No dia 23 de setembro de 2023 ocorreu na Cidade do México o “Pegasus Fantasy: A Symphonic Experience ll“. Esse concerto reuniu milhares de espectadores na Arena da Cidade do México e marcou o retorno de uma das experiências musicais de anime de mais sucesso no México.
Essa experiência que fez o cosmo da plateia queimar reuniu mais de 14 mil guerreiros de Atena e convidados internacionais como Nobuo Yamada e Yumi Matsuzawa.
Assim, Yamada abriu a noite orquestral com a inconfundível “Pegasus Fantasy”, que teve coro em japonês pelos fãs.
Além disso, o concerto contou com 42 músicas marcantes de Os Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya). Ele é um espetáculo auditivo, mas se destacou pelo visual com a ambientação de palco e seus telões sincronizados exibindo cenas da famosa obra de Masami Kurumada. Produtos oficiais de Saint Seiya também estavam disponíveis durante o evento no México.
Pegasus Fantasy: A Symphonic Experience ll foi realizado pela a Anime Music Lab, uma Joint Venture. Ela conta com empresas como Artworks Entertainment, KEM MEDIA e LoveJapan.Mx.
Confira abaixo alguns destaques da mídia internacional:
Após uma bombástica apresentação no festival Summer Breeze Brasil, os gigantes finlandeses do Apocalyptica retornam ao país para um show solo, que celebrará seus trinta anos de estrada.
Assim, o quarteto chega a Curitiba no dia 17 de janeiro (quarta-feira), para única apresentação no palco da Ópera de Arame, um dos cartões postais da cidade.
O Apocalyptica se tornou uma sensação entre os fãs de metal ao apresentarem uma inédita adaptação de músicas pesadas com violoncelos, apresentada ao mundo em 1996 com o CD Plays Metallica by Four Cellos.
Então, nos álbuns seguintes, o quarteto trouxe não apenas releituras do Metallica, mas também de outros gigantes do estilo. Entre eles, Pantera, Faith no More e os brasileiros do Sepultura, dos quais eles revisitaram obras como “Inquisition Symphony” e “Refuse/Resist”. Com isso, a banda foi convidada pelo próprio Sepultura para uma parceria no álbum Nation (2001), no qual os finlandeses interpretam a instrumental “Valtio”.
Por fim, os ingressos para o show do Apocalyptica em Curitiba estão à venda pela Bilheto, a partir de R$ 180, mais taxa administrativa. A plataforma permite o parcelamento da compra.
Apocalyptica em Curitiba
Imagem Divulgação
Data: 17 de janeiro de 2024 (quarta-feira)
Local: Ópera de Arame
Endereço: Rua João Gava, 920 – Abranches
Classificação etária: 16 anos – acompanhado de responsável legal
LETS ROCK
(Dinheiro, Débito e Crédito à vista)
(Galeria Pinheiro) Praça Tiradentes, 106 – lojas 3 e 4 – Centro – Curitiba/PR
Seg. a Sex. 09h às 19h / Sáb. 09h às 15h
* A organização do evento não se responsabiliza por ingressos comprados fora dos anunciados
** Será proibida a entrada de câmeras fotográficas/filmadoras profissionais e semiprofissionais.
Formas de Pagamento
Internet: Pix e Cartões Visa, Master, Diners, Hiper, Elo e American.
Bilheteria: Dinheiro, Visa, Master, Diners, Hiper, Elo, Vale Cultura Ticket, American e Banricompras.
Parcelamento no cartão de crédito: até 4x sem juros, de 5x até 12x com juros
A Crunchyroll confirmou a exibição da 2ª tmeporada do anime SPY x FAMILY. A previsão de lançamento é para o próximo mês de outubro.
Sendo assim, a partir do dia 7 de outubro, os fãs poderão acompanhar os episódios inéditos todos os sábados, exclusivamente na plataforma. Por ora, os episódios serão em japonês com legendas em português.
Além disso, a 2ª temporada de SPY x FAMILY tem animação do de dois times aclamados, WIT Studio (Attack on Titan; VINLAND SAGA, Ranking of Kings) e CloverWorks(Horimiya,My Dress-Up Darling, The Rascal Does Not Dream).
Também, ela é co-dirigida por Kazuhiro Furuhashi (Hunter x Hunter) e Takahiro Harada, que anteriormente atuou como diretor assistente na série. A equipe também conta com a composição de Ichiro Okouchi (Mobile Suit Gundam: The Witch From Mercury), design de personagens por Kazuaki Shimada (The Promised Neverland) e música por (K)NoW_NAME.
Elenco de vozes japonesas e personagens
Takuya Eguchi como Loid Forger
Atsumi Tanezaki como Anya Forger
Saori Hayami como Yor Forger
Kenichiro Matsuda como Bond Forger / Narrador
Hiroyuki Yoshino como Franky Franklin
Yuko Kaida como Sylvia Sherwood
Kazuhiro Yamaji como Henry Henderson
Kensho Ono como Yuri Briar
Natsumi Fujiwara como Damian Desmond
Emiri Kato como Becky Blackbell
Ayane Sakura como Fiona Frost
Por fim, a 2ª temporada de SPY x FAMILY terá dublagem português brasileiro, inglês, espanhol latino-americano, alemão, francês, italiano, espanhol castelhano, russo e árabe. Então, em breve saberemos as datas de estreia das dublagens.
O projeto Love Live! Nijigasaki High School Idol Club, spin-off da série Love Live! lançará seu novo álbum no dia 4 de outubro! Desta vez, o tema do álbum é “canções de amor”.
Sendo assim, o álbum ‘Fly with You!!’ contará com um total de 13 faixas, incluindo 12 músicas solo que refletem a visão romântica de cada um dos 12 membros.
Além disso, serão lançados vídeos no Youtube Lyric entre o dia 4 de outubro e o dia 20 de dezembro para cada uma das 12 canções!
Então, aguardem ansiosamente por essas colaborações entre cada um dos membros e criadores talentosos e emergentes!
SOBRE O Love Live! Nijigasaki High School Idol Club
Love Live! Nijigasaki High School Idol Club
Love Live é uma série que retrata meninas do ensino médio se esforçando para realizar seus sonhos por meio de atividades de idols escolares. O tema é “uma história de como realizar nossos sonhos juntos”.
Love Live! Nijigasaki High School Idol Club, lançado em 2017, retrata a história das atividades solo dos ídolos escolares por meio de aplicativos para smartphones, anime de TV e eventos ao vivo.
Sinopse:A Escola Secundária de Otonokizaka está planejando fechar dentro de três anos. No entanto, nove estudantes se reúnem com uma coisa em mente… formar um grupo de ídolos pop para reavivar a popularidade da escola e assim impedir que ela feche. ‘A fim de proteger a nossa querida escola, só há uma coisa que podemos fazer… nos tornar estrelas do pop!’
As amadas produções da Coreia do Sul, também conhecidas como dramas coreanos, k-dramas ou doramas, têm um poder especial de encantar o público do mundo inteiro.
Afinal, a mistura de romance, drama e fantasia deram às produções uma base de fãs que só aumenta. Mas por que quem assiste fica tão apaixonado por eles? Bem, que tal perguntarmos isso aos próprios atores?
Quando os sonhos se tornam realidade
Já imaginou esbarrar no seu crush famoso e vocês se apaixonarem à primeira vista? Seja em um encontro casual na rua ou descobrindo que ele é seu novo vizinho, as histórias coreanas dão vida às fantasias românticas mais malucas. Inclusive, é isso que acontece em Doona!quando Won-jun, um calouro de faculdade, descobre que vai dividir uma casa estudantil com a cantora de k-pop Doona.
Doona, que é interpretada pela também cantora Suzy, está fora do alcance de Won-jun, mas como o ator Yang Se-jong defende, as séries de k-romance são especiais porque é quando “um amor dos sonhos pode ganhar vida”.
Então, não perca Doona!, que estreia em 20 de outubro, só na Netflix.
Quando os opostos se atraem
O k-dramas tem um dom especial de formar casais com personagens que são totalmente diferentes. Status social, personalidades, o que você quiser — eles formam os casais mais improváveis e tornam suas histórias de amor totalmente irresistíveis.
Nosso Destino é assim, colocando um advogado renomado com uma humilde funcionária pública, que pode ser a chave para quebrar a maldição de sua família. Será que o destino é capaz de criar uma ponte no abismo social entre os dois?
Cho Bo-ah, que interpreta a funcionária pública Lee Hong-jo, revela sua queda por romances desse tipo: “Eu amo o tipo tradicional de romance com um vínculo inquebrável entre duas pessoas completamente diferentes”.
Outro clássico dos dramas coreanos são as histórias de inimigos que se apaixonam, assim como em Sorriso Real. Um romance improvável que surge entre um rico herdeiro de um hotel que detesta sorrisos falsos e uma de suas funcionárias, conhecida justamente por seu sorriso irresistível.
Nesta produção, os ex-idols de k-pop Jun-ho e Yoona encantam na tela com sua química escaldante. “Um romance arriscado no local de trabalho não é sempre o melhor?” provoca Jun-ho.
“As emoções são tão relacionáveis e reais por causa do ambiente do escritório. Pode acontecer com você!“
Um amor que dura muitas vidas
Já se perguntou se o amor poderia durar além da vida e da morte? Alguns doramas falam sobre isso, usando saltos temporais ou ressurreições, colocando a questão: “Você ainda me amaria se pudéssemos fazer tudo de novo?”
Ela descreve o amor verdadeiro como uma “afeição poderosa que é forte o suficiente para destruir sua vida após a morte e ainda manter seu coração voltado para a mesma pessoa”.
Com certeza, Shin retrata uma jovem que pode reencarnar infinitamente, mas quando sua 18ª vida é interrompida, ela dedica a nova vida à encontrar sua paixão de infância, agora adulta, que não se lembra de nada do que aconteceu.
Com uma trama parecida, em O Tempo Traz Você pra Mim Jeon Yeo-been interpreta uma mulher que viaja magicamente no tempo até 1998, onde conhece um homem muito parecido com seu falecido amor.
Para Jeon, os k-dramas podem oferecer muita esperança, pois mostram que “não importa quão longe no tempo, não importa quão diferente a pessoa pareça, se for o destino, então vocês acabarão juntos”.
Mais do que só uma comédia romântica
Sendo assim, os dramas coreanos evoluíram para uma bela mistura de comédia, romance e até um pouco de suspense. Em Behind Your Touch, acompanhamos uma veterinária psíquica e um detetive unindo forças para resolver casos de uma cidade pequena, mas acabam descobrindo um mistério arrepiante de um serial killer.
Então, Han Ji-min, rainha das comédias românticas e que vive a protagonista com um poder inusitado, brinca que a série é uma “nova abordagem refrescante sobre o amor”.
Com os dramas coreanos ficando cada vez mais populares no mundo inteiro, a Netflix tem um tesouro repleto de histórias de amor esperando por você. De clássicos comoventes a emocionantes aventuras de viagem no tempo, tem k-drama para os românticos de todos os tipos! Então, por que não mergulhar neste mundo encantador e se deixar ser fisgado?
Seis anos depois de sua estreia em fevereiro de 2017, Chi no Wadachi chegou à sua conclusão, a história das trilhas de sangue percorridas por Seiichi Osabe. Contrário às expectativas durante a reta final do mangá, o célebre autor de Aku no Hana e Happiness conseguiu mais uma vez entregar um final esplêndido e neste Review eu gostaria de esboçar com vocês algumas razões de Chi no Wadachi ser provavelmente a obra-prima de Shuuzou Oshimi.
Uma semi biografia
Já tivemos um Primeiro Gole lá atrás em 2018, escrito pela Fabi, que dá uma sinopse geral de Chi no Wadachi. O mangá é um thriller psicológico que conta a relação repleta de tensão entre Seiko e seu filho, Seiichi.
Assim, os primeiros capítulos mostram uma relação mãe e filho marcada pelo afeto descomunal e pela superproteção. Inclusive, superproteção esta que culmina num evento fatídico que torna os dois cúmplices dde uma mentira.
Então, por manter esta mentira de pé pelo bem estar de sua mãe, vemos como Seiichi sofre uma série de manipulações e chantagens emocionais. Isso o priva de sua própria individualidade e semeia nele uma série de traumas.
É da natureza de um Review que se comente sua história à fundo.
Então HAVERÃO SPOILERS
Mesno assim, a intenção desse texto é mais tópica do que cronológica.
A tentativa de homicídio contra Shigeru e o suspense gerado enquanto Seiichi tenta acobertar o crime da mãe foi apenas o jeito, muito bem bolado diga-se de passagem, que Oshimi conseguiu para contar uma história em certa medida pessoal, uma história de alguém que não pôde nascer num lar saudável e ter uma relação saudável com sua mãe.
Portanto, Chi no Wadachi carrega elementos autobiográficos em sua narrativa, o que ajuda a entender certos paineis e páginas confusas e incompreensíveis a princípio. A confusão é atenuada quando enxergamos o mangá de Shuuzou Oshimi como uma exposição experimental dos seus sentimentos e tentamos ler o mangá menos com suas palavras e mais com suas imagens.
Esse ponto é de extrema importância e vou frisá-lo mais uma vez: Chi no Wadachi não é um mangá de diálogos.
Por outro lado, sua riqueza iconográfica é inigualável e todos que pausarem para observar a arte do mangá e as expressões ali contidas vão se deparar com ouro. Não que não tenha diálogos marcantes no momento devido; eles só não são o foco do estilo do autor, assumidamente ruim com as palavras.
Além disso, no posfácio de Okaeri Alice, outro mangá recentemente concluído, vemos um Shuuzou angustiado e derrotado frente à sua incapacidade de transmitir exatamente os seus sentimentos, contentando-se com suas tentativas desconexas.
Voltando ao caráter autobiográfico de seus mangás, Shuuzou menciona nesse mesmo posfácio uma gagueira que ele desenvolveu quando criança. Inclusive, gagueira essa que aparece momentaneamente em Chi no Wadachi, nascida do estresse submetido ao pequeno Seiichi graças à atitude controladora de sua mãe.
Fukishi e a tentativa de independência
A história de Chi no Wadachi é centrada em poucos personagens; temos Seiichi, seus pais e uma menina, o primeiro amor de Seiichi: Fukishi.
Ela é aquele encontro fatídico que acontece pelo menos uma vez na vida de todos nós, de onde começos a nos individualizar como pessoas. O primeiro palpitar de coração, a primeira falha respiratória, os primeiros sentimentos incapazes de surgir por meio de nossos pais (e que quase sempre o vivenciamos alheios a eles), o vislumbre da saída do ninho.
Dela não sabemos muita coisa, salvo de que ela tem problemas com o pai violento. Por qualquer razão que seja, Fukishi toma interesse em Seiichi, rejeitando investidas de outros garotos para poder passar um tempo com o menino pouco notável. Seus porquês ficam à imaginação de quem lê.
Relação sincera
Interessa ao mangá mostrar a relação dos dois como um tentativa mútua de independência de seus lares. É com a Fukishi que temos, depois de apenas trinta capítulos, um momento de leveza no mangá, sem aquele ar sinistro envolto pela vigilância tenebrosa de Seiko.
Também, é no quarto da Fukishi onde Seiichi pode saber pela primeira vez na vida o calor de um afeto genuíno. Nesse mesmo lugar é onde ele pode se explodir de prazer pela primeira vez e desligar a imagem de sua mãe da mente (os dois não chegam a transar, calma, é algo mais puro e fisiológico que isso).
Assim, há um desenvolvimento bacana em jogo e que te faz torcer pelo melhor na vida dos dois.
Porém, nada nas obras de Shuuzou Oshimi é tão simples assim e a tentativa fica apenas nisso. Ela é frustrada pelo controle maciço de Seiko na vida de seu filho.
Enquanto escrevo isto, me dei conta de um dos porquês do enredo de Chi no Wadachi ter me cativado tanto. Não, não seria pela minha própria relação com a minha mãe, a quem muito amo.
Possível inspiração?
Antes disso, a estrutura narrativa de expor a vida de um homem que tem a sua vida, seu futuro e sua personalidade arruinado pela sua progenitora lembra demais a história do Dr. Octopus. Um clássico vilão do Homem Aranha, que apareceu no Brasil no Homem Aranha Anual número 6 e que por acaso tive a chance de ler quando criança. Ali fui marcado pela história do menino Octavius, retraído e vulnerável, sujeito às agressões verbais do pai e à superproteção materna.
Assim como Seiichi tem uma perspectiva de vida ao lado da Fukishi, Otto e Mary Alice vislumbram um futuro juntos. Porém, ambos os futuros são interditados pelo controle de duas mães que prendem sua prole.
É muito fácil inventar conexões pós-fato, mas é razoável supor que o teor da história de Chi no Wadachi tenha apelado a uma certa nostalgia de uma criança que foi bastante fã do Homem Aranha e que foi bem impactado pela história de um vilão desesperado pela busca da cura de uma doença que afligia seu antigo amor.
Preso pelo sangue
Chi no Wadachi (Imagem Divulgação)
De volta ao ninho que é vetada a saída, Seiko afunda suas garras na mente de Seiichi, cometendo uma série de chantagens emocionais e violências psicológicas, fazendo o garoto jurar lealdade até mesmo às suas mentiras. Ela vai ao extremo de tentar manipular as memórias da tentativa de homicídio de seu sobrinho.
Paradoxalmente, Seiko parece animada em ter suas mentiras expostas e ver tudo à sua volta desmoronar, como um jeito de… se libertar? Mas se libertar de que?
Não sabemos ainda os detalhes desse comportamente antes da Seiko convenientemente abandonar Seiichi à própria sorte, abandonando a ele, a seu marido e à sua própria maternidade.
No final da história de suspense iniciada com uma trilha em família que termina em sangue, Chi no Wadachi embarca num segundo momento. Desta vez, para virar uma história impactante sobre trauma e os jeitos de com ela lidar.
Trauma e Abandono
Enquanto lia Chi no Wadachi, tive o prazer de fazer essa leitura acompanhado de uma pessoa igualmente fissurada pelo impacto emocional que esse mangá é capaz de gerar.
Há em seu blog uma lista extensa de textos que versam sobre seus simbolismos, suas possíveis metáforas, perfis psicológicos dos personagens, muito mais desenvolvidos e aprofundados do que este texto se pretende ser. Especificamente no texto sobre Seiichi, é focada a questão do PTSD, ou Estresse Pós-Traumático.
Além disso, o canal do Livedoor News no YouTube tem até uma série interessantíssima de cinco capítulos com o psiquiatra Yasufumi Nakoshi analizando os três primeiros volumes de Chi no Wadachi de um ponto de vista clínico. No entanto, precisão de avaliações psicológicas à parte, é possível marcar o momento exato em que Seiichi é plenamente quebrado em pedaços, logo antes do primeiro timeskip.
Precisamos entender primeiro o que aconteceu.
Quem chegou até aqui e ainda assim continua lendo com certeza não vai se importar com os SPOILERS que já foram mais do que avisados a essa altura, então vamos lá.
Fratura
Seiichi caminha numa trilha com sua família e desvia dela com o seu primo pentelho, Shigeru, para um penhasco. Depois de uma brincadeira de extremo mal gosto e que pode matar alguém, Seiko, enfurecida à sua maneira, mostra por que é que não se deve brincar em um penhasco. Assim, joga seu sobrinho de lá, que acaba internado e sequelado.
Depois de muito tempo, o cerco se fecha e a polícia interroga mãe e filho. Nesse interrogatório, pela primeira vez na vida o Seiichi pode dizer o que vem à mente. É o trabalho de um detetive buscar a verdade e levá-la à justiça. Porém, não deixa de ser heróico de sua parte transformar um interrogatório num profundo momento de autodescobrimento para o garoto.
Como dito antes, Chi no Wadachi não é uma obra de diálogos. Antes, ela é iconográfica ao extremo. No entanto, se você precisa de um momento em letras para entender o que se passa com o garoto, e o interrogatório é essa cena que você procura.
Nas palavras do detetive, a invasão da Seiko na mente de seu filho fez com que ela passasse a ser tudo na vida do Seiichi. Ele já não tinha mais um Eu além daquele decidido por sua mãe, confundindo-os. Seiicho é Seiko e vice-versa, ao menos na mente do Seiichi.
Então, talvez tenha sido por isso que ele “terminou” o serviço da mãe e matou o Shigeru logo após ele ter recebido alta do hospital. Seja como for, e como dito pelo próprio detetive, “uma vez que você não tiver mais sua mãe, você não terá mais um Eu”.
Abandono
E é o que acontece quando Seiko anuncia no tribunal que ela não será mais mãe. Ou melhor, que ela nunca mais fingirá ser mãe, já que o Seiichi foi mais uma tentativa frustrada de se sentir completa. Uma vez que isso evidentemente falhou, ela abandona a farsa de seu casamento e a farsa de sua maternidade.
A devastação do acontecimento na mente de Seiichi é inigualável, coisa que só a arte perturbadora do Shuuzou é capaz de transmitir. Ele é levado ao reformatório, solto de lá ao completar 18 anos e então… a vida segue, vazia e apática. Com isso, Seiichi vai vivendo um dia de cada vez como uma casaca de si mesmo, sob os esforços de seu pai que faz de tudo para poder fazer qualquer coisa, naquilo que sua insistente impotência presente desde os primeiros capítulos lhe permite.
Então, vamos tirar um minuto para voltarmos a atenção aos pais do Seiichi, para entendermos algo crucial para o mangá.
Ichiro e Seiko
Seiichi passou boa parte da vida assombrado pelo fantasma de Shigeru. Junto a isso, o abandono da mãe no momento de maior necessidade, nos faz indagar como é que Seiichi continua vivo.
A partir disso saio em defesa de um personagem que sim, é falho, mas que no geral sinto-o bem injustiçado, que é o Ichiro, pai de Seiichi.
Poeta frustrado, Ichiro sempre demonstrou dificuldades em se aproximar de Seiko, apesar de casados, e do emocional de seu filho. Nesse sentido, ele não foi o melhor dos pais. Porém, uma coisa crucial ele soube fazer: assumir suas responsabilidades.
Afinal, quando Seiichi surta no tribunal e tudo vira um grande borrão à sua volta e Seiko o abandona publicamente, podemos ler vagamente Ichiro dizendo ao juiz que ele daria sua vida pelo filho e cuida dele o melhor que pode. Também, há o fato de que Ichiro arcou sozinho com as indenizações aos pais de Shigeru, seus próprios irmãos. Assim, endividandou-se aqui e ali para terminar de pagar os 80 milhões de ienes devidos, tudo para que seu filho não precisasse se preocupar com nada.
Amor paterno
Por quase vinte anos, o Ichiro é o único elo significante na vida do Seiichi, que vive uma vida completamente dissociada desde o tribunal. Parece insignificante, mas muitas vezes o melhor que podemos fazer na vida de alguém é simplesmente estar ali ao lado.
Apesar de esvaziado, Seiichi é capaz de reconhecer a validez da ação e agradece abertamente ao pai por “fingir que não fez o que fez por todos esses anos”. “O fato de você não ter me abandonado, a despeito do que eu sou, é mais que o suficiente”. Com essas palavras que vemos como um mínimo vindo de um pai pode significar muito para quem não tem mais nada.
Tanto é que, com a morte de Ichiro, Seiichi sente-se livre de suas obrigações neste mundo. Sem ter ninguém mais para olhar por ele, o homem de 36 anos pode finalmente abraçar a morte de braços abertos. Sem primeiro atender a um último pedido: repousar os ossos do pai no túmulo da família em sua cidade natal.
“Destino” não é uma palavra de significado forte nas obras de Oshimi. A vida nessa obra de ficção é retratada com o mesmo grau de banalidade que pode estar submetida à vida de qualquer um de nós, seres banais e sem nenhum final feliz ou épico predestinado.
Cemitério
Contudo, para evitar a monotonia e aliviar um pouco a morbidez de seu trabalho, Seiichi recebe dois impactos nesse momento. Na verdade, o primeiro impacto soa mais como uma facada. Ao chegar no cemitério, Seiichi é vislumbrado com a presença de Fukishi, agora casada e com duas filhas, uma delas de 14 anos e a exata mesma aparência de seu primeiro amor quando os dois se aproximaram pela primeira vez.
O fato dessa cena se passar num cemitério encaixa feito uma luva, porque ali é a morte e o enterro em definitivo de qualquer prospecto de final feliz. Ou seja, como alguém que não só recebe uma facada ao estomago como também tem sal grosso enfiado na ferida.
Mas o destino tem ordens maiores para Seiichi. Ou melhor, Shuuzou Oshimi tem ordens maiores. O protagonista do mangá poderia ter simplesmente partido deste mundo a partir daí e quem poderia culpá-lo? De qualquer forma, não é essa a história que o mangaká quer contar.
Reencontro
Em sua reta final, Seiichi é posto frente à frente de volta com sua mãe, idosa, fragilizada e indigente. Posto frente à pressão das pessoas à sua volta em cuidar de sua mãe, Seiichi volta ao convívio com Seiko, mas com as posições invertidas. A velhice é uma regressão à infância, nós nascemos de fraldas e morremos de fraldas. Só que temos um adendo aí: Seiichi não é capaz de assimilar sua mãe como a idosa que ela é.
Sendo o trauma uma cisão não só psicológica, mas também temporal, Seiichi enxerga em sua mente o mesmo rosto jovial e bonito que o controlou por toda a vida. Assim, será o convívio que o forçará a sair de um estado dissociativo que ele vem vivendo desde o dia do abandono e fará com que ele enxergue a mãe sob novas luzes: como uma criança emocionalmente perdida e como uma idosa que tem o fim diante de si.
É uma experiência desagradável, afinal ele está revivendo uma série de traumas ao reencontrar sua mãe. Porém, no calor das emoções Seiichi entende que ela não vale mais a pena tanto dispêndio e no passar de um tufão, mãe e filho se permitem conhecer um ao outro.
Femme Fatale
Se você leu Aku no Hana até o final, perceberá como que a Seiko repete o mesmo padrão de personagem que a Nakamura. Uma mulher que desde a primeira infância se sentia apática a tudo e a todos, desenvolvendo comportamentos nocivos à si e ao seu redor. Seiko não nasceu num lar funcional, o que é de se esperar de uma pessoa com o seu perfil.
Além disso, seu desejo de ver tudo queimar, imaginando todas as pessoas de sua vida estiradas e mortas é uma Nakamura 2.0, sem tirar nem pôr. A diferença é que agora vemos o que a maternidade implica numa pessoa desse calibre; nada de bom para a criança, evidentemente.
Vínculo traumático e a possibilidade de um amanhã
Deu pra ver muita gente descontente com Chi no Wadachi explorando o passado de Seiko, como se aquilo fosse alguma forma justificasse as ações de uma péssima mãe. Dá pra relevar esse tipo de comentário se imaginarmos que parte do público que lê o mangá também tenha vivido ou viva situação semelhante à do Seiichi, de um jeito ou de outro. Mesmo assim, é importantíssimo para o rapaz esse momento de conhecimento mútuo com a mãe no passar do tufão.
Chi no Wadachi (Imagem Divulgação)
Infância de Seiko
Temos uma fagulha de felicidade na primeira infância de Seiko com o avô, por quem ela nutre boas lembranças, ainda que vagas. Mas isso muda muito rápido quando sua mãe, que detesta o avô, se muda de casa e passa a ter uma segunda filha, Etsuko.
A partir daí, como é comum em muitas famílias, todo o amor vai para o caçula e toda a dor vai para o mais velho. A mãe de Seiko, que já não tinha a melhor das afeições pela filha, tem uma piora ao descobrir a traição do marido. Assim, as coisas seguem até finalmente Seiko sair de casa, interessada numa trupe de teatro na qual conhece Ichiro.
O começo de sua vida com Ichiro é de algum modo feliz. Apesar dos amigos do teatro, Ichiro vivia em poesia, de tal maneira que ele demorou a entrar e concluir sua faculdade.
No entanto, preso a bloqueios criativos e com as pressões da vida adulta batendo à porta, Ichiro decide largar as artes, assumir o negócio da família e pedir Seiko em casamento. Com a ideia de uma vida comum e sem muita agência própria, Seiko simplesmente segue num barco sem leme, aceita a proposta e a luz que se acendeu no começou de sua vida com o teatro simplesmete desapareceu.
Contudo, por sugestão de sua cunhada que havia pouco dado a luz a Shigeru, Seiko tenta na maternidade um caminho para se sentir completa e menos só. A ideia funciona maravilhosamente bem no começo. Afinal, o afeto genuíno que ela sente pela pequenina criança que saiu como uma extensão de si é inegável. O problema volta quando ela simplesmente enjoa daquilo, principalmente quando a criança começa a desenvolver suas primeiras noções de Eu e a Seiko mais uma vez se sente desconectada.
Entendimento
Quando Seiichi finalmente entende que Seiko perpertuou um ciclo vicioso de morte, que ela havia sido morta durante a infância e por sua vez matou outra criança ao tornar-se uma adulta desfuncional, isso não sara suas feridas, incuráveis a essa altura.
Porém, o entendimento, um bem em si mesmo, liberta Seiichi e ele consegue algum grau de agência na vida. Ele se torna capaz de arrumar sua própria casa, consegue parar de beber e a leitura, esse hábito tão redentor, fixa-se como uma nova forma de vida que o acompanhará pelo resto de seus dias.
Assim, a ideia da morte o abandona, Shigeru se despede de seus sonhos e um amanhã torna-se possível para Seiichi, que teve todas as portas de sua vida fechadas desde o nascimento por quem deveria protege-lo e apoia-lo.
Como uma última etapa dessa relação tão distorcida de mãe e filho, Seiichi passa a cuidar de Seiko nos seus últimos dias, depois de cair (ou ser empurrada?) de uma escadaria e atingir a invalidez.
Cuidado sem amor
É uma parte particularmente bem mórbida no caso desses dois, mas é um estágio eventual de nossas vidas. Um dia nossos pais cuidaram de nós. Amanhã será a nossa vez, de um jeito ou de outro. Só que nem todos farão isso por amor. Afinal, Seiichi não o faz.
Ele não é violento com sua mãe, é cuidadoso, mas não permitirá que ela escape assim tão facilmente da vida. Então, a observa intensamente enquanto a vida vai esvaindo de si. Ao final da história Seiichi consegue se vingar de Seiko, de uma forma extremamente sutil, mas consegue.
Às vésperas do último suspiro, uma última conversa, quase alucinatória, entre uma Seiko mais uma vez jovem (ainda que com outro desing) e um Seiichi criança, num último confroto onde cada um troca farpas com o outro e dão adeus.
Conclusão: O rosto de mamãe
“De repente, me peguei pensando… faz quantos anos desde a última vez que me lembrei de mamãe?”
Chi no Wadachi começa como uma história de suspense psicológico. É um mangá que conta em detalhes o processo de destruição de uma criança pela superproteção e abuso de uma mãe controladora e narcisista.
Típico dos trabalhos de Shuuzou Oshimi, ele é um mangaká que te faz passar pelo inferno. Então, somente quando você estiver no pior estado possível é que ele irá te puxar pra cima, para o mundo dos vivos.
A mensagem central de seus trabalhos, pelo menos nos que eu tive o prazer de ler até hoje como Happiness e Aku no Hana, lembra a carta que o Conde de Montecristo deixa para Maximilian Morel no final do livro. Nela, ele lembra que “é preciso saber o que é morrer para apreciar as alegrias da vida”.
Mesmo com o fim mórbido, o final nos agracia com mais um timeskip. Com isso, vemos um Seiichi idoso, vivendo um dia de cada vez entre idas e vindas à biblioteca, de onigiri à mão (seu primeiro presente da única pessoa que o amou…) e capaz de apreciar a beleza tão universal que a só um céu límpido é capaz de nos agraciar.
Aos 45 do segundo tempo, contra todas as minhas expectativas e com um tato iconográfico magnífico, Shuuzou Oshimi nos mostrou que mesmo o mais forte dos traumas é tolerável com um dia de cada vez. Isso nem precisa ficar restrito a traumas familiares, não. Na verdade, traumas de todo o tipo. Não com o passar de dias, nem meses, mas de anos, todas as memórias eventualmente viram um borrão. Assim, ao final da trilha de sangue, mora a liberdade.
A publicação
Chi no Wadachi acabou amontoando 17 volumes, quase ao mesmo tempo de Okaeri Alice. Foi premiado no início deste ano na categoria “Melhor Série” no Festival Internacional de Angoulême na França e não gratuitamente. Apesar de ter se consagrado pela criação de Aku no Hana, que é sem sombra de dúvida uma obra excepcional com um dos finais mais louváveis que já tive o prazer de ler, Chi no Wadachi parece ajudar a exorcizar alguns demônios da vida do autor. Ao mesmo tempo, ler o mangá por completo ajuda a exorcizar alguns de nossos próprios demônios.
Portanto, é uma leitura terapêutica, apesar de parecer ser tudo menos saudável. É só impressão, juro a vocês.
Se a NewPop seguir a tendência de publicar as obras de Shuuzou Oshimi como vêm publicando, anunciando recentemente a publicação de Inside Mari, eventualmente chegará a vez de Chi no Wadachi ser publicado no Brasil. Com isso, serei obrigado a colecionar um mangá pela primeira vez desde Kingdom Hearts (tem tempo né…)
É lógico que Chi no Wadachi leva 5 suquinhos. Enquanto a próxima obra do mestre, que já está no forno, não sai, fica o aviso: sua obra-prima já mora entre nós.
A Mostra de Cinema Chinês de São Paulo, realizada pelo Instituto Confúcio na Unesp, chega à sua 8ª edição com o tema “Em Busca da Luz”. De 6 a 15 de outubro no CCSP (Centro Cultural São Paulo), o público terá a oportunidade de assistir a doze produções cinematográficas chinesas contemporâneas – a maioria inéditas no Brasil. Entre ficção e documentário, os filmes trazem um retrato singular, autêntico e vibrante da humanidade, evidenciando a sua busca por ideais e convicções.
Com curadoria de Shi Wenxue, mestre em Ciências do Cinema e membro do comitê de seleção da mostra competitiva do Festival Internacional de Cinema de Pequim, e Lilith Li, que coordenou o Festival Internacional de Cinema de Macau e curadora Sydney Culture Week Series na Austrália, os filmes selecionados para a edição 2023 da Mostra exploram um dos aspectos mais essenciais da cultura chinesa contemporânea, à construção da ligação das suas raízes por meio de ligações familiares de afeto e superação.
Entre suas principais atrações, a mostra apresenta o filme “Cordão da Vida” de Qiao Sixue, e estrelado por Badema e Idar. Premiado no 20th Film Channel Media Focus Unit, a obra narra a jornada de Arus que leva sua mãe de volta às estepes, sua terra natal, em busca de seu lar perdido na memória. Já o comovente “Irmãos”, de GUO Xiuzhuan, exibido no 14º Festival de Cinema de Taiwan, explora os laços inquebráveis entre dois irmãos, Wen Guang, que enfrenta o desafio do autismo, e o caçula Wen Xiu. Juntos, enfrentam sozinhos as adversidades da vida.
Obras exibidas em festivais importantes podem ser vistas na 8ª Mostra de Cinema Chinês, entre elas:“Ping Pong: Virando o jogo”, de DENG Chao & YU Baimei,premiado como o melhor filme do ano no Movie Channel M List pela sua qualidade e impacto. O longa narra a jornada da equipe masculina de tênis de mesa da China do início dos anos 90 que, abalada por derrotas consecutivas contra a equipe sueca, reergue-se sob a liderança do treinador Dai Minjia, interpretado por Deng Chao, e “Acima das Nuvens”, de LIU Zhihai, laureado como o mais popular Filme do ano na categoria Exploração Artística no 29th Beijing International Film Festival. Este drama de guerra mergulha na história de um jovem soldado do Exército Vermelho, Hong Qichen. Já “Yanagawa”, de ZHANG Lü, recebeu o Cyclo d’Or, no 28º Festival Internacional de Cinema Asiático de Vesoul (França). A trama segue Lidong, que, na juventude, tinha uma paixão secreta por Achuan. O desaparecimento súbito daquela mulher deixou Lidong abalado por mais de uma década.
Road Movies premiados circulam na programação da Mostra, como “Um pai, Um filho”, de BAI Zhiqiang, vencedor em 2023 do Beijing International Film Festival na categoria Project “Excellent Production in Progress Award”. O filme segue a jornada de Gou Ren, atormentado pela perda do filho, ele conhece Mao Dou, um “capetinha” determinado a encontrar o pai; e “Juntos pelo mundo”, de XU Chenghua, premiado como Melhor Documentário no Hollywood Documentary Film Festival, a obra conta como pai e filho partem de Dali, na província de Yunnan, rumo ao Tibete. Contudo, nos 8.700 quilômetros da rota nas montanhas, inúmeros imprevistos os aguardavam.
Documentários com temas atuais também estão no evento, como “Amor à prova”, de DONG Xueying,premiado no Especial no Shan Yi International Women’s Film Exhibition, a história trazcinco mulheres solteiras de Pequim com personalidades totalmente diferentes. Umas renunciaram ao romance em favor da carreira; outras viram a vida mudar de forma inesperada; e “Pequenos Jardins”, de Hongbo Zhou & Zhenyu Lu, documentário que explora a relação entre três famílias em Suzhou e seus jardins particulares considerados tesouros culturais e históricos da China. A obra é um olhar fascinante sobre a interseção entre a cultura chinesa tradicional e o mundo moderno.
Para fechar a programação deste ano, a Mostra traz ainda a animação “Boonie Bears: o código guardião”, de LIN Yongchang & SHAO, premiado pelo TikTok Movie Annual Impact Film Award. O longa segue a jornada dos ursos Briar, Bramble e Vick, que se envolvem em um sequestro; a comédia de ficção científica“Departamento Editorial de Exploração Espacial”, de Kong Dashan, reconhecido como o Word-of-Mouth Film of the Year em 2023 Weibo Movie Night, mostra a história segue Tang Zhijun, um editor-chefe de uma revista de ficção científica, que parte em uma busca atrapalhada por vida extraterrestre; e “Deserto”, de ZUO Zhiguo, que acompanha Lin e o irmão à procura do pai desaparecido no deserto.
Sobre a 8° Mostra de Cinema Chinês de SP
Desde 2015, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e o CCSP, o Instituto Confúcio na Unesp realiza anualmente uma Mostra de Cinema Chinês para divulgar a cultura chinesa, compartilhar histórias e vozes, aprofundar a compreensão e a amizade e continuar consolidando um evento cultural chinês no Brasil.
O aprofundamento das relações entre a China e o Brasil faz de 2023 um novo começo, um ano de florescimento da amizade bilateral. Neste mesmo ano, o Instituto Confúcio na Unesp comemora seu 15º aniversário e São Paulo vê a 8ª edição da Mostra de Cinema Chinês tornar-se realidade.
Alô meus companheiros amantes de gore! Após o grande fracasso de Jogos Mortais – O Espiral, a franquia retorna mais uma vez para trazer mais um novo longa para a franquia original. Jogos Mortais X chega trazendo grandes expectativas para os fãs mais antigos por prometer trazer novamente o amado vilão, JigSaw, e prometer um banho nostálgico acompanhado de muito terror e aflição. Estive lá para acompanhar esse novo mar de sangue que promete ser o mais sangrento de toda a franquia e agora tô aqui pra compartilhar com vocês se é realmente verdade ou tudo não passa de papo fiado. Vem cá que vou te contar tudo!
O que torna esse longa interessante, é o seu retorno as suas origens. O longa se passa entre o primeiro e o segundo filme e revisita o John Kramer buscando de formas desesperadas por alguma cura para a sua doença que já está em estagio terminal. Com todo o seu desespero, John recorre a um grupo que oferece uma cirurgia milagrosa mas não esperava que estava prestes a cair em um golpe. Após notar que tudo não passava de uma fraude, o seu antigo hobbie volta a assombra-lo e os jogos começam mais uma vez.
Após 10 longos filmes dessa saga, eu preciso admitir que em Jogos Mortais X eu consegui visualizar uma luz no fim do túnel. Apesar da trama não ser extremamente elaborada, ela se desenvolve muito bem entre o primeiro e o segundo ato do filme. Assim, consegue manter uma boa construção e uma narrativa interessante. Fazendo com que pela primeira vez na saga, a gente consiga de fato ter uma conexão mais sentimental com o John. O que para uns pode ser um grande acerto, mas para outros pode ser um grande problema se levar em conta todos os filmes antecessores.
Mesmo com um enredo muito melhor que 80% da franquia, não se pode dizer o mesmo sobre aquilo que é referência em Jogos Mortais, que são os tão esperados jogos. Nesse quesito, o filme havia prometido muito e infelizmente entregou pouco. Não existe grandes inovações por parte das tão agonizantes armadilhas e por conta disso parece que estamos em uma verdadeira repescagem do que deu certo para a franquia em algum momento. Mas, preciso admitir que apesar das armadilhas não serem tão inovadoras e nada muito extravagante, os efeitos ajudam muito e o gore consegue ser até melhor que seus antecessores. Então, se você é sensível a esse tipo de conteúdo (como eu sou), pode se preparar para grandes momentos de aflição no cinema.
Já por outro lado, se tem algo que o longa reaproveita muito bem é o retorno de seus antigos personagens. Ter John e Amanda juntos mais uma vez dá um gosto nostálgico que anima qualquer fã da franquia. Embora existe alguns problemas relacionados ao desenvolvimento dos personagens, não existe nada tão grave ao ponto de quebrar a narrativa introdutiva a eles se relacionada com os antigos filmes. Acredito que poderia ter existido uma abordagem melhor para personagens tão emblemáticos, mas, mesmo que não tenha sido de forma majestosa, eles estão lá e estão sendo da forma que sempre foram.
Por fim, preciso admitir que fui sem expectativa nenhuma pois carrego grandes mágoas e decepções dessa franquia, mas sai relativamente satisfeito da sessão. Com certeza não é um ótimo filme e não chega perto do ponto inicial da franquia, mas mesmo assim, consegue trazer uma luz no fim do túnel para essa saga que parecia está morta e existindo apenas em beneficio do lucro.