Olha só quem voltou!! Luca Guadagnino retorna às grandes telas de cinema do mundo com o seu novo longa que promete trazer do horror ao drama. Até os Ossos com certeza é um dos filmes mais curiosos e intrigantes do ano.
Se vendendo com uma proposta diferente entre um amor peculiar e metáforas da vida, o filme vem abalando circuitos de cinema por onde passa, chamando atenção. Mas no fim, será que o que o diretor de ”Me chame pelo seu nome” e ”Suspiria” consegue acertar em seu novo trabalho? Vem conferir com o sucolino aqui.
Enredo
No longa, acompanhamos a história de Maren, uma jovem que está prestes a começar sua vida adulta, mas vê sua vida desmoronando quando seu pai resolve abandoná-la por conta do seu grande impulso por carne humana que a persegue desde sua infância. Por conta disso, ela vê toda sua vida virar de cabeça para baixo e parte em uma jornada pelas estradas do EUA para encontrar sua mãe.
De cara eu preciso comentar o quanto é curioso ver o Luca se propor a fazer um filme justamente dentro desse tema. Afinal, levando em conta que seu amigo pessoal e também de trabalho (Me chame pelo seu nome), Armie Hammer foi acusado recentemente de canibalismo. Então é claro que isso acaba levantando rumores e burburinhos entre o público se o diretor tem ou não a intenção de justificar os supostos atos de seu colega.
No entanto, em compromisso com tudo que já foi apresentado, preciso afirmar aqui que o próprio diretor já afirmou que não existe nenhum tipo de ligação com o ator! Porém é um pouco difícil não associar levando tudo em conta.
As expectativas foram supridas?
Enfim, voltando ao que interessa, temos aqui uma narrativa até que interessante com um tema bem curioso e diferente do que estamos acostumados. Ainda, somente isso já é o suficiente para chamar atenção do público, mas no fim, acaba não se pagando tanto.
Apesar de inovador, o longa ainda assim acaba sendo um thriller que tenta buscar horror em cima de cenas gráficas e diálogos aflitos entre pessoas que se identificam com aquilo. Além disso, mostra um romance que facilmente poderia ter sido escrito por alguém que trabalha com o publico teen, mas calma! Isso com certeza não é um grande problema, pois mesmo não sendo algo extraordinário existe fatores que pagam muito.
Nesse sentido, com certeza o maior deles é o elenco. Portanto, com nomes como Timothée Chalamet (Lee) e Taylor Russell (Maren), o longa consegue impressionar com o a atuação dramática do jovem casal pelas estradas dos Estados Unidos. Assim, mesmo trazendo um romance meio clichê, consegue surpreender trazendo uma carga sentimental muito forte.
Agora, outro fator que ajuda e muito nesse longa é sua complexidade e metáforas nos diálogos. Por mais que em alguns momentos o roteiro pareça perdido e alguns diálogos sejam bastante arrastados, é inegável que Luca quis trazer uma obra que nos fizesse pensar muito sobre o método que vivemos a vida. No entanto, o grande problema aqui é a falta de coerência em certos momentos, que faz parecer que o diretor está tratando o tema de qualquer forma. Ou seja, pode acabar desagradando muita gente e até mesmo tirando todo o foco do que realmente importa.
Considerações finais
Por fim, não posso terminar sem exaltar o belíssimo trabalho de fotografia e produção. Afinal, todo momento passamos por paisagens que enchem nossos olhos e que nos faz ter o sentimento de que estamos realmente embarcando naquela viagem sinistra. Nela, só a calmaria do céu é capaz de acalmar os ânimos a flor da pele a quase todo instante.
Sendo bem sincero com vocês, eu esperava muito mais de Até os Ossos. Mas relaxa! Isso não o torna um filme ruim, mas apenas digo que talvez não seja bom depositar tanta expectativa por aqui. Apenas assista de mente aberta e crie conclusões metafóricas sobre tudo aquilo que o filme nos reserva.