A filial de Sydney da cadeia de livrarias Books Kinokuniya retirou sete títulos de mangás das suas prateleiras. Tal ação foi consequência de uma queixa escrita por Connie Bonaros, membro do Conselho Legislativo do sul da Austrália. Bonaros escreveu que estava preocupada com o fato da livraria estar exibindo “conteúdo de pornografia infantil”, e pediu a remoção “destes livros ofensivos”. Na carta não é especificado quais livros.
O vice-presidente da Kinokuniya, Keijiro Mori, respondeu a carta e confirmou que os seguintes títulos foram retirados da livraria na filial de Sydney:
- Eromanga Sensei
- Sword Art Online
- Goblin Slayer
- No Game, No Life
- Inside Mari
- Parallel Paradise
- Dragonar Academy
Mori também escreveu que a Kinokuniya está se comunicando com o Conselho Australiano de Classificação sobre o assunto. Além disso, respondendo à pergunta de Bonaros se os títulos seriam retirados em todo o mundo, Mori esclareceu: “Em termos de nossa ação global, em qualquer lugar que nossas lojas estejam situadas, iremos respeitar a lei e a cultura local, e tomaremos decisões sobre os pedidos respectivamente e adequadamente.”
Connie Bonaros pertence ao partido SA-Best, afiliado do Centre Alliance para as eleições estaduais do Sul da Austrália. Em fevereiro, o senador Stirling Griff, pertencente ao partido Centre Alliance, pediu a revisão de todos os animes e mangás acessíveis na Australia atualmente, expressando preocupação sobre conteúdos que retratam abuso infantil. Griff utilizou o mangá Eromanga Sensei como exemplo de conteúdo que retrata abuso infantil, que “fortemente apresenta temas de incesto” e afirmou que “muitas cenas são tão perturbadoras que eu apenas não vou, eu apenas não consigo descrevê-las”.
A respeito de tais críticas, o Conselho Australiano de Classificação respondeu na época, alegando que está ciente das preocupações que envolvem “Sword Art Online: Extra Edition, No Game, No Life, e Eromanga Sensei Volumes 1 e 2″. O Conselho avalia os conteúdos com o mesmo critério, independente se for live-action ou animação.
Na Austrália é ilegal produzir, possuir, ou distribuir pornografia ou material abusivo que represente uma pessoa com idade inferior a 18 anos. Sendo assim, em 2008 um juiz do Supremo Tribunal de New South Wales decidiu que um desenho pornográfico representando personagens de Os Simpsons era sim pornografia infantil. Em contrapartida, no Japão as leis de pornografia infantil não abrangem representações fictícias como animes e mangás.