E se Quentin Tarantino resolvesse criar um anime? É verdade que, pelo pôster, Akiba Maid War parecia ser bem diferente, para dizer o mínimo. Mas um total absoluto de zero pessoas estiveram e estão prontas para os níveis insanos de absurdo no que é com certeza o primeiro episódio mais impressionante da temporada.

Akiba Maid War conta a história de Nagomi, uma garota que acaba de entrar no trabalho de seus sonhos. Vestindo um uniforme fofo de maid, pondo sorrisos no rosto das pessoas (o típico sonho de uma idol), Nagomi começa seu primeiro dia no Butagoya com Ranko, outra novata no ramo, mas com inusitados 35 anos. Daí em diante o dia a dia será recheado de frufrus e moe moe kyun, certo?

Errado. Desde o começo, errado. Ao melhor estilo filmes-bregas-de-yakuza, Akiba Maid War é também uma história sobre o submundo do mundo do entretenimento, mas à base de crack. Se por um lado é verdade que o mundo das maids não é só flores, vez ou outra um estabelecimento seja financiado pela yakuza e alguma maid aqui ou ali pode servir algo além de sorrisos e moe moe kyun, por outro lado não é como se as coisas sejam resolvidas na base do tiro, porrada e bomba.

Mas é aqui onde entra o espírito Quentin Tarantino e sua opção preferencial pela violência ampla, geral e irrestrita. O mesmo espírito insano que grita “Porque é engraçado e ponto final!” para as reclamações de tanta sanguinolência gratuita, Akiba Maid War é um anime que simplesmente decide que a melhor solução para uma maid de uma loja rival te ameaçando e gritando na sua cara seja uma bala no meio da testa. E só.

“E só”, vírgula. E só e uma fonte de sangue jorrando à moda Kill Bill com uma sequência de tiroteios ao som de músicas moe fofinhas e com a Ranko dançando o famoso wotagei enquanto atira. Inclusive, com o ritmo e balas em bizarra sincronia. “A primeira impressão é a que fica” e Akiba Maid War leva essa sabedoria popular muito, mas muito a sério! Difícil ter um rosto indiferente à mais doida quebra de expectativa possível entre as estreias desta temporada.

O esforço de entregar o que é facilmente o primeiro episódio mais impressionante do outono não vem às custas da qualidade dos episódios seguintes. Afinal, temos no terceiro episódio, por exemplo, excelentes referências visuais a clássicos como Ashita no Joe e, por conseguinte, loucuras de roteiro como rinha de maid. Se você estiver a fim de um humor nonsense com doses cavalares de violência gratuita, Akiba Maid War é obrigação de ver!

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