Confira agora o que achamos de mais uma estreia da Temporada de Inverno 2018, Slow Start!

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É possível que em algum momento de nossa vida escolar todo um ano possa ser perdido, por algum motivo qualquer que seja.

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Slow Start (Imagem Divulgação)

Atrasos

Pode ser que não tenhamos estudado direito, pode ser que tenhamos que nos mudar de repente para qualquer outro lugar, ou pode ser mesmo que peguemos uma doença braba daquelas e acabemos de cama por todo o período de provas.

Há essa expectativa, esse script de vida de acabar o fundamental lá pelos 14 anos e sairmos do ensino médio com 17 anos para aos 18 estarmos ou numa faculdade, ou empregados, ganhando a própria vida. Mas, como comecei nesse parágrafo, imprevistos podem acontecer; e pode ser que esse script não saia lá bem como nós planejávamos.

Talvez uma maioria considerável de pessoas leve essa situação numa boa. Numa sociedade de normas mais descontraídas como a nossa, temos os repetentes, os “atrazildos”, os quase-jubilados e por aí vai. São apelidos que apesar de destilarem sua reprovação com quem está fora do esperado, ainda assim tem sua certa dosagem de bom humor, que não quer necessariamente caçoar de quem se encontra nessa situação e que reconhece que algumas pessoas tem o seu próprio tempo.

Nós, daqui de dentro, podemos nos imaginar como que alguém que venha de um lugar muito mais exigente que o nosso, transbordando de expectativas e rígidas reprovações sobre seus jovens como é o Japão, se comporte diante de um atraso, de um ano perdido.

Esse é o drama de Hana Ichinose. Uma tímida menina comum como qualquer garota de sua idade; mas no dia do exame de admissão para sua futura escola, onde iria começar o ensino médio, Hana pega uma febre e é obrigado a faltar à prova e assim, perder um ano de sua vida para poder voltar a estudar apenas no ano seguinte.

Para a menina, entrar na escola um ano atrasada é motivo de muita vergonha, por isso ela vai morar com a sua prima, tentando assim recomeçar a vida do zero, guardando pra si esse segredo das novas amigas.

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Slow Start (Imagem Divulgação)

As Personagens

Slow Start, como todo slice of life que se preze, não é um anime de enredo e sim de personagens. A história é simplesmente essa mesma, a de uma menina comum que entra um ano atrasada e tenta esconder isso enquanto vive a vida normal de qualquer estudante. Já falamos um pouco sobre Hana Ichinose, nossa protagonista; é pelos olhos dessa garota comum e de físico fraco por onde enxergamos o que acontece durante boa parte do anime.

Após ter faltado ao exame de admissão, sua mãe a envia para morar com a prima, Shion Kyouzuka, uma moça grande (em qual sentido isso fica pela conta da/do leitora/leitor) e sempre sorridente; quase que a Lucoa do anime (a analogia com Maid Dragon logo logo será explicada).

Na nova escola, Hana faz amizade com outras três garotas: Tamate Momochi, ou Tama-chan, como ela quer, é a aspirante a idol, com seus trejeitos de quem está sempre animada 24h por dias e sempre chamando a atenção; Eiko Tokura é a onee-san do grupo, uma espécie de irmã mais velha com esse ar de quem toma conta de todas as outras meninas, principalmente da loli do grupo, Kamuri Sengoku (Kamuri? Kamui? Oi?), uma menina que segundo as próprias palavras: “Eu gosto de dormir e comer e o meu melhor talento é comer muito.”, definindo assim toda uma gama de otakus que já se encantavam de primeira com sua fofura.

O anime foca no cotidiano dessas quatro meninas, que segue com piadas envolvendo trocadilhos de nomes, aulas de educação física penosas para Hana, lanches compartilhados, alguns momentos emocionantes, tudo isso transbordando em moe.

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Slow Start (Imagem Divulgação)

Conclusão: O Moe pelo Moe

Slow Start nem parece ao menos querer esconder sua ausência de originalidade, como se essa não fosse sequer de longe sua intenção. Sua intenção é tão somente encantar o telespectador, gerar uma boa dose de moe.

O anime pega todos esses traços característicos de tudo que está mais em voga que nos faz exclamar “Nossa, que fofo!!!”: traços arredondados, olhos grandes, constantes expressões faciais parecida com emoticons, a pequena presa no canto da boca de Tamate e ora, o que dizer da Kamuri? Se comparar Shion com a Lucoa, pode parecer estranho, é inegável que Kamuri É a Kanna.

O mesmo jeito kuudere de ser, inexpressiva, o mesmo cabelo roxo-claro, os mesmos olhos azul-marinho e se isso tudo não passa de uma enorme coincidência, as duas personagens são dubladas pela mesma pessoa. Não é exagero dizer que muitos que assistem Slow Start agora são pessoas que foram encantadas pelo moe da Kanna, que parece ter criado tendência (Ren-chon de Non Non Biyori é outro exemplo de loli inexpressiva do cabelo roxo que rouba a cena no anime).

O mais curioso de tudo é que essa jogada de receita para uma grande bomba de fofura funciona, ao que vemos que no My Animelist, as duas personagens mais favoritadas pelo público são justamente a Tamate, em segundo lugar e a Kamuri, em primeiro lugar. É um moe pelo moe assumido e que está prendendo a atenção.