Hereditário, filme de terror do até então desconhecido Ari Aster, tornou-se facilmente um dos meus filmes de terror favoritos. A estética, a história, e as bizarrices que incomodam auxiliadas da câmera nauseante tornou o filme um sucesso instantâneo. Sendo assim, quando anunciaram a nova produção do roteirista e diretor, Midsommar, eu logo fiquei ansiosa esperando mais um filme de terror “fora da caixinha”.

Midsommar é descrito como um “filme de terror folclórico”. A trama é sobre a jovem Dani, que após perdas significativas de sua família, tem cada vez mais problemas em manter a relação com seu namorado Christian.

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Junto a outros colegas de faculdade, eles decidem viajar para o interior da Suécia onde irão presenciar um raro festival que ocorre a cada 90 anos, porém, os costumes do grupo logo despertam estranhamento e horror no grupo, que se vê prisioneiro de uma seita.

Se hereditário já fugia das tramas convencionais americanas, com jumpscares e clichês, Midsommar faz sua evasão total do gênero. Ele não é, e nem pretende ser, um filme convencional de terror. Sua trama é desenvolvida de maneira demorada, longa e sem grandes surpresas. O diretor não pretende nos surpreender, na verdade ele nos choca com o inevitável. Nós já sabemos o que vai acontecer, mas ficamos sempre apreensivos.

Enquanto a maior parte dos filmes de terror espera para se mostrar chocante, Midsommar entrega de cara o horror que é a pequena comunidade, e que não há espaço para diferentes interpretações.

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Apesar de eu gostar muito da estética, da trama, e das atuações, confesso que senti que faltou algo para tornar o filme fantástico. Não me entendam mal, o filme é bom, mas parece que carece de algo, uma finalização talvez. Enquanto Hereditário pecou dando esclarecimentos demais no final, Midsommar peca em não entregar tudo que poderia.

Acredito que Ari Aster ainda está desenvolvendo seu próprio estilo, e está indo por bons caminhos, mas ainda falta alguma experiência para que os longas saiam mais redondinhos.

Ainda assim, se você for fã de horror não convencional – ou seja: dos formatos enlatados americanos – no estilo de A Bruxa, O homem da palha (o clássico, não a refilmagem), Apóstolo e Kill List, Midsommar vai agradar.

REVIEW
Midsommar
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Doka
Bibliotecária, especialista em conservação de histórias em quadrinhos, pesquisadora na área de educação, princesa da Disney e apaixonada por Sailor Moon a mais de 20 anos.
midsommar-o-mal-nao-espera-a-noite-reviewDani e Christian formam um jovem casal americano com um relacionamento prestes a desmoronar. Mas depois que uma tragédia familiar os mantém juntos, Dani, que está de luto, convida-se para se juntar a Christian e seus amigos em uma viagem para um festival de verão único em uma remota vila sueca. O que começa como férias despreocupadas de verão em uma terra de luz eterna toma um rumo sinistro quando os moradores do vilarejo convidam o grupo a participar de festividades que tornam o paraíso pastoral cada vez mais preocupante e visceralmente perturbador. Da mente visionária de Ari Aster surge um conto de fadas cinematográfico encharcado de pavor onde um mundo de escuridão se desdobra em plena luz do dia.