The Witcher: Monster Slayer, novo jogo para celulares produzido pela Spokko – equipe associada à CD Projekt Red – é um RPG de realidade aumentada, onde o jogador é colocado na pele de um bruxo, que deve seguir o caminho, cumprindo contratos e matando monstros. O jogo já está disponível para IOS e Android.
Realidade Aumentada
The Witcher: Monster Slayer é um pouco diferente dos outros títulos da franquia de jogos de The Witcher. Entre a principal trilogia, que conquistou o mundo, e os spin-offs com destaque para o jogo de cartas in-game – o Gwent – apresentado em The Witcher 3, Monster Slayer é o primeiro game de realidade aumentada produzido pelos estúdios da CD Projekt Red.
Sendo assim, o jogador – assim como em Pokémon Go, por exemplo – será capaz de percorrer rotas da vida real, enquanto aproveita a realidade aumentada do game para encontrar e lutar contra os monstros já apresentados na franquia. Ao encontrar um desses monstros, o movimento dos dedos na tela touch screen será o responsável por atacar os inimigos, representando o movimento das espadas do bruxo. Além dos ataques com a espada, bombas, poções e óleos também estarão disponíveis e podem ser produzidos através da coleta de materiais.
Entretanto, o estilo de gameplay diferente não impede que o game seja imediatamente identificado com algo que se reconhece como The Witcher. Há um grande aproveitamento da construção de mundo de outros jogos da saga, o que aumenta a imersão. Assumo que os fãs da franquia, por mais que não gostem desse estilo de jogos para celular, poderão aproveitar a oportunidade de ver o universo dos games através de outra perspectiva.
Em uma aspecto mais técnico, os gráficos são bons, bem otimizados para a versão mobile e, de acordo com as limitações próprias dos dispositivos celulares, lembram os gráficos dos consoles. Na minha experiência, não percebi travamentos e nem o aquecimento excessivo do meu aparelho celular (vale lembrar que eu joguei em um Samsung Galaxy S9 e a experiência pode variar de acordo com o aparelho). Entretanto, um aviso daqueles bem clichês (que vale para qualquer jogo de realidade aumentada): Cuidado com o celular na rua, já que ao achar os monstros, é requerido que você esteja (de preferência) com o celular na mão, e ao usar a realidade aumentada, há grande possibilidade de você precisar girar por aí atrás de pegadas de bichos. Portanto, preste atenção para evitar acidentes, de roubos à quedas. Vai por mim, a integridade física é mais importante que matar o carniçal na esquina da sua casa.
Como um bruxo “de verdade”!
Um diferencial interessante de The Witcher: Monster Slayer se manifesta na forma de missões. Durante a jogatina, NPCs podem aparecer e indicar contratos que além da ideia de “vá até determinado lugar e mate determinado monstro”, também apresentam pequenos pedaços de enredo. Entretanto, não espere encontrar Geralt, Yennefer e Ciri, já que o jogo para celulares se passa 200 anos antes da série e dos games.
Esses trechos são bem feitos, incluindo cutscenes e ilustrações próprias. Afinal, como um bruxo que segue o caminho, os contratos e as moedas (dê um trocado para o seu bruxo!) são partes importantes do ofício. Esse é talvez o maior atrativo do jogo, já que não é comum preocupação com o enredo nesse tipo de game. Outra característica típica dessas missões é que para ativá-las e cumpri-las, o jogador deve ativamente se locomover até determinado local (geralmente, próximo da onde a missão foi ativada) que fica marcado no mapa em um círculo amarelo que determina a área da missão. É um pouco parecido com a forma que as missões aparecem em The Witcher 3 e definitivamente aumenta a imersão, entretanto, para aqueles que tem a mobilidade reduzida por algum motivo, essa mecânica pode ser um problema.
No geral, The Witcher: Monster Slayer sabe aproveitar a realidade aumentada, a variedade de criaturas que podem ser encontradas por aí e a inspiração em outros jogos da franquia. Para os fãs e para aqueles que gostam de jogos de realidade aumentada, o novo título será uma divertida aventura. Ainda, com a capacidade desses jogos de poderem ser atualizados frequentemente – adicionando novos eventos e características à gameplay – podemos esperar uma vida longa para o novo The Witcher. Pode não ser o que se espera de um novo jogo da franquia, mas dê uma chance à novidade (O jogo também é gratuito, se não gostar é só apagar).
Confira o trailer abaixo: