa, contando com abertura da divertidíssima Nestor e continuando com Sebastian Bach, Mr. Big e Gene Simmons. Dentre todas as bandas da sexta-feira, o peixe mais fora d’água tem que ser o Exodus. Uma das grandes bandas de thrash metal da Bay Area, o Exodus subiu ao palco imediatamente fazendo a galera ir à loucura com o clássico “Bonded by Blood”. O setlist que seguiu passou por múltiplas épocas da banda, incluindo os violentíssimos “Blood In Blood Out”, “Pleasures of the Flesh”, “Persona Non Grata”, e “Fabulous Disaster”.

    Entre cada marretada, o simpático vocalista Steve “Zetro” Souza solicitava polidamente que os fãs arrebentassem tudo na roda, pedido que foi devidamente cumprido, abrindo a maior roda da sexta-feira. Quem não está acostumado com a galera do metal pode achar que é só violência e porrada, mas singelos momentos rolaram durante a performance do Exodus, como por exemplo a galera que cuidadosamente levantou a cadeira de rodas de um camarada para que ele batesse cabeça junto com todo mundo, o que foi apontado por Souza como “só aqui no Brasil essas coisas acontecem”. Foi muito foda!

    Exodus
    Foto por: @raphagarcia

    A performance dos músicos foi impecável, com destaque especial para um dos maiores guitarristas do thrash metal, Gary Holt, e sua singela mensagem na camiseta: “Kill the Kardashians”. Eu não poderia concordar mais. Para finalizar, Souza solicitou mais uma vez que a cidade de São Paulo dançasse a “Toxic Waltz”, abrindo a roda mais linda da sexta-feira e enchendo de inspiração um público prestes a enfrentar mais dois dias de metal pesado.

    Sebastian Bach

    É um grande contraste quando a violência do Exodus acaba e aí a gente vai pro outro lado do festival curtir um hard rock anos 80! Mas foi exatamente isso que aconteceu quando o Sebastian Bach tomou o Hot Stage do Summer Breeze. Com um setlist repleto de clássicos do Skid Row, Bach surpreendeu com sua forma física e vozeirão, de um cara que já esteve em fases muito ruins, ficou sóbrio e retornou com estilo!

    Sebastian Bach
    Foto por: Wellington Penilha

    A primeira metade do show foi praticamente dominada por músicas do primeiro disco do Skid Row, um clássico atemporal dos anos 80 e que agitou muito a galera. “Big Guns”, “Sweet Little Sister” e “18 and Life” foram cantadas em uníssono pelo público. Depois, o “Tião”, como o pessoal o chamava e ele achava muito legal, tocou várias músicas do segundo álbum, “Slave to the Grind”, e incluiu também alguns covers dele, substituindo o “American” de American Metalhead por “Brazilian”, pra agradar a gente!

    Eu havia visto o Skid Row com o novo vocalista Erik Grönwall no Summer Breeze do ano passado, e naquele setlist faltou uma música, que é importantíssima. O Tião fez uma troca, que achei justa: ao invés de tocar “In a Darkened Room”, entrou “I Remember You” no setlist, que também levou os corações românticos do Summer Breeze a derreter. “Youth Gone Wild”, como sempre, finalizou um set incrível, que até inspira a gente a desejar que o Sebastian Bach volte ao Skid Row.

     

     

    The 69 Eyes

    Os Vampiros de Helsinque estão em São Paulo! A banda que eu estava mais ansioso para ver foi o The 69 Eyes. Formada em 1989 e seu som descrito como “goth n roll”, mescla elementos do rock gótico, glam e rock ‘n roll no mais estilo Elvis Presley. Para a apresentação da banda no festival, papito Supla subiu aos palcos e chamou Jyrki 69 em companhia, com aquela atmosfera oitentista e temas líricos inspirados em filmes, especialmente os dos gêneros gótico, horror e mistério.

    Foto por: Diego Padilha

    Abrindo com “Devils”, a banda imediatamente estabeleceu o clima misterioso e dançante que caracteriza seu som único. Enquanto a multidão no Sun Stage vibrava ao som de clássicos como “Brandon Lee” e “Lost Boys”, o vocalista Jyrki 69 hipnotizava com seus trejeitos, enquanto os riffs de guitarra cortavam o ar com intensidade.

    Entre “Death of Darkness” e “Never Say Die”, houve problemas técnicos, e pelo que consegui observar, era algo com o retorno do vocalista. Mesmo assim, e com quase 15 minutos perdidos, o público entregou-se totalmente à energia soturna do show. Com uma mistura de nostalgia e vitalidade, o The 69 Eyes mais uma vez demonstrou por que são mestres do rock gótico, deixando um gostinho de “quero mais do estilo” no Summer Breeze Brasil de 2025.

    The 69 Eyes
    Foto por: Diego Padilha

     


    Textos por BELLAN e Renatão.

    Fotos oficiais do festival: EQUIPE MHERMES ARTS 

    BELLAN
    BELLAN
    O #BELLAN é um nerd assíduo e extremamente sistemático com o que assiste ou lê; ele vai querer terminar mesmo sendo a pior coisa do mundo. Bizarrices, experimentalismo e obras soturnas, é com ele mesmo.

    EXPERIMENTE TAMBÉM!

    últimas notícias