Jessica Jones foi criada originalmente para uma HQ da Marvel, pelo escritor Brian Michael Bendis e pelo artista Michael Gaydos, e em 2015 ganhou uma adaptação para uma série na plataforma da Netflix em parceria com a própria Marvel, para depois integrar a série dos Defensores. A criadora da série e também produtora é Melissa Rosenberg, e é ótimo ter uma mulher comandando a série.

Na série, Jessica Jones é uma pessoa com uma força sobre-humana, e é chamada de “gifted”, ou seja, “dotada”. Após tentar diversos trabalhos aleatórios, resolve seguir a carreira de Investigadora Particular, onde pode usar sua força a seu favor, e recebe clientes em seu apartamento que também é seu escritório.

A maioria das vezes são casos de traição ou pessoas desaparecidas. Mas, enquanto Jessica faz seu trabalho do dia a dia, também tenta perseguir o fantasma de seu passado, e acabar com esse problema de vez. Kilgrave é outra pessoa com poderes que atormentou Jessica no passado, a obrigando fazer coisas que ela não queria, já que esse é seu poder.

A série contém algumas viradas, normalmente, inesperadas, o que acrescenta muito, nos deixando cada vez mais intrigados para o que vai acontecer.

Jessica Jones
Jessica Jones (Imagem Divulgação)

Citações ao MCU

Em Jessica Jones há pequenas citações sobre o incidente que aconteceu no primeiro filme dos Avengers, com a invasão dos alienígenas, então dá para deduzir que a série se passa pouco tempo depois dos acontecimentos do filme. E isso acaba gerando questionamentos sobre os heróis, e algumas pessoas começam a pensar que talvez eles não sejam bons e sim uma ameaça. Um problema que vemos em Capitão América: Guerra Civil.

Os personagens são apresentados lentamente, mas você consegue conhecê-los através de suas ações, de como se vestem, o que fazem. Nenhuma cena está lá só por estar, e pode revelar muito sobre alguém, mesmo que seja de forma sutil.

Carrie-Anne Moss e Krysten Ritter em Jessica Jones
Carrie-Anne Moss e Krysten Ritter em Jessica Jones (Imagem Divulgação)

Ela e Ele

Krysten Ritter (Breaking Bad) faz o papel de Jessica Jones, e como não conheço os quadrinhos, não posso dizer se foi uma atuação fiel, mas acredito que ela tenha feito um bom trabalho na série, criando uma personalidade única e marcante. Mas durante a série, surge referências à Jessica Jones dos quadrinhos, o que pode deixar os fãs bem felizes.

A Jessica é uma personagem desapegada com as coisas, sua vida pessoal é toda bagunçada, e não possui muitas pessoas queridas ao seu redor. Ela tem sérios problemas com bebidas alcóolicas, bebendo desde cedo até a noite. Não se sabe se esse problema começou após o incidente com Kilgrave, mas imagino que sim. Apesar de ser uma personagem que tem uma força sobre-humana, Jessica não é masculinizada como muitas personagens que vemos por aí.

David Tennant já possuia uma fama grande desde que fez Doctor Who, mas dessa vez ele interpreta o vilão da série, Kilgrave. Com os poderes de controlar toda e qualquer pessoa, Kilgrave faz tudo o que deseja, sem se preocupar se vai machucar alguém.

Ele não possui tais sentimentos de culpa, e na verdade, se diverte com as coisas que faz. É inescrupuloso, e só pensa em si mesmo. Usa as pessoas para ter o que quer. Desde que conheceu Jessica, se encantou pelos seus poderes, e depois que eles se afastaram, fez de tudo para atingi-la da pior forma. É um personagem muito bom, e a atuação de Tennant está incrível.

David Tennant em Jessica Jones
David Tennant em Jessica Jones (Imagem Divulgação)

Outros Personagens

Os outros personagens da série também têm uma participação relevante, como Luke Cage, que tem um relacionamento meio conturbado com Jessica, e é muito apegado ao seu bar. Malcom, vizinho de Jessica, que é um dos melhores personagens da série e é muito bem desenvolvido, recebendo cada vez mais atenção.

Hogarth, advogada que contrata Jessica Jones de vez em quando para fazer alguns trabalhos de investigação para ela, e é uma personagem bem fria. E Trish, a melhor amiga de Jessica, que é apresentadora de rádio e sempre ajuda a Jessica quando ela precisa.

Mike Colter encarna Luke Cage em Jessica Jones
Mike Colter encarna Luke Cage em Jessica Jones (Imagem Divulgação)

Cenário e Personalidade

Quanto aos cenários, o apartamento/escritório de Jessica reflete bem a personalidade dela. É bem simples e um tanto desorganizado, já que ela não liga muito para isso. Tanto que ela quebra o vidro da porta e sua amiga Trish que arruma, já que ela não o faz.

Já a parte externa, está sempre frio, então imagino que esteja no inverno. As cores da série são sempre cores frias, o que combina com a personagem principal.

A música de abertura foi criada pelo Sean Callery e dá uma sensação de suspense e ação, com o toque de investigação que são os temas da série, e as imagens são desenhos com traços não tão delimitados, como se fossem pinturas e combinou perfeitamente com a música.

O logo da série é o nome de Jessica Jones meio quebrado, e isso pode tanto refletir ao estado mental da personagem pós-Kilgrave, tanto com o fato dela conseguir quebrar qualquer coisa com sua força.

Os efeitos são simples, já que a Netflix não tem tantos recursos como um estúdio de cinema, mas são bem feitos. No começo há muitos efeitos que tentam nos deixar angustiados junto com Jessica, principalmente quando ela tem pesadelos com Kilgrave. De resto, é tudo bem simples.

Krysten Ritter como a protagonista Jessica Jones
Krysten Ritter como a protagonista Jessica Jones (Imagem Divulgação)

Empoderada! 

Jessica Jones é uma das séries que mais gostei das quatro que lançaram antes de Os Defensores. A personagem é forte, e não só fisicamente, e acredito que adicionou muito ao universo de heróis, já que precisávamos de mais heroínas poderosas.

O começo pode ser lento, mas só melhora a série, que termina de um bom jeito, deixando com o gostinho de “quero mais”.

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