Por muito tempo os Estados Unidos ditaram o cinema mundial, no quesito que só eles faziam produções de alta qualidade, o tempo passou e outros países começaram a engrandecer seus filmes, não só o Brasil como França, Coreia e entre outros, contudo um têm sido cada vez mais presente nos serviços de streaming que são os filmes indianos, mas por mais que o padrão tenha melhorado, não significa que teremos um bom filme, e no caso de Shershaah mostra o exemplo de como um padrão de filme oitentista envelhece mal.

Os filmes militaristas, sejam eles brucutu ou mais cult passam por um grande problema de muitas produções antigas, o subgênero militar é datado, não funciona mais, por mais que cada país tenha a sua cultura, não significa que o resto do mundo irá aguentar esses padrões de filmes, tipo comédias brasileiras o cults franceses. Shershaah trás todos os elementos e camadas de um filme militar, herói de guerra, romance meloso, drama de uma guerra perdida, triunfo do soldado e todo aquele carnaval visual sincronizado com trilhas sonoras que sabem trabalhar bem o momento e no final do filme engrandece o patriotismo e o orgulho de uma nação, sinceramente, a não ser o país em questão, ninguém liga para isso.

Nada contra o patriotismo ou o orgulho de um soldado, mas isso não funciona mais em pleno 2021, por isso filmes como 1917 extrapolam o drama da guerra e trabalham outros elementos, nesse caso o plano sequencial quase eterno, porque sabem que o heroísmo militar não cativa mais ninguém, a não ser que a pessoa ame todo esse ambiente de guerra, mas aí ele vai consumir tudo do subgênero, será que ele valorizaria o militarismo de outros países sem ser Estados Unidos? Acho difícil. Filmes militares são a essência do patriotismo estadunidense, então é difícil desvincular qualquer momento heroico dos filmes clássicos, mas Shershaah não só parece como copia muitos momentos dos filmes clássicos, trazer a essência ultrapassada do militarismo heroico condena qualquer obra hoje em dia e aqui o filme morreu antes mesmo de chegar na metade, incomoda e muito.

Contudo há um elemento em filmes militares que sabem te pegar em cheio se for bem trabalhado, o drama de guerra que faz com que você abrace todo aquele momento patriota e guerrilheiro de ser, e isso sendo carregado com um bom elenco, consegue salvar o filme em muitos momentos, devido a todo clichê e história óbvia, uma boa trilha sonora na mão do diretor que sabe trabalhar cenas dramáticas e ainda pode contar com um elenco talentoso, se torna pilares que salvam uma catástrofe cinematográfica, e aqui conseguiu se segurar e entregar um final bem forte e emocionante, se o decorrer da história não fosse tão monótona e abusasse da mesmice do cinema oitentista, teríamos aqui uma obra gigante e a a ser aclamada, pois valoriza os momentos em que os militares defenderam sua nação e destaca o momento heroico de Vikram Batra, soldado que demonstrou seu valor na Guerra de Kargil, conflito entre Índia e Paquistão, filme que poderia trabalhar bem todos os elementos da guerra se não abraçasse a essência Bollywood, sim, a cultura indiana de filmes de ação vou o verdadeiro tiro no pé da obra, a condenou por completo.

Shershaah tenta misturar o padrão indiano com essência estadunidense, flerta com um drama forte e emocionante, mas falha miseravelmente em um filme militarista datado e monótono que te faz desistir da obra, por mais que tenha seu peso histórico e homenagens a heróis do passado, a cinebiografia desaponta como obra e ofusca tudo que ela queria homenagear, além de ser uma história tão repetida por filmes oitentistas que é apagada da nossa memória em seu final.

REVIEW
Shershaah
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
shershaah-review-Shershaah é um filme de guerra biográfico em hindi indiano de 2021 dirigido por Vishnuvardhan em sua estreia no cinema hindi e escrito por Sandeep Shrivastava. O filme segue a vida do capitão Vikram Batra, premiado com Param Vir Chakra, desde seu primeiro posto no exército até sua morte na Guerra de Kargil