Arte e gatos pode não ser uma combinação esperada, mas Gatos no Museu, dirigido por Vasiliy Rovenskiy, mistura humor e arte para contar uma história baseada em fatos reais para o público infantil.
Inspiração para Gatos no Museu
Durante o Cerco de Leningrado, entre 1941 e 1944, houve uma diminuição na população de gatos da cidade. Em consequência disso, o número de ratos aumentou exponencialmente e isso fez com que diversas obras guardadas do Museu Hermitage fossem perdidas.
Cinco mil gatos resolveram a situação. A cidade ergueu estátuas em homenagem aos serviços prestados e os descendentes desses animais ainda “trabalham” no museu.
Enredo
Vincent é o protagonista do filme, um gato que viveu grande parte de sua vida como um felino selvagem em uma mansão abandonada, em uma ilha deserta. Ele é salvo de um acidente por um rato, Maurice, mas ambos ficam à deriva até serem resgatados e levados ao Hermitage.
Contudo, o museu o força a viver dinâmicas complexas. Isso porque ele precisa se provar para os gatos do local enquanto mantém Maurice à salvo deles, além de impressionar Cleopatra, uma gata que vive na sessão egípcia e não tem apreço pelos demais.

Ele também precisa ajudar a prender novamente um fantasma que se livra do confinamento. Em suma, ele pula, escala e ronrona por relações que o tiram de sua zona de conforto.
Obras de arte
O filme amarra essas diversas relações de uma maneira criativa: usando quadros e nomes de pintores. Maurice vem de uma família de sommeliers de obras e Vincent precisa impedir que ele saboreie a Mona Lisa que visitará o museu.
Ditados pelo senso de dever, os outros gatos patrulham o museu para evitar a danificação de obras e caçam os ratos que as querem danificar.
Enquanto isso, Cleopatra é uma apreciadora de arte e, para impressioná-la, Vincent recorre ao seu amigo já que não entende disso. O filme diverte a audiência trocando Rembrandt por “Meowbrandt” e é um festival de referências como o quadro Madalena Penitente, de Ticiano, que realmente está exposta no Museu, entre outras.

Animação de Gatos no Museu
A animação do filme é o ponto de atenção e isso quer dizer muito. O filme divide-se em sequências com grande capricho visual e atenção a detalhes, enquanto outras são carregadas de rigidez.
Pelos reluzentes e detalhes felinos, como a expansão da pupila e a graciosidade em saltos, são ponto alto da animação, mas o caminhar e alguns close-ups causam estranheza. Além disso, os poucos personagens humanos causam desconforto.
Muitas vezes, o filme utiliza planos abertos, que escondem alguns desses efeitos e encantam. Entretanto, uma animação precisa de uniformidade e isso nem sempre é encontrado aqui.
Veredito sobre Gatos no Museu
O filme é uma boa opção para curtir em família, que mesmo com as suas falhas, abre espaço para lições importantes: respeitar as diferenças, a importância da preservação da arte e amizade.