A Temporada de Primavera 2023 está fazendo jus à estação e ela está cheia, lotada, transbordando de romances e comédias românticas. Afinal, é a estação do desabrochar das flores e do desabrochar do amor. Amor não é um tema comum nesta coluna; falei dele tem uns cinco anos e não sei se tenho algo a mais pra dizer do assunto de lá pra cá. Não, deixo o amor para os entendidos. O Primeiro Gole da vez é menos sobre amor e mais sobre algo que o autor ama profundamente: maids! E vejamos aqui como está o dia a dia no café tocado por Hayato e as garotas do Familia Café em The Cafe Terrace and It’s Goddesses!

Love Hina Vive!

Antes de sequer resumirmos Cafe Terrace, vamos deixar uma coisa aqui muito clara, principalmente para quem tem aversão à coisa: habemus ecchi. Muito, muito ecchi. Mas não é qualquer tipo de ecchi escancarado e escrachado do nível de um Prison School ou Ichizoku Reviewers.

Ao contrário, Cafe Terrace segue aquele fórmula clássica dos animes desde Love Hina e To Love Ru. Ou seja, um harémzão em que um singelo protagonista é rodeado das mais diferentes meninas e que seguem várias histórias engraçadas, comedidamente românticas e sim, sensuais também. E sabemos que tem muita gente que detesta isso. Estão no direito. Nem todo fã de anime é fã de cultura otaku. Vá lá, às vezes nem todo fã de anime é fã de anime. De qualquer forma, o aviso está dado, Terrace Cafe é cria da escola fundada por Ken Akamatsu.

Do lado de cá, este colunista abraça de bom grado o jeito otaku de ser. Além disso, parece que a direção do anime é consciente de que, em tempos de internet ampla e irrestrita, ter muito ecchi num anime é bem redundante. Não é desnecessário, mas precisa? A produção de Café Terrace parece saber que não precisa taaaanto assim e mantém as coisas perfeitamente balanceadas, do jeito que todas as coisas devem ser.

O Amor Ao Dinheiro E O Amor À Família

Contudo, nem tudo são obscenidades. Em apenas três episódios, Cafe Terrace conseguiu apresentar personagens adoráveis e bastante carismáticos. Começamos com Hayato, um universitário que volta para sua cidade natal depois de receber a notícia do falecimento de sua avó, Sachiko. Ela era dona de um café modesto, mas famoso na região.

Então, ao chegar no local que Hayato pretende demolir para construir um estacionamento, ele se é surpreendido pela visão de… calcinhas. Porque, quando o rapaz saiu brigado do convívio com a avó para nunca mais voltar, Sachiko acolheu cinco meninas em seu café. Assim, ali ela teve sua pequena família até seus últimos dias.

As maids

Ouka é a tsundere, briguenta e honesta, um copiar e colar da Hina de Love Hina. Akane é a garota tranquila do grupo, uma musicista que tira do seu trabalho um sustento e um local inspirador para tocar sua banda para frente. Riho é o tipo de garota que sabe que é bonita e usa isso para tirar proveito do que for preciso (dá pra resumir essa frase em quatro palavras, mas melhor não). Ami é a bobalhona do grupo; enérgica e desastrada, é a pessoa que mais passa energia ao ambiente. E por fim, Shiragiku é a donzela do grupo; graciosa, tímida e descontroladamente tarada no momento em que uma gota de álcool lhe toca a boca, para dar aquele contraste cômico à sua personalidade.

O primeiro contato de Hayato com as garotas é tenso. Afinal, ele só tem o dinheiro à vista e quer fechar de vez o café para transformá-lo em algo mais rentável. Mas com o passar do tempo na casa onde ele passou sua infância, e à medida em que Hayato nota o carinho profundo que todas as meninas nutriam pela Sachiko, que a tinham como avó, ele passa a lembrar do porquê passou a ser alguém tão obcecado com dinheiro em primeiro lugar.

Ele não queria ver seus entes queridos passando por necessidades, nem por humilhações por causa de dinheiro, como as que sua avó tanto passou.

Reconstruindo Um Sonho

Inspirado por um acesso de consciência e pelo amor de Sachiko reverberado nas cinco garotas por ela acolhidas, Hayato toma a decisão de dar ao café uma última chance e reerguê-lo do zero. Assim seguirão os episódios no Família, o lugar onde todos serão acolhidos e recepcionados como família. Soa redundante para nós, latinos, mas é bonito de ouvir o contraste em japonês. É tipo nós perplexos com tamagoyaki, que para um japonês é apenas e literalmente… ovo frito.

Cafe Terrace é lindo de se ver. Um cafe com maids adoráveis sempre é um acerto. Ainda mais neste estilo de maid mais tradicional, feito ao conforto e ao aconchego propícios a uma xícara de café à beira-mar. E com personagens tão simpáticos que lhe tocam ao coração de forma tão eficiente, este Primeiro Gole mira em um dos animes mais relaxantes de se assistir nesta temporada de Primavera!

The Cafe Terrace and Its Goddesses
Divulgação: Crunchyroll

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