O filme Carmen, escrito e dirigido pela cineasta maltesa Valerie Buhagiar, retorna às raízes da diretora em uma jornada profundamente pessoal. A história inspirada em parte pelas experiências reais de sua própria tia, Rita.
Enredo
Na pequena vila de Malta, Carmen (Natascha McElhone) dedicou sua vida ao cuidado de seu irmão, um padre católico romano da região. Desde os dezesseis anos assumiu a responsabilidade de zelar por ele, desempenhando todas as tarefas do dia a dia — desde a manutenção da casa e da alimentação até as obrigações eclesiásticas. Tarefas que, teoricamente, um ser “superior” como ele não poderia fazer sozinho. Agora, solteira e prestes a completar cinquenta anos, vê-se surpreendida pela morte repentina do pároco.
Então, Carmen, que sempre esteve ao lado do homem, de repente se sente perdida, em um momento onde passado e futuro se entrelaçam de forma intrigante. Assim, assume a responsabilidade de escolher seu próprio caminho, seguindo um pombo que a leva a uma surpreendente revelação pessoal. Essa escolha inesperada faz uma diferença significativa em sua jornada.
Em um momento decisivo, ela se deixou confundir com o novo padre, escondendo-se no confessionário vazio da igreja. A partir daí, no decorrer do drama, mais mulheres e crianças compartilharam seus segredos com o falso sacerdote. Assim receberam bem seus conselhos compassivos e construtivos. As doações para a igreja disparam, e ninguém parece notar que o novo padre nunca revelou seu rosto.
Com isso, decide assumir um papel mais proativo. Transforma completamente sua aparência, rouba castiçais e vai até a capital, Valletta, para penhorar alguns objetos da igreja, onde acaba conhecendo Paolo (Steven Love), um jovem maltese-canadense que a acolhe em sua loja e permite que tire uma soneca em seu apartamento.
E mais uma nova aventura se dá início.
Concluindo
Então, um filme baseado em fatos reais que vale a indicação. “Carmen” oferece uma narrativa envolvente e uma performance marcante que certamente cativará o espectador. Contudo, a jornada de autodescoberta da protagonista é habilmente retratada, tornando-o uma obra cinematográfica notável. A trama pontua o enredo com momentos de humor e cria uma atmosfera de fábula que envolve o espectador.
No meio de tudo isso, Carmen percebe, mesmo com sua aparente dureza, que há um anjo zelando por ela – ou um pombo.
