Bem-vindos ao Vintage et Underrated, a coluna que une o antigo que não sai de moda e o underground que todo mundo adora, ou deveria. Pra hoje, vamos falar de um anime mais que underrated. Afinal, se você acha que dominar o mundo com um pião é muito doido, imagina salvar ele com carrinho de controle remoto.

Sobre Autopista

Autopista é um dos raros animes coreanos que chegaram ao Brasil e com dublagem. Seu nome original é Track City, produzido pela SBS Productions (o mesma de Tokyo Mew Mew) e em exibição entre 2000 e 2002.

Primeiro, um ponto super interessante sobre a obra é o fato do traço e do próprio enredo serem tão clássicos do estilo shounen japonês dos anos 90 que muita gente não fazia ideia de que o desenho não era do Japão.

Diferenciais do Anime

Então, uma das partes mais interessantes do anime é que ele segue uma lógica meio ReBoot (quem não conhece, não sabe o que está perdendo). Não dá pra dizer ao certo se os criadores pegaram referência da animação canadense, mas existem alguns pontos centrais bem similares em ambas as histórias:

  • O mundo onde se passa o anime é basicamente dentro de um computador (mais especificamente dentro de um jogo, o que também caracteriza a obra como isekai);
  • Os vilões são todos vírus, cada um com a sua própria personalidade e funcionalidade dentro do mundo;
  • Os jogadores que perdem as corridas são “deletados” por um cubo misterioso que simplesmente te deleta do sistema.

Em Autopista outro ponto muito interessante é o fato de que tanto o vírus mestre quanto o antivírus são mulheres.

Além disso, outra figura de poder também feminina vem através da figura da Prefeita da primeira cidade (também responsável por trazer o protagonista para aquele mundo). Afinal, ela exerce não só uma autoridade dentro do enredo, mas também um papel maternal às vezes. Para um anime dessa categoria, na época em que lançou, são características relativamente incomuns.

Não Tão Diferente Assim

Apesar disso, como todo shounen clássico, infelizmente a mulherada não tem um arco de história tão bem desenvolvido. De qualquer forma, uma delas (o antivírus) tem um papel central no desfecho final do anime.

Porém, dentro da proposta geral, temos um anime que coleciona explicações mecânicas e modificações bem parecidas com o que seu rival da época, Beyblade, apresenta. Afinal, para cada circuito o curioso carrinho Bluewind precisa de um upgrade para vencer os novos desafios.

Uma triste notícia para quem assistiu o anime na época foi descobrir que o final dele é meio Inception. Também, que provavelmente os produtores pensaram em uma segunda temporada, que nunca aconteceu. Com 26 episódios que você assiste sem nem sentir o tempo passar, Autopista encerrou com apenas uma temporada relativamente redondinha.

Pontos Positivos

  •  Animação bem feitinha
  • Enredo dinâmico
  • Nada de fillers sem necessidade

Pontos Negativos

  • Algumas pontas soltas no final
  • Desenvolvimento fraco dos personagens

Além disso, uma curiosidade engraçada sobre o anime é que o encerramento apresentado na Fox Kids era nada mais que a versão da abertura em espanhol. Inclusive, pra muita gente isso era difícil de perceber às vezes, já que a versão brasileira tinha um sotaque portunhol meio esquisito.

Outro detalhe interessante é uma referência meio Speed Racer (que uma hora vai aparecer na coluna junto com Initial D) a um suposto “piloto lendário”. Na descrição do original coreano, existe uma cena que mostra o sujeito, que parece MUITO com o layout clássico do corredor X. Uma verdadeira pena essa cena ter sido deletada quando veio para cá.

Autopista anime
Imagem Divulgação

Sinopse: Confundido com um lendário piloto, um jovem é transportado para um mundo virtual onde precisa salvar seus habitantes através uma corrida mortal contra perigosos adversários ao lado de sua equipe de amigos e o poderoso carro Bluewind.