Por mais que crescemos e passamos por vários acontecimentos em nossas vidas, não significa que você é cem por cento maduro, sempre estamos passando por mudanças e experimentos em nossas vidas que vão nos moldar cada vez mais, porém alguns são tão instáveis que se tornam experiências horríveis para outras pessoas, talvez isso explique o título, A Pior Pessoa do Mundo é uma obra incrível no sentido de lição de moral, mas perdida em ritmo, se tornando um filme maçante e monótono que só agradará a aos extremos cult e talvez a academia.

Para começar, acredito que a protagonista Julie (Renate Reinsve) é o simbolismo do que um adolescente em transação a fase adulta passará em sua trajetória, ideologias deixam de ser tão extremas, gostos mudam, tipos de parceiro se torna uma indecisão, carreira indefinida, em todos os sentidos da vida o ser humano está se descobrindo nessa fase, e o que não vai faltar são escolhas erradas, ficar pulando de relacionamento em relacionamento vai parecer mágico, mas se torna uma faca de dois gumes, sem falar de achar que sabe tudo, quando na verdade não sabe nada.

Isso é ser um adolescente, o tanto de vezes que você vai quebrar a cara e vai sair machucado em relações e vice versa vai fazer de você a pior pessoa do mundo, a trama não só exemplifica isso direto como estica até demais acontecimentos padrões que fazem Julie parecer uma pessoa horrível, realmente essa instabilidade emocional é algo tóxico para as pessoas mais próximas, prejudica a própria Julie também, mas por mais que pareça que ela seja uma pessoa ruim, os acontecimentos mostram um aprendizado e amadurecimento na vida de todos por qual ela passou, até um dia ela se encontrar finalmente, adolescente apanha muito na vida e não têm como evitar, não é diferente de uma criança, só muda o nível de aprendizado.

Uma obra dessa passa por um problema que muitos chamam de mal necessário, mas o dito cujo às vezes passa dos limites e se torna algo quase incômodo, a trama arrastada é necessária para trazer todo o arco jovem de Julie, mas têm arcos na obra que são mostrados e descartados tão rápido que ao invés de se mostrar uma situação passageira, se trona gratuito e desnecessário.

A obra estica mais capítulos para mostrar uma última relação com alguém que têm a mesma índole dela, o relacionamento com Eidvind (Herbert Nordrum) mostra o tipo de relação que você tem quando já passou por uma experiência a qual te amadureceu para vida, aqueles momentos festeiros e loucos te deixa incomodado, pessoas que não se decidiram na vida te irrita e a única coisa que você faz é discutir e ficar bravo com essa pessoa, sendo que ela era você ontem, quando ainda estava se descobrindo, olha o quão importante é esse momento na trama, e por causa de ritmo e barriga no roteiro é desperdiçado porque você já não aguenta mais o filme de tão longo e arrastado, a lição não é perdida, mas perde-se muito na emoção de grandes momentos que são de grande importância para a protagonista.

A Pior Pessoa do Mundo sofre com o marasmo de obras arrastadas para conquistar uma estatueta, incomoda contudo entrega uma incrível lição de que nossas escolhas afetam a nós mesmos e a quem estiver em nossas vidas, independente de estar em uma fase adolescente ou não, qualquer mudança pessoal pode mudar o mundo ao nosso redor.