Hoje é dia de falar de um dos clássicos dos clássicos no mundo do heavy metal: Made In Japan, do Deep Purple que, em dezembro de 2022, completou 50 gloriosos anos desde seu lançamento oficial.
Como o próprio nome revela, o disco foi gravado no Japão, durante a turnê que passava pelo país em agosto de 1972. A série de shows foi fruto do grande sucesso de Machine Head, trabalho anterior da banda britânica. Rapidamente, o lançamento consagrou-se como um dos álbuns ao vivo mais icônicos da história do rock, influenciando vários artistas e grupos de diversos estilos musicais.
Esta verdadeira obra-prima trouxe, não somente ao público japonês, mas também ao mundo todo, o rock pesado, nu e cru de Deep Purple, capturando perfeitamente a essência enérgica e explosiva da banda. Tendo sido um enorme sucesso de vendas, Made In Japan contribuiu para solidificar a reputação do grupo como um dos maiores nomes do rock. Através do som e mixagem excepcionais, a atmosfera elétrica e impecável construída ao longo das faixas presentes no disco impressionou e segue impressionando amantes de heavy metal – e música boa, no geral.
Made In Japan e a influência na trilha de games
Um dos nomes arrebatados pela grandeza do Made In Japan no oriente (principalmente no Japão) é Shota Nakama, renomado produtor de trilhas sonoras de videogames. O japonês é fundador da Video Game Orchestra, sendo mundialmente conhecido por misturar elementos de rock e música clássica em suas composições para games e franquias como Final Fantasy, Little Witch Academia (Netflix), Sonic Mania e outros.
Dentre suas inspirações para o processo de compor, orquestrar, organizar e arranjar cada uma das trilhas sonoras das quais participou, ele cita Deep Purple como a principal, além de destacar o papel determinante da banda na trajetória de sua vida. Assim, dentro da Video Game Orchestra (VGO), nasce o projeto chamado “Rockestral Concerts”, trazendo um novo conceito de apresentação musical, contando com orquestra, corais e, principalmente, uma boa banda de rock, pois, como ele mesmo afirma, “o rock pode ser uma ótima maneira de transmitir emoções” e, por isso, tenta incorporá-lo em suas trilhas sonoras.
O resultado disso é uma mistura única e poderosa, que combina de maneira majestosa elementos de rock, metal, música orquestral e o universo fantástico dos games que amamos.
Um dos principais fatores de sucesso para Made In Japan é a presença marcante da guitarra de Ritchie Blackmore. A impressionante performance do guitarrista influenciou uma geração de músicos japoneses, inclusive Shota Nakama. Em entrevista para o canal de Rafael Bittencourt, guitarrista, vocal e membro fundador do Angra, o artista revelou, no especial de lives sobre música promovido em 2020, que tudo mudou no momento em que ele conheceu o universo musical de Deep Purple:
“Eu estudei piano por muitos anos […]. Mas, quando eu tinha 15 anos, 14 ou 15, eu conheci a música do Deep Purple. E foi tipo, algo como, sabe… Eu tenho que fazer isso […]. No outro dia, eu implorei para a minha mãe comprar uma guitarra.”.
Durante o bate-papo, ele ainda conta mais detalhes sobre como aprendeu a tocar a tão almejada guitarra, além de citar seu tio como seu grande mestre nessa jornada. Para conferir na íntegra, clique aqui e acesse o canal de Bittencourt no Youtube.
Com toda essa bagagem, torna-se inegável e indiscutível o eterno legado de Made In Japan na história do rock, assim como seu peso na cena mundial não só da música, mas também das artes, games e outras manifestações artísticas.
E se você, assim como Nakama, é um grande fã de Deep Purple, não pode deixar de conferir “Concerto For Group And Orchestra”, que passa por quatro cidades brasileiras ainda no mês de abril, entre os dias 15 e 25.
The Music of Jon Lord and Deep Purple com Bruce Dickinson, Banda e Orquestra
“Concerto For Group And Orchestra” é o evento que reúne grandes nomes da música mundial e os sucessos de Deep Purple. A aclamada turnê chega ao Brasil já na próxima semana pela MCA Concerts, passando pelas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre.
A ideia desta turnê é do inglês Jon Lord, um dos mais importantes nomes na história do heavy metal. Tendo sido fundador e integrante da Deep Purple por mais de duas décadas, Lord deixou sua marca pelo mundo como pianista, organista e compositor renomado, com mais de 12 álbuns solos, 19 com o grupo, além dos outros seis trabalhos durante sua passagem pelo Whitesnake.
Mesmo depois da saída de Lord do Purple, no início dos anos 2000, “Concerto For Group And Orchestra” continuou sendo apresentada pelo mundo e impressionando grandes públicos. Após a morte de seu lendário idealizador, o “concerto” ainda voltou aos palcos em 2019, e depois em 2021. Para a alegria dos fãs brasileiros, chegou a vez de nosso país receber a tão esperada apresentação.
Guiados pelos vocais de Bruce Dickinson, do Iron Maiden, os shows ainda contam com a presença de uma orquestra sinfônica e músicos convidados.
Para homenagear Lord e a épica Deep Purple, artistas como John O’Hara, Tanya O’Callaghan e Bernhard Welz unem forças com integrantes da OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) e sobem aos palcos, honrando o legado do projeto deste ícone da indústria musical.
Essas noites prometem, hem? Para não ficar de fora, garanta seus ingressos, com preços que variam entre R$ 300 e R$1100, através dos canais oficiais de venda.