O super-herói Flash é um famoso personagem das histórias em quadrinhos da DC Comics que possui supervelocidade e reflexos sobre-humanos. Foi criado por Gardner Fox e Harry Lampert, e sua primeira aparição ocorreu em janeiro de 1940 na revista Flash Comics #1.
Uma curiosidade (ou não, caso você, caro leitor, seja um fã) é que o titulo do super-herói já pertenceu a várias personagens ao longo dos anos, como Jay Garrick, Wally West, Bart Allen e Barry Allen (o mais popular). Este era cientista forense e adquiriu seus poderes após um acidente causado por produtos químicos, quando seu laboratório foi atingido por um raio.
Além dos quadrinhos, o personagem escarlate ganhou desenhos animados, séries de TV e de streaming, além de filmes. Dentro dessa versão, o super-herói obtém seus poderes depois da explosão de um acelerador de partículas.
Mas falando em velocidade, a “coisa” mais rápida, do universo conhecido, é a luz, que é considerada um “limite absoluto”, pois nada com massa pode viajar mais rápido que ela.
Mas… E o que é a luz?
A Luz é uma forma de radiação eletromagnética, cuja sua velocidade, no vácuo, é de aproximadamente 300 mil km/s (para você ter ideia, caro leitor, leva cerca de 8 minutos para a luz proveniente do sol atingir o nosso planetinha azul). Porém, a Luz não é uma só, ela possui diversas frequências, dá uma olhadinha na imagem abaixo:

Dentro deste contexto, há a luz sincrotron, que, de forma simplificada, seria “uma luz capaz de extrair e obter” dado, informações sobre as propriedades físicas, biológicas e químicas de materiais em um nível molecular, desde o infravermelho, passando pela luz visível e pela radiação ultravioleta e chegando aos raios X, quando pacotes de elétrons são acelerados a 99,99% da velocidade da luz. O seu amplo espectro permite realizar diferentes tipos de análise com as diferentes radiações que a compõem. Já seu alto brilho permite experimentos extremamente rápidos e a investigação de detalhes dos materiais na escala de nanômetros. Com a luz síncrotron é também possível acompanhar a evolução no tempo de processos físicos, químicos e biológicos que ocorrem em frações de segundo. Essa luz é gerada em um acelerador de partículas. E sim, leitor, temos um, no Brasil!
O Sirius, dentro do Laboratório de Luz Síncrotron (LNLS) do Brasil, localizado na cidade de Campinas (SP). É a nova fonte de luz síncrotron brasileira, é a maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no País. É uma infraestrutura aberta, à disposição da comunidade científica brasileira e internacional, desenvolvida no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) – Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Sirius é financiado com recursos do MCTI e projetado por pesquisadores e engenheiros do CNPEM, em parceria com a indústria nacional.
São 10 linhas principais que possibilitam o desenvolvimento das pesquisas. Cada linha recebe um nome de algum componente da fauna ou flora brasileira com alguma conexão com a técnica ali realizada. Há apenas 3 destes no mundo, o que o torna especial e complexo.
Deixo aqui algumas fotos desse lugar incrível que parece saído diretamente das páginas de quadrinhos!




Uma curiosidade interessante: cada andar possui o “nome” da altura em relação ao mar que se encontra. Na foto acima, o nível 610 seria o andar correspondente a 610m em relação ao nível do mar.



A esquerda, e, a direita, um dos eletroímãs utilizados no anel gerador de luz síncroton.

Caso o seu interesse seja tão grande quanto o meu, deixo aqui o Webdoc produzido pela CNPEM:
Agradecimentos: aos meus novos amigos Marcello e Eduardo por terem nos guiado nessa visita fantástica e aos antigos (mas não menos essenciais amigos) Chico e Luan, por terem topar me acompanhar nessa aventura!