Bem-vindos ao Vintage et Underrated, a coluna que une o antigo que não sai de moda e o underground que todo mundo adora, ou deveria.

Pra hoje, vamos falar sobre esse clássico cyberpunk que traz o completo OPOSTO do Exterminador do Futuro, na mesma época: a IA que quer ajudar a humanidade.

Sendo assim, Megazone 23 é uma animação dos gênero sci-fi e ação. O criador da obra é Noboru Ishiguro, que lançou três partes em 1985 pelos estúdios AIC, Artland e Tatsunoko.

Enredo

Com cenas bonitas, mas um roteiro um pouco confuso, Megazone 23 trabalha de forma ampla a questão da manipulação de massa. Afinal, o objetivo central dos antagonistas é subverter a IA EVE, que toma conta das pessoas ao mesmo tempo que é uma espécie de celebridade virtual. Assim, eles buscam convencer a população a ingressar numa guerra tecnológica contra outra Megazone.

É interessante notar que os habitantes da megazona são humanos que saíram da Terra há 500 anos, mas que esqueceram COMPLETAMENTE dessa informação. Então, isso se torna um dos maiores “segredos” durante a história (no caso, para o personagem principal, o expectador tem consciência disso o tempo todo).

Informações de Megazone 23

As Megazonas são basicamente colônias especiais independentes que funcionam como países, de certa forma. Assim, algumas são mais tecnologicamente avançadas que outras, assim como as IAs parecem ter suas diferenças na forma como “protegem” a humanidade.

Além disso, é interessante que o conceito de colônias já estava aparecendo em animes de espaço, como a série Gundam (que vai aparecer aqui alguma hora…). No entanto, esse é um dos poucos animes em que a colônia não é gerida por humanos.

Na verdade, quem gere a colônia é uma versão gente boa da Skynet sem que isso seja de conhecimento da população, que é uma das grandes críticas do enredo. Afinal, a população vive em total alienação e alheia inclusive à política de certa forma, sobrando assim apenas pequenos grupos rebeldes que tentam enxergar a “verdade”.

Outra curiosidade digna de nota são as referências religiosas que aparecem toda hora no desenho. Por exemplo, a estação lunar de defesa ADAM, a IA EVE ou o computador Bahamut, e essas são só alguns exemplos mais explicitos.

Num plano de fundo, temos ainda temas como amor adolescente, noção de realidade distorcida, falta de perspectiva futura entre outros tantos que já são bem comuns em qualquer cenário “punk”.

O anime possui três partes, duas delas se passando na mesma época e uma que se passa mais a frente dos eventos anteriores.

Um dos únicos pontos complexos desse anime é o final da terceira parte. Ela se passa séculos a frente dos primeiros filmes, mas há personagens das primeiras partes no meio da trama, o que é um bocado bizarro já que em nenhum momento foi falado sobre esse nível de longevidade da raça humana na história.

Fora isso, ainda é uma pérola esquecida no tempo que vale super a pena ter a poeira tirada de cima.

Pontos positivos

– Animação impecável

– Temática cyberpunk bem desenvolvida

Pontos negativos

– Interações esquisitas entre os personagens

– Problemas de continuidade na história

Megazone 23 parte 1
Imagem Divulgação

Sinopse (Parte I e II): Shogo Yahagi é um garoto comum que vive na Megazona 23 (Tóquio) e sem querer recepta um protótipo de motocicleta desviado de seu destino original. Ao utilizar a moto, Shogo começa a descobrir funções especiais que o levam de encontro com uma poderosa organização militar que tem como intuito começar uma guerra com outras Megazonas mais avançadas.

Megazone 23 parte 3
Imagem Divulgação

Sinopse (Parte III): Anos depois dos acontecimentos das partes I e II, o hacker Eiji Takanaka se torna alvo de uma misteriosa organização religiosa que planeja tomar o controle de um esquecido super computador com uma poderosa IA capaz de mudar os rumos da história da humanidade.