Nesta quinta-feira (22), chega nos cinemas brasileiros um dos mais aguardados blockbusters do ano, A Mulher Rei, protagonizado pela vencedora do Oscar Viola Davis. Com críticas positivas desde sua estreia no Festival de Toronto deste ano (leia nosso REVIEW), o longa dirigido por Gina Prince-Bythewood é inspirado nas Amazonas de Daomé – exército feminino que combateu os invasores europeus.

Assim como Pantera Negra, que revolucionou o cinema como o primeiro filme de heróis protagonizado por atores negros. A Mulher Rei tem o objetivo de mostrar a força da mulher negra com um elenco majoritariamente negro e feminino. E para divulgar o filme, Viola Davis e o produtor Julius Tennon vieram ao Brasil para divulgar o longa. A coletiva de menos de uma hora conta sobre o processo e importância do filme protagonizado por mulheres negras. 

a mulher rei coletiva
Foto: @sucodm / @fotobelga

É a primeira vez da Viola Davis no Brasil

Aqui vocês sempre parecem estar celebrando algo, é muito bonito”. A atriz conheceu a escola de samba, jantou na casa de Taís Araújo e Lázaro Ramos e deu uma passada na ONG IKMR, que atua na defesa dos direitos de crianças refugiadas. Um verdadeiro passeio onde detalhou em postagens no seu Instagram

Para começar a conversa com a imprensa, o produtor Julius Tennon contou que não foi fácil tirar o filme do papel e achar um estúdio que acreditasse no projeto: “Levamos ao todo cerca de sete anos para fazer isso aqui acontecer”. Grandes das perguntas feitas sobre o filme foram sobre o protagonismo negro nas telonas e a importância de ter esse formato mais presente no cenário hollywoodiano. Dentre as perguntas feitas, foi destacado a importância do título que o filme carrega. “O nome do filme [Mulher Rei] une o que há de mais forte em uma mulher e um homem. Ver uma mulher negra num pôster com o nome “rei” ao lado subverte a narrativa e nos tira de ser apenas personagens secundárias.”

O filme, de acordo com a atriz, é muito mais que um mero blockbuster ou um filme de ação. “É um filme de drama histórico que vai além de tudo isso”.  Se compramos ingressos para assistir mulheres brancas com armas, por que não investiremos em filmes onde mulheres negras fazem o mesmo? “Coloque seu dinheiro em filmes com pessoas como nós. Caso contrário, esses filmes não serão feitos. Então, como espectadores, coloquem seu dinheiro em filmes sobre nós e nós sempre estaremos aqui juntos com as inúmeras super-heroínas brancas.” Inclusive, é de suma importância que o filme vá bem em bilheterias, e o Julius ressalta isso junto com a Viola Davis. É através de quanto o filme arrecada que saberemos se teremos um outro filme de grande impacto como este em Hollywood. “Aos grandes estúdios: tenham coragem. Só falta isso para mudar o cinema como conhecemos. Nós, pessoas pretas, também fazemos dinheiro”, disse Julius Tennon.

a mulher rei coletiva
Foto: @sucodm / @fotobelga

E quem inspirou a atriz para a construção da General Nanisca?

“Todos ao meu redor me inspiraram. Todos nós temos segredos e essa é a beleza de criar seres humanos nas telas. Ela é um amontoado de ideias e sentimentos”. 

Como pauta principal da coletiva do filme A Mulher Rei foi sobre a falta de representatividade negra, Julos ressalta: “Isso é um fato. É importante contar essa história para que possamos ver mais mulheres em filmes desse porte, com esse orçamento. Certamente abrimos uma oportunidade para ver mais mulheres guerreiras daqui pra frente”. Viola complementa a fala do produtor: “Fazer filmes como este aqui serve para mostrar que nós temos a mesma capacidade que todos os outros. Todos somos parte da raça humana, não somos só uma metáfora para uma história”.

“O motivo pelo qual sabemos que Meryl Streep e Julianne Moore são boas é porque elas tiveram oportunidade para provar isso. Mulheres negras também precisam dessa oportunidade nas telas. A arte imita a vida e é importante saber que nós também somos mulheres, somos atrizes e que valemos à pena tanto quanto essas outras atrizes. Não importa se não sou loira ou branca, a forma como criamos filmes precisa refletir isso”, contou Davis ao ser questionada sobre a falta de vagas para pretos em filmes e séries.

A entrevista se encerra com uma fala poderosa de Julius Tennon “E aos grandes estúdios: tenham coragem. Só falta isso para mudar o cinema como conhecemos. Nós, pessoas pretas, também fazemos dinheiro”.

a mulher rei coletiva
Foto: @sucodm / @fotobelga

SOBRE “A MULHER REI”

Inspirado em eventos reais, o longa conta a história memorável da Agojie, uma unidade de guerreiras composta apenas por mulheres que protegiam o reino africano de Dahomey nos anos 180, com habilidades e uma força diferentes de tudo já visto. A Mulher Rei acompanha a emocionante jornada épica da General Nanisca (Viola Davis) enquanto ela treina uma nova geração de recrutas e as prepara para a batalha contra um inimigo determinado a destruir o modo de vida delas.

Estrelado pela brilhante Viola Davis, #AMulherRei chega exclusivamente aos cinemas em 22 de setembro.