Poderia ser mais uma grande produção nacional, rasgar elogios para o cinema brasileiro, mas não é todo dia que se acerta.

Às vezes a preguiça domina a criatividade e copiar quase que por completo os padrões norte americanos para uma comédia romântica se mostra cativante, com isso a história fica tão genérica que sobrepõe pontos que merecem um destaque maior. Esse é Minha Vida em Marte, um filme que preferiu ser uma cópia abrasileirada do que se mostrar original e desvinculada a comparações norte americanas.

Engraçado, Espontâneo e Funcional

O arco de uma comédia romântica começa com aquela famosa cena do casal se conhecendo de forma engraçada e espontânea, clichê mas funcional para trama, porém esse filme traça um caminho inverso.

Dessa vez, o centro da trama é o divórcio, e com isso temos uma comédia romântica às avessas, isso nos coloca em um novo mundo, um humor que se sabe o quanto será escrachado, mas que caminha para outro caminho do que é comédia romântica.

Ao invés da construção, temos uma desconstrução de romance, de vida perfeita de casados, a crise matrimonial que resulta no divórcio, trazendo nesse caso, o lado da mulher, a linda Monica Martelli mostrando sua sensualidade sem medo de ser julgada, e muito mais importante, seu talento para uma protagonista que se desenvolve do quebrado ao amadurecido, uma cinquentona que merece todo o respeito e aplausos não só por sua carreira, mas pelo seu papel em Minha Vida em Marte, uma trama completamente sem graça e monótona, mas que Monica carregou nas costas facilmente.

Minha Vida em Marte
Minha Vida em Marte (Pôster Divulgação)

Potencial

Esse filme tinha tudo para ser uma comédia bem sucedida, mesmo com o humor escrachado que desenvolve a trama, porém já temos alguns filmes do gênero comédia romântica, mas dessa vez a semelhança com os Estados Unidos estava tão exposta que lembrou muitos filmes norte-americanos.

Isso nos tira por completo da trama da mulher pré divorciada, misturar elementos de pessoas tristes com a separação e tentar se distrair com viagens e experiências com as amigas parecia uma forma belíssima de desenvolver a história, trazendo todo aquele ambiente brasileiro que conhecemos, até mesmo se a cena se passar em Nova Iorque, que é o caso: a personalidade do brasileiro está nítida nos personagem mas não em cena, a história se desenvolve escalando junto com as piadas, e por ser um humor extrapolado, a sustentabilidade da história é frágil e facilmente cai em um arco cansativo e pastelão, a ponto de ignorar a mensagem de amadurecimento do filme, a importância dos amigos e o recomeço de um fracasso amoroso.

Vale lembrar na perda total da alegria e risadas que o filme gera, tudo por manter um padrão americanizado que te tira da realidade do brasileiro, seja ele de classe alta ou baixa, o filme se mostrou mais estados unidenses do que brasileiro.

Teoria e Prática

Minha Vida em Marte se mostra genial e incrível na teoria, porém um fracasso na prática, uma forçação de comédia que nos tira por completo da história pelos seus padrões norte americanos em roteiro, conseguiu estragar o talento mostrado de Monica Martelli.

Uma comédia que traz mensagens motivacionais, e uma história divertida que te arranca muitas risadas, mas falhou em desenvolvimento e se mostrou mais uma comédia romântica norte americanizada que incomodará demais quem estiver assistindo.

REVIEW
Minha Vida em Marte
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
minha-vida-em-marte-reviewFernanda (Mônica Martelli) está em crise no seu casamento, mas ela tem o apoio incondicional de Aníbal (Paulo Gustavo), seu sócio e companheiro inseparável que está sempre ao seu lado durante toda a jornada para ajudar a resgatar seu casamento, ou acabar de vez com ele.