Nova chance para o Brasil mostrar que consegue entregar grandes filmes para seu povo, a prova que não importa o gênero escolhido, é possível apresentar grandes histórias, mas com uma grande parcela de acertos, às vezes vêm uma escorregada, e do mesmo jeito que os filmes europeus ainda possuem uma aparência meio cult, o Brasil ainda entrega alguns filmes em tons novelescos, isso não é um defeito, mas aqui se mostrou confuso. Solteira Quase Surtando apostou no tom de novela e conseguiu se salvar em um filme que começou perdido no próprio roteiro e por pouco não foi uma catástrofe cinematográfica.

Esse é o terceiro filme nas mãos do diretor Caco Souza, e algo aqui precisa ser comentado: ele conseguiu entregar boas obras como 400 em 1 – Uma História do Crime Organizado e Inversão, só que em Solteira Quase Surtando ele fez uma tentativa de filme teen para talvez conquistar o público mais jovem e essa tentativa se mostra algo tão desastroso que o sono é única coisa que bate dentro do público.

Porém, tudo consegue se acertar e engrenar de vez quando com toques novelescos mais frequentes, mas aquele tipo de filtro que se vê nas novelas da Globo, sem exagero em comparação, literalmente é a mesma dramaticidade, com trilhas de fundos, diálogos longos e expressões faciais de dar inveja, e por mais que se aparente cafona ao citar esse tom novelesco, é essa cafonice que salva o filme. Jogar o roteiro nesse tipo de filtro engrandeceu muito mais a história, e todo aquele atropelo de início pode ser muito bem ignorado, pois realmente o filme funciona sem o primeiro ato. Essa é a questão que rodeia esse filme – o que Caco Souza quis fazer no início da história.

Chama atenção a quantidade de histórias paralelas que foi trabalhado em tela, se mostrou um tanto exagerado para um filme do gênero comédia romântica. Contudo, se mostrou muito bem concluído no final, um plot que te explode os miolos, uma história de amor um tanto clichê contudo aceitável para os níveis do filme, e trabalhando mensagens importantes de representatividade, de escolhas pessoais e amor próprio, existe uma excelente história aqui que poderia ser incrível se não fosse o começo conturbado.

O pontapé inicial da trama entrar na linha começa quando o personagem de Leandro Lima enfrenta um dilema pessoal (não será contado aqui por causa de spoiler), a partir daí que toda aquela bagunça toda é organizada e engrandece o filme para outro nível, e isso é um tanto desapontante, porque do meio para o fim, são momentos marcantes da história, uma comédia romântica de alta qualidade que muitos fãs de romance derramariam lágrimas.

Solteira Quase Surtando é um roteiro que despenca barranco abaixo sem rumo e consegue se reerguer de forma plena como uma diva, de cabeça erguida sem medo de represália. Mesmo se redimindo no final, seu início é inesquecível pelo nível de desastre visto em tela, com isso pode-se dizer que esse filme entra naquela lista das quase grandes obras do cinema nacional, onde seria relembrada e muito elogiada pelo povo brasileiro.

REVIEW
Solteira Quase Surtando
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
solteira-quase-surtando-reviewBia (Mina Nercessian), uma solteira convicta, estava plenamente realizada com seu trabalho e despreocupada em encontrar um amor. Até descobrir, aos 35 anos, o início de uma menopausa precoce. A partir daí, ela se aventura numa missão quase impossível: recuperar o tempo perdido e achar, em poucos meses, um parceiro para casar e ter filhos. O caminho da busca incessante por um par ideal lhe reservará grandes aventuras e situações para lá de embaraçosas.