Uma mistura de drama, comédia e suspense dentro de um filme de época, com toques de mundo moderno. O que aparenta ser uma verdadeira salada mista em tela, se torna algo genial, sensacional, incrível que desaponta em grande escala quando o óbvio é entregue em uma trama assim.

A Festa é o tipo de confusão em tela que te bate a vontade de rever inúmeras vezes, mas também te deixa dúvidas e até te faz ignorar o filme depois de assistido, um verdadeiro “não sei” que era melhor ter terminado de forma diferente, ou terminado de fazer o filme.

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A Festa (Pôster Divulgação)

Preto e Branco

Completamente em preto e branco e muito drama envolvido fazia pensar que A Festa seria um típico filme de época que facilmente poderia agradar pelos seus tons antigos de linguagem cinematográfica, isso na verdade é apenas a ponta do iceberg para uma história que impressiona em drama, plots e humor, a trama que aparenta ser rasa engana e agrada bastante a ponto de querer mais e mais daquela história, quase desejando que não fosse um filme e sim uma série.

Timothy Spall em A Festa
Timothy Spall em A Festa (Imagem Divulgação)

A diretora Sally Potter acertou em muitos pontos do filme e têm grande mérito por tal genialidade no roteiro, junto com um elenco que, para alguns leigos pode não ser conhecido, mas causa inveja na teoria e na prática, a mistura de política com casamento destruído, traição e casal LGBT discutindo relação, mais o personagem de Cillian Murphy buscando vingança por sua esposa ter pulando a cerca te deixando em um barco sem remo com o pensamento de “o que diabos está acontecendo?”.

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A diretora Sally Potter, de A Festa (Imagem Divulgação)

Ao invés de ser algo maçante e bagunçado, ele é muito bem trabalhado quanto a trama amarrada e seus gêneros de drama\comédia, e a ansiedade pela conclusão de todo o conflito chega a fazer o coração bater mais forte, mas aí vem o maior problema do filme que coloca em cheque toda a genialidade presente em tela.

Alerta de Spoiler!

Sally Potter trabalha aquele plot padrão de apresentar uma cena do meio do filme no início dele, o que era para ser algo para prender de vez, se torna muito decepcionante ao saber que aquele era o final do filme, e mesmo se não fosse mostrado, seria ainda sim uma decepção, mesmo que toda a trama estava sendo direcionada para um único caminho, esperava uma surpresa se colocar na balança todo o trabalho de plot feito na trama, e entregar o simples e o óbvio, além de ser um final sem sal e de torcer o nariz, estraga toda a experiência dessa obra, coloca em cheque tudo já visto e bate uma tristeza por um final tão preguiçoso e precoce, talvez o pensamento foi achar que já teria o público na mão, diria que falhou miseravelmente, um final de filme que te coloca dúvidas se foi genial ou péssimo, a impressão de um filme incompleto faz toda a genialidade cair no esquecimento.

Kristin Scott Thomas A Festa
Kristin Scott Thomas em A Festas (Imagem Divulgação)

Elenco de grande destaque

O elenco têm um grande destaque que é a atriz Patricia Clarkson, foi tão incrível que lhe rendeu o prêmio de melhor atriz coadjuvante no British Independent Film Awards, e de forma merecida.

A Festa é um excelente e genial quase filme que todos deveriam assistir, mas que provavelmente farão isso apenas uma vez, pois a vontade de rever é nula, na verdade a vontade é de que acabem o filme, porque não é um sentimento bom saber que assistiu uma genialidade inacabada.

REVIEW
A Festa
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
a-festa-reviewPara celebrar seu tão aguardado e prestigioso cargo em um ministério, e, esperançosamente, um trampolim para a liderança do partido, a recém-nomeada política da oposição britânica, Janet, está dando uma festa para os amigos em seu apartamento em Londres. É claro que, neste seleto e íntimo soirée, além do marido acadêmico abnegado de Bill-Janet – um grupo heterogêneo de amigos, escolhidos a dedo, foi convidado: Há April, a melhor amiga americana e amargamente cínica; seu improvável marido alemão, Gottfried; há também Jinny e Martha; e, finalmente, Tom, o banqueiro tranquilo em seu terno impecável. Inevitavelmente, antes que o jantar seja servido, o ambiente otimista se despedaçará, já que os segredos obscuros começam a ser revelados nesta superfície hostil. Sem dúvida, depois desta noite, as coisas nunca mais serão as mesmas.