E voltamos com mais uma análise de um dos maiores hypes da atualidade, Tokyo Ghoul. Não é nenhum segredo, mas já avisando. Para você ter um aproveitamento melhor deste artigo, é bom você ter assistido a primeira temporada (confira nosso REVIEW).
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Já lançando a pergunta: Você achou esta segunda temporada Root A superior a primeira?
Como de praxe, vamos apenas nos manter com a animação e deixar o mangá de lado na questão comparativa, já que as diferenças nesta sequência foi bem maior que na primeira temporada. Mas voltando a pergunta, a nossa resposta é NÃO! No decorrer do texto, vamos ver do(s) porquê(s).
Urgência e Atropelamento
Uma das questões que podemos abordar é quanto ao gap entre a primeira temporada e a segunda. Será que se este tempo fosse um pouquinho mais longo, teríamos uma melhor qualidade técnica da série? Creio que todos que assistiram, repararam nos altos e baixos da animação – bem maiores que da temporada debut – e sério, algumas cenas de combate pareciam “gifs animados”, sabe daqueles que repetem?
Não sei qual o peso de Shuhei Morita ou estúdio Pierrot nesta questão de animação. Faltava verba? Não dava para comprimir em 10 episódios? E lembrando que o diretor aí já foi nomeado ao Oscar em 2013.
Ritmo e Dinâmica
Na season premiere haviam alguns episódios arrastados e com uma trama que levava um tempo angustiante para se resolver. Isso voltou nesta sequência e elevado ao quadrado. Já no primeiro episódio, mesmo com uma dinâmica bacana e gostoso de assistir, já dava pra sacar que aquela ansiedade em ver o couro comer no fim da primeira temporada, iria ser bem passageira. Sinceramente, foi uma sequência de luta um tanto quanto broxante…
O melhor plot desta temporada é o ataque da Aogiri na prisão de segurança máxima Cochlea, com as melhores e mais excitantes cenas de batalha da série até então, onde destaco para a sequência de Akira e Amon. Já na segunda metade da série, o que parecia que iria engrenar de fato, acabou com uma frustração sem igual. Mais e mais episódios arrastados, enrolados e que a cada mistério que se revelada, duas dúvidas a mais surgiam. O ritmo só retorna a ficar interessante, na dobradinha de episódios no final.
Profundidade Superficial
Antes mesmo de começar a série, já se falava que teríamos mais presença da Aogiri com Kaneki. Mas sério, não desenvolveu nada e quase não sabemos sobre cada um dos membros de lá. E nessa de apresentar e trabalhar com uns 10 personagens a mais que na primeira temporada, ficamos que nem “barata tonta” nas trocas de cenas. Pouca coisa é trabalhada de forma concisa, causando diversas confusões e furos de roteiro durante toda a série. Mas ok, não dá pra crucificar só o roteiro de Chuuji Mikasano.
Ainda falando sobre o tratamento de personagens, o mais absurdo é: Kaneki não é o protagonista da série. Sério, esta temporada o deixa muitas vezes de lado, sofrendo, andando – este último é o que ele mais faz – e parece que o garoto é um personagem suporte. E a Touka? Coitada, foi rebaixada de uma badass para uma emoxinha que choraminga o tempo todo… Ô sofrência paínho ;~~
Uma das cenas mais bacanas desta temporada e pra quem shippa muito com esses dois:
O Lado Humano
Uma das características marcantes de Tokyo Ghoul – e também de Root A – é o tratamento da psiquê humana e de como nós reagimos a morte, perda e a dor. Nesta questão, pelo menos, a segunda temporada traz muitos momentos bacanas, onde novamente temos humanos com ações totalmente bestiais e o contrário também, com ghouls em ações totalmente humanizadas, que destaco aqui uma cena bem chocante com Touka e seu dilema em querer ser mais humana.
E aí ficamos naquela: A CCG trabalha para que seus soldados não “se identifiquem” ou “se apeguem” aos ghouls? Há vários momentos em que Amon reflete quanto as suas ações e as atitudes – em especial do Kaneki – dos ghouls. Quem está certo e quem está errado?
Fotografia + Feeling
Apesar da queda de qualidade em diversos pontos da temporada, a animação tem uns picos de beleza estonteante, vide o último episódio. Além da qualidade técnica e da taxa de quadros por segundo, temos tomadas de câmeras belíssimas e posso citar em especial – e sem spoiler – com a Touka em meio à destroços de uma construção.
Outro ponto forte e bem interessante é a escolha da trilha sonora, que ao contrário da abertura “polêmica”, temos uma escolha bem bacana para as cenas em que elas tocam. E citando mais uma vez o último episódio, há uma grata surpresa, que une bem esta questão da fotografia + trilha sonora.
Cliffhanger Final
Não demora muito para sacarmos que o cerne e trama central desta temporada é com relação ao Coruja, suas ambições e seu passado. A temporada Root A trabalha em todos os episódios algumas deixas e dicas de quem pode ser o tal personagem/vilão da CCG em questão, culminando no último episódio, um gigantesco cliffhanger para uma nova temporada.
Com este fato, leva-se a crer que a toda essa “linguiça” e “roteiro arrastado” foi para criar este pano de fundo e diversas cenas estavam lá para tapar buraco. E aí que voltamos naquela: Ou trabalhasse melhor as personagens ou culminava a série em 10 episódios – ou até mesmo em 6 + 6. Mas um fato é, queremos saber o que vai acontecer à partir de agora!
E Agora?
É bem provável que teremos uma nova temporada, mas não dá pra dizer que seria neste ano. Esta terceira temporada seria com acontecimentos alternativos ou paralelos? Continuando a história do autor em Tokyo Ghoul RE? Recentemente saiu a notícia de um OVA que será a adaptação do spin off Tokyo Ghoul Jack e um teatro/musical está sendo produzido no Japão. Material não falta e vamos torcer para que a série não acabe “flopando” de vez.
Termino em dizer que esta temporada não representa toda a obra de Sui Ishida e tem muito leite nessa pera. Só podemos torcer para os produtores aproveitarem melhor a obra e dar um respiro para o trabalho e criatividade, evitando assim uma temporada chutada como essa.
Para quem é fã e quer mais porradaria que roteiro, assista! Se você não foi muito com a cara da primeira temporada – e mesmo assim assistiu – tem de ter coragem para essa. Se você procura um roteirinho coeso e fechado, fuja! Se você quer mais Kaneki blindão: fuja². E o principal, se você quer a Touka? Me ajuda a procurá-la e a traze-la de volta!
*E nunca pensei que a música de abertura fosse fazer tanto sentido. Esse jazz-contemporâneo-fusion sem pé e nem cabeça, combina bem com Root A.