Não é equivocado dizer que Epik High pode ser considerado um dos pioneiros na criação do que conhecemos como o hip hop coreano atual. Na ativa há mais de duas décadas, o trio é conhecido, principalmente, pelas temáticas presentes em seus trabalhos, que transformam questões cotidianas e questões relevantes socialmente, em uma poesia urbana que cativa os ouvidos e o coração. No Suco Apresenta de hoje, você descobre mais sobre a origem, trajetória e parcerias marcantes na carreira do trio. Vamos lá? 

Originário da Coreia do Sul, o grupo é composto pelos artistas Tablo, Mithra Jin e DJ Tukutz. Em 2021, Tablo e Mithra Jin, amigos desde a infância, se juntaram para explorar o lado artístico e criar música juntos. Pouco tempo depois, DJ Tukutz se juntou ao grupo e, desde então, essa tem sido a formação do Epik High

Assim como acontece para a grande maioria dos artistas independentes, o Epik High passou por algumas dificuldades para se destacar no cenário musical coreano e emplacar sua carreira. Competindo diretamente com gêneros mais tradicionais, o trio percebeu que sua dedicação ao rap e paixão por entregar um conteúdo autêntico e verdadeiro seriam os grandes diferenciais na missão de conseguir a atenção do público. Entretanto, foi apenas em 2003 que Map of the Human Soul, seu primeiro álbum, foi lançado. A estreia foi relativamente modesta, mas alcançou reconhecimento positivo da indústria nacional e crítica especializada. 

A melhora na carreira do Epik High começou em 2004, pouco mais de um ano depois do debut. Não seria justo dizer que High Society tirou o grupo do anonimato, pois eles já eram figuras presentes na produção cultural local. Mas é fato que o lançamento foi o responsável por consolidá-los como parte da cena do hip-hop, dando os primeiros passos no caminho de sucesso que os sustenta até hoje como um dos nomes mais influentes da k-music. 

O triunfo veio mesmo com Swan Songs (2005), que trouxe músicas icônicas como Paris e Fly, um dos hits mais marcantes da carreira do Epik High, parte da trilha sonora dos jogos FIFA 07 e Pump It Up. Ambas expressam a capacidade do grupo de trazer temas poderosos e de grande impacto social e emocional, principalmente entre o público jovem e ligado à vivência urbana sul-coreana. 

K hip-hop é resistência! 

Remapping the Human Soul, quarto álbum de Epik High, veio somente dois anos depois, em janeiro de 2007, mas já chegou dando o que falar. Os singles Fan e Love Love Love tornaram-se hits rapidamente e tratavam de transmitir o clima mais pesado e maduro do novo disco.

A mudança de estilo, que buscava uma arte atrelada ao compromisso de entregar música sem gênero específico, mas que passasse mensagens importantes, não foi bem recebida pelo governo e canais de entretenimento, ocasionando na censura de várias faixas que traziam luz à discussão de temas como crimes sexuais, guerra, educação e religião.

O trabalho atingiu o público de maneira extremamente positiva, fazendo com que o álbum ficasse entre os mais vendidos daquele ano na Coreia do Sul. Depois do sucesso, eles ainda lançaram Pieces, Part One e o primeiro mini-álbum, intitulado Lovescream, antes de passarem por uma mudança em questões contratuais. Confira o clipe de One, do Pieces Part One, que conta com a participação de Jisun, do Loveholic, e da atriz coreana Jung Ryeo-won

Já em 2009, o trio deixou a gravadora Woollim Entertainment. Nesse mesmo ano, lançaram Map the Soul, de forma independente. O projeto era um álbum-livro, disponibilizado ao público pelo site oficial do Epik High. Além do formato totalmente diferente, o Map the Soul rendeu também uma turnê japonesa ao grupo, além de um show em Soul, na Coreia do Sul, com participação de Kero One & MYK.

Como se já não tivessem vivido emoções o suficiente em 2009, o Epik High ainda se apresentou em várias cidades dos EUA, também com a participação de diversos artistas, durante o mês de maio. Entre julho e dezembro, foram lançados Remixing The Human Soul, com regravações, remixes e remasterizações, e [e], contendo 30 faixas – divididas em dois CDs -, além de um livro de fotos e entrevistas com cada um dos membros, assim como acontece nos álbuns de k-pop lançados nos últimos anos. É engraçado pensar na similaridade quando sabemos que 따라 해 (Wannabe), um dos singles de [e], foi pensada como uma forma de criticar tendências atuais do pop sul-coreano.

Carreira após o (temido) serviço militar 

Mesmo com a pausa nas atividades do Epik High e lançamento da carreira solo de Tablo durante esse período, o trio sempre deixou claro que não havia se dissolvido. Para a alegria dos fãs, em outubro de 2012, foram lançadas It’s Cold, Up (ft. Park Bom do 2NE1) e Don’t Hate Me, já em parceria com a YG Entertainment. Pouco tempo depois, 99, sétimo álbum do grupo, foi disponibilizado em versão física e digital.

A parceria com a YG permaneceu até 2017, com o lançamento de mais dois discos: EPIK HIGH – SHOEBOX e WE’VE DONE SOMETHING WONDERFUL. Confira BORN HATER, canção em parceria com diversos artistas da k-music, que integra o SHOEBOX:

Entre 2019 e 2022, o Epik High adicionou mais três álbuns a sua discografia. Em 2023, lançaram o EP Strawberry, de cinco faixas, com parcerias de Jackson Wang e Hwa Sa.

Primeira vez em solo brasileiro

Apesar de já ter visitado a América do Norte algumas vezes, o Epik High nunca conseguiu descer e nos fazer uma visitinha aqui no Brasil. Felizmente, a espera por esse momento acabou, e o trio desembarca no Brasil no início de agosto para dois shows emocionantes. Quer saber mais?

Os integrantes farão shows em 4 e 6 de agosto, nas cidades do Rio de Janeiro (Vivo Rio) e São Paulo (Vibra), respectivamente. Os ingressos estão disponíveis pela plataforma Sympla e os preços variam entre R$ 180 e R$ 800, com opções de Meet&Greet, pista VIP, camarote e pista comum.