BELLAN
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    O #BELLAN é um nerd assíduo e extremamente sistemático com o que assiste ou lê; ele vai querer terminar mesmo sendo a pior coisa do mundo. Bizarrices, experimentalismo e obras soturnas, é com ele mesmo.

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    Visions of Mana | Review

    Após 18 anos sem um título inédito (desde Dawn of Mana), a clássica série ‘of Mana’ finalmente renasce com Visions of Mana, um jogo que traz de volta todo o charme da franquia da Square Enix, mesclando nostalgia e modernidade. Enquanto o mundo dos jogos evoluiu com novos títulos e grandes lançamentos, os fãs de longa data da série Mana se acostumaram a ver sua amada franquia relegada (e apesar de amar) a remakes, ports e projetos paralelos. Agora, Visions of Mana chega para mostrar que ainda há muito a ser explorado nesse universo.

    O retorno da série não poderia vir em melhor hora. A popularidade de títulos como Genshin Impact e Honkai: Star Rail, abriu caminho para que Visions of Mana ressurgisse com uma proposta ousada: trazer mecânicas modernas e uma experiência que se conecta com o público atual, sem abandonar as raízes que marcaram seu auge nos anos 90. Combinando elementos clássicos e contemporâneos, Visions of Mana se destaca por seu sistema de combate dinâmico, narrativa direta e uma estética visual vibrante.

    A jornada de Val e Hinna: uma trama que mistura tradição e novidade

    O enredo de Visions of Mana segue Val, um Soul Guard que tem como missão proteger os representantes elementais conhecidos como Alms. Cada Alm é escolhida para se sacrificar na Árvore de Mana e, assim, manter o equilíbrio do mundo. Ao lado de Hinna, sua amiga de infância e Alm do Fogo, Val embarca em uma jornada cheia de desafios, dilemas pessoais e forças sombrias. A trama, embora simples à primeira vista, desdobra-se em camadas mais profundas, explorando temas como sacrifício, lealdade e o impacto das escolhas pessoais.

    Os personagens são o coração do jogo, e a dinâmica (acho bonitinhaaa) entre Val, Hinna e os demais representantes elementais é um dos pontos altos. As interações constantes entre os membros da equipe não só enriquecem a narrativa, mas também ajudam a criar um vínculo mais forte com o jogador.

    Ao longo da jornada, diálogos triviais e conversas espontâneas durante a exploração adicionam camadas de personalidade aos protagonistas, dando vida aos personagens de maneira orgânica. Mesmo com um roteiro que às vezes se perde em exposições longas e bruscas, especialmente na segunda metade, esses momentos de interação fazem com que o jogador se importe com os destinos dos heróis.

    Um adendo: acho o Val muito pastel no começo; mas com o tempo, ele se torna aquele prota padrão necessário pro jogo, sabe?

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    Combate dinâmico e evolução intuitiva: um ponto forte de Visions of Mana

    O sistema de combate de Visions of Mana é um dos grandes destaques do jogo, combinando mecânicas clássicas de RPG de ação com inovações modernas. As batalhas são rápidas e dinâmicas, permitindo que o jogador alterne livremente entre os personagens da equipe e utilize uma variedade de magias e habilidades especiais. O uso do Ring Menu — uma marca registrada da série desde os tempos do Super Nintendo — facilita o controle das ações dos membros do grupo, pausando o combate para permitir que o jogador dê ordens táticas aos aliados controlados pela IA.

    Um dos aspectos mais inovadores é a introdução dos Elemental Vessels, recipientes elementais que alteram as classes dos personagens e mudam radicalmente suas habilidades e estilos de combate. Esses itens não apenas transformam as armas dos personagens, mas também desbloqueiam novas magias e habilidades, permitindo que o jogador experimente diversas combinações estratégicas. Essa flexibilidade torna o combate mais profundo e recompensador, incentivando o jogador a explorar diferentes abordagens em cada batalha.

    Gente, as transformações são aka Cavaleiros do Zodíaco ou até mesmo garota mágica sailor moon. É um dos pontos divertidos do jogo, saber como é a transformação da classe daquele personagem.

    A progressão dos personagens é intuitiva, algo que Visions of Mana acerta (sempre acertou) em cheio. Diferente de muitos RPGs que complicam o processo de evolução com sistemas excessivamente complexos, o jogo opta por uma abordagem mais direta e simplificada, permitindo que jogadores veteranos e novatos entendam rapidamente como melhorar suas habilidades e adaptar suas estratégias de combate. Cada classe dos Vessels oferece uma árvore de habilidades única, e quanto mais o jogador experimenta diferentes combinações, mais opções se abrem, ampliando as possibilidades de jogo.

    Basicamente temos 2 variáveis: a dos Vessels e a de Habilidades que ganhamos durante a jogatina coletando pontos. Simples assim. 

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    Cenários semi-abertos: explorando um mundo limitado, mas cativante

    Visualmente, Visions of Mana é um espetáculo, com cenários coloridos e vibrantes que trazem uma sensação de nostalgia misturada com frescor. O jogo aposta em um design de personagens marcante, com heróis de diferentes raças e estilos que se destacam pela diversidade e criatividade – alguns são fofinhos até demais. Os gráficos são bonitos e chamam a atenção pela direção artística, evocando a sensação de uma fantasia viva e mágica, algo que a série sempre fez muito bem. A trilha sonora é outro ponto alto, com mais de 100 faixas (pelo que pesquisei) que ambientam perfeitamente cada momento da jornada, desde batalhas épicas até momentos de calmaria.

    No entanto, apesar da beleza visual, a exploração deixa a desejar. Os cenários são semi-abertos, interligando cidades e áreas de combate com pouca liberdade para o jogador se desviar da rota principal. Muitos mapas possuem barreiras invisíveis ou são bloqueados por desafios de nível que claramente indicam quando o jogador deve evitar uma área. Os Elemental Vessels introduzem algumas mecânicas interessantes de exploração — como usar o recipiente do vento para criar tufões e alcançar locais altos ou o da água para criar plataformas flutuantes —, mas essas interações acabam sendo limitadas e não compensam a linearidade imposta pelo design.

    Além disso, as missões secundárias, embora presentes, não se destacam. Muitas vezes, elas se resumem a tarefas repetitivas como derrotar grupos de inimigos ou coletar itens específicos, sem oferecer grande profundidade ou recompensas significativas. Esse aspecto da exploração pode frustrar aqueles que buscam uma experiência mais robusta e variada, embora não chegue a comprometer o charme do jogo como um todo.

    Minha dica é: para uma primeira jornada, evite as missões secundárias e vá direto ao ponto, sem desviar muito do caminho principal. 

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    Desafios e combate estratégico: chefes e inimigos marcantes

    Em termos de combate, Visions of Mana se destaca ao oferecer uma boa diversidade de inimigos e chefes que desafiam o jogador a pensar estrategicamente. Além dos inimigos comuns, que variam de monstrinhos adoráveis a criaturas mais ameaçadoras, o jogo introduz inimigos especiais que oferecem desafios adicionais e recompensas melhores. As batalhas contra chefes, embora não sejam excessivamente difíceis, cumprem bem o papel de criar momentos marcantes e de grande tensão.

    Há escolha de dificuldade, obviamente, mas funciona como o clássico “esponja de HP”, não deixando o jogo tão fluído, sabe? Jogue no Normal, que vai ter o melhor dos mundos.

    A possibilidade de ajustar as classes dos personagens através dos Elemental Vessels adiciona uma camada estratégica significativa. Cada Vessel altera as habilidades, armas e até mesmo a aparência dos personagens, permitindo que o jogador adapte seu time para enfrentar diferentes tipos de oponentes. Com mais de 13 heróis disponíveis, cada um com suas habilidades únicas, há um vasto leque de combinações para explorar, o que mantém o combate mais interessante e dinâmico. Até o final do jogo você terá novas experiências – ainda bem!

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    Performance sólida e acessibilidade: uma experiência agradável para veteranos e novatos

    Em termos de desempenho, Visions of Mana se mostrou sólido, com poucas quedas de frames em momentos de combate intenso ou nas áreas mais detalhadas. O sistema de teleporte é rápido, especialmente em PCs equipados com SSDs, facilitando a navegação entre os mapas e tornando a exploração menos cansativa. Você que está usando um M.2, o teleporte dentro do mapa é quase que instantâneo. Gostoso demais!

    A ausência de uma localização em português pode ser um ponto negativo para alguns, mas a clareza das mecânicas e a simplicidade dos menus ajudam (um pouco) a mitigar essa barreira. A jogabilidade fluida, a possibilidade de ajustar as estratégias em tempo real e a inclusão de elementos clássicos tornam o título uma ótima porta de entrada para quem ainda não conhece a série.

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    Veredito Final: Visions of Mana é um retorno triunfante, mas com espaço para crescer

    Visions of Mana é um retorno bem-vindo e honesto para uma franquia que estava há muito tempo ausente do cenário de JRPGs. O jogo consegue resgatar a essência da série enquanto introduz elementos novos que o tornam relevante para o público atual. As limitações na exploração e as missões secundárias pouco inspiradas são pontos que podem ser melhorados, mas não tiram o brilho da experiência geral.

    Para os fãs de longa data, Visions of Mana é um lembrete nostálgico dos melhores dias da série, enquanto para os novos jogadores, é uma introdução envolvente a um mundo rico em fantasia e magia. Com potencial para se tornar um dos melhores RPGs do ano, o jogo reafirma o valor da franquia ‘of Mana’ e deixa claro que ainda há muito espaço para crescer e encantar novas gerações de jogadores.

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    SINOPSE

    Visions of Mana é um jogo inédito na série que gira em torno da espada sagrada e de mana. O protagonista, Val, e sua amiga de infância, Hinna, a recém-nomeada Alm of Fire, partem em uma jornada até a Mana Tree. O campo semiaberto vasto, vibrante e emblemático deste jogo tem monstros adoráveis, mas ferozes, que enfrentam você em batalhas tridimensionais ágeis envolvendo o poder dos Elementals. Por meio das aventuras com novos amigos conhecidos ao longo do caminho, eles começam a descobrir a verdade sobre o mundo. Devemos aceitar nossos destinos? Uma nova história de "Mana" começa aqui, com a clássica série de fantasia retornando às raízes.
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