Dormir Em Um Mar de Estrelas é um livro escrito por Christopher Paolini, autor da famosa tetralogia ‘Ciclo da Herança’. O livro foi lançado no segundo semestre de 2020 e chegou ao Brasil em abril de 2021, pela Editora Rocco.
Essa é uma história de ficção-científica futurista, ambientada numa realidade onde os humanos já ultrapassaram as barreiras da Terra e se espalharam pelo universo.
A Curiosidade Matou o Gato
A história começa nos apresentando Kira Naváres, uma xenobióloga que está finalizando a missão de pesquisa na lua do sistema Sigma Draconis, a enorme Adrasteia. Ok, antes de mais nada, sinto necessidade de fazer um adendo, pois apenas nas primeiras 10 páginas do livro tem informações suficientes pra te deixar mais do que um pouco perdido. Vamos lá.
A trama é narrada a partir de 2257, 200 anos depois da primeira colonização bem sucedida dos humanos em outros planetas. Desde então, a humanidade procura novos planetas e luas – às vezes até alguns meteoros consideravelmente grandes, usados como bases – para se instalarem. Assim, uma equipe complexa de cientistas é enviada para as possíveis colônias, a fim de determinarem se o local está ou não apto para receber uma nova leva de colonos. É aí que entra nossa protagonista.
Junto de sua equipe, Kira está se preparando para deixar Adrasteia, uma vez que a lua já está pronta para ser colonizada. No entanto, um material orgânico não identificado foi localizado por um dos drones, e a xenobióloga foi designada para averiguar se ele seria perigoso para as pessoas que viveriam ali. Chegando no local, Kira não demora a perceber que se trata de uma antiga relíquia alienígena, uma descoberta histórica para a humanidade que até então pouco sabia sobre sociedades alienígenas. Mas como nada é perfeito, o contato com tal relíquia foi o estopim para uma série de acontecimentos que podem levar à extinção da raça humana.
A Sociedade do Futuro
Como o próprio gênero indica, Dormir Em Um Mar de Estrelas é muito bem recheado com ciência e tecnologia avançada. Sobre isso, preciso exaltar o autor, pois é notável que ele fez a lição de casa – e fez muito bem -. Christopher estudou por anos assuntos de física, astronomia, tecnologia, conversou com inúmeros cientistas e escavou a fundo suas teorias, a fim de criar o universo mais verossímil e praticável possível. Pois bem, ele conseguiu.
Estou longe de ser a maior entendedora de física e ciências exatas, mas todas as explicações dadas às tecnologias utilizadas (por exemplo, como viajar mais rápido do que a luz) me convenceram e pareceram fazer sentido. Para um texto literário, a base de informações usada foi mais do que o suficiente para criar uma realidade sólida e coerente.
De qualquer forma, o autor deu uma grande ajuda aos leitores por colocar adendos após a história, explicando as tecnologias mais complicadas e trazendo um dicionário para os termos e siglas desconhecidos. No começo algumas coisas podem parecer confusas, sem explicação, mas não desista! Use e abuse do dicionário, e caso não encontre o que está procurando, fique tranquilo que uma hora as peças se encaixam.
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Personagens Reais e Interessantes
Outro ponto positivo para Christopher está na criação dos personagens. Kira é construída de forma muito substancial, é profunda, tem diversos momentos introspectivos, questiona-se sobre si mesma, e nós acompanhamos tudo isso de perto, assim como suas angústias, dilemas, alegrias e evolução ao longo do livro.
Mas não é só de protagonista que é feita uma história. Mesmo secundários, os outros personagens possuem tanta solidez quanto Kira, cativando igualmente a simpatia dos leitores. Eles possuem personalidade forte e marcante, são únicos à sua essência e trazem consigo a bagagem que fez eles serem o que são. Inclusive, um dos personagens mais interessantes e bem construídos é, nada mais nada menos do que um cérebro. Sim, um cérebro.
Exalto a competência de Christopher ao criar seus personagens pois não adianta uma história possuir ótimo plot, universo bem estruturado e conflitos fortes se os leitores não conseguem se conectar à obra. E isso foi muito bem atendido, trazendo inclusive certa diversidade na história.
Um ‘Porco’ de Humor
Outra característica que eu sinto necessidade de pontuar aqui é o humor. As piadas vêm naturalmente, se encaixam no contexto e enriquecem a leitura. Diferente dos autores que forçam a barra, que colocam um trocadilho em cada parágrafo e dão um tiro no pé, o humor do livro é sutil, te pega desprevenido, ou complementa uma cena já descontraída.
Juntamente com isso, é indispensável prestigiar a tradução feita por Ryta Vinagre, que soube adaptar muito bem os trocadilhos para o português. A tradutora teve a habilidade de substituir algumas expressões idiomáticas do inglês para o português sem perder o significado ou a intenção da frase. Não é uma tarefa fácil, mas foi cumprida.
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Nem Tudo São Flores
Como tudo na vida, Dormir Em Um Mar de Estrelas também tem seus defeitos.
Talvez pelo gênero, talvez pela forma que foi escrito, fiquei realmente confusa em algumas partes. Não consegui entender o que aconteceu ou visualizar a imagem que ele tentava descrever, mesmo correndo ao dicionário ou aos adendos. Isso não afetou a história em si, segui lendo e torcendo para que aquilo fizesse sentido mais pra frente ou que fosse irrelevante pro entendimento como um todo. De qualquer forma, algumas passagens realmente foram difíceis e um pouco cansativas.
Além disso, em alguns momentos os conflitos foram solucionados pela cartada final dos autores, o milagre que surge quando eles não sabem como fazer o protagonista sair do que aparenta ser um beco sem saída. Algo comumente conhecido no mundo dos animes como: O Poder da Amizade. No livro é qualquer coisa parecida com isso que acontece, clichê, ultrapassado, forçado, mas resolve um problema insolucionável.
Outro fator que me incomodou foi como uns poucos minutos de diálogo resolveram decisões e conflitos enormes. Como se fosse simples você chegar para uma super autoridade com um pedido absurdo, bater um pouco o pé e pronto, conseguiu o que queria. Não é assim que acontece, né?
Também senti falta do desenvolvimento de algumas relações entre os personagens. O núcleo central é muito bem trabalhado, mas acredito que as relações secundárias poderiam ter ganhado um pouco mais de espaço e atenção. Claro que esse não é o foco, afinal é uma ficção-científica, mas a história tinha espaço pra mostrar mais desses relacionamentos que acabaram ficando rasos e quase superficiais.
Por fim, o livro termina dando a entender que haverá uma sequência, e particularmente acho que não seria necessário. Todo o plot desenvolvido se encerraria muito bem em um volume, correndo o risco de prejudicar a franquia com a repetição de tudo o que já aconteceu, ou de descaracterizá-la tentando inovar. Bom, vamos descobrir quando Christopher lançar o próximo livro.
Dormir Em Um Mar de Estrelas é perfeito? Não, longe disso, fato que o próprio autor reconheceu nas considerações finais. Isso anula a qualidade da obra? Não, ela entrega exatamente aquilo que prometeu te entregar.
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Afinal, Vale a Pena Ler o Livro?
Resumindo tudo, sim, vale a pena. Dormir Em Um Mar de Estrelas é uma obra elaborada e sensível, que soube equilibrar bem cenas de ação ricas em detalhes (devo avisar que o livro é um pouco gore), com cenas reflexivas, emotivas e filosóficas.
Se você já gosta de ficção-científica e sociedades futuristas, pode ir sem medo que será um prato cheio! Se você, assim como eu, não tem muito contato com o gênero e está disposto a novas experiências, esse é um ótimo começo. E para aqueles que gostam de navegar entre as estrelas, de descobrir mais sobre a complexidade desse universo infinito, ou apenas gostam de uma boa leitura, esse livro é pra você!
A Nintendo chegou à Nuuvem em janeiro e em apenas seis meses, a empresa fará ações promocionais junto aos parceiros oficiais. Isso significa que o público vai aproveitar uma seleção de títulos originais da Nintendo na Nuuvem com descontos e diversas opções de pagamento, como Pix, Paypal, boleto bancário, débito e crédito.
“No início da parceria prometemos ser termômetro e porta-vozes da comunidade gamer para a Nintendo no Brasil. Estamos muito felizes por cumprir essa promessa”, conta Thiago Diniz, cofundador e COO da Nuuvem.
ESPECIAL E3 2021
A ação da Nintendo Brasil em parceria com a Nuuvem traz 30% de desconto em 7 títulos selecionados, entre jogos base e expansion pass. Como diferencial, a plataforma também viabilizou o cupom NINTENDOE32021, que oferece 5% de desconto em todo o catálogo da Nintendo disponível na Nuuvem, incluindo giftcards e assinaturas do Switch On.
O código também inclui desconto adicional aos títulos selecionados que já estão com preço especial de 30% OFF.
A oferta tem duração de 6 dias, inicia hoje (16) e encerra na segunda-feira (21).
Na última terça feira (15), a miHoYo anunciou que Honkai Impact 3rd está cruzando com seu outro renomado RPG de ação de mundo aberto, Genshin Impact. A popular personagem Fischl do Genshin Impact será apresentada ao Honkai Impact 3rd como a primeira arqueira com sua própria história.
Assista o vídeo abaixo:
No vídeo, a equipe Genshin Impact expressa sua esperança de promover o conteúdo de qualidade miHoYo com este crossover, e a equipe do Honkai Impact compartilha que a questão mais difícil que enfrentaram foi manter a identidade de Fischl enquanto adaptava seu estilo de combate.
Ao contrário de como ela funciona em Genshin Impact, sua jogabilidade em Honkai Impact 3rd é construída em torno de uma mira em ponto fraco, que permite aos jogadores aumentar o dano e o feedback de acerto mirando nos pontos fracos dos inimigos antes de disparar. A equipe também atualizou os modelos, animações e efeitos especiais de Oz para dar ao Fischl uma presença maior e um charme único.
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Além de Fischl, outro personagem popular, Keqing, do Genshin Impact, também aparecerá na história do crossover como guia. Ela será uma personagem convidada especial que pode ser totalmente controlada em batalhas específicas da história, além de jogadores coadjuvantes na história.
Este crossover será apresentado na v4.9 no iOS, Android e PC, e mais detalhes serão revelados em breve. Para mais notícias sobre o Honkai Impact 3rd ou este crossover, visite o SITE OFICIAL ou siga @HonkaiImpact3rd no Twitter, Instagram e Facebook.
A Sega e a Amplitude Studios revelaram durante a conferência da PC Gaming Show na E3 2021 que Humankind está chegando. O jogo de estratégia e evolução que permite você mesclar culturas e religiões e desenvolver sua própria civilização está em Closed Beta.
Agora está chegando o momento de acesso ao fim da Era Industrial ou 200 rodadas do tabuleiro. Lidere seu povo a glória com as novidades:
Experimente 10 novas culturas da Era Industrial;
Explore carvão e petróleo para levar sua economia a patamares elevados de produtividade;
Construa ferrovias para movimentar mercadorias e tropas de maneira rápida e barata;
Combata as maiores batalhas até agora, apoie-as com bombardeamentos de longo alcance e voe ao céu para ficar de olho em seus inimigos!
Então você quer fazer parte da história? A pré-venda de Humankind está disponível na Steam ou Epic Game Store dando acesso imediato ao Closed Beta.
Conversamos com Barbara Gutierrez, profissional experiente da cobertura de eventos sobre games. Nesse bate-papo ela contou sobre sua infância, as dificuldades de mercado e sua constante luta pelas causas sociais.
Se queremos realmente crescer como mercado precisamos trazer mais e mais diversidade, mais e mais inclusão porque infelizmente ainda temos esse conceito errado de que games são para meninos ou homens. É uma coisa super anos 90.
Quem é Barbara Gutierrez?
A Barbara Gutierrez é uma mina que se importa muito em tentar fazer a diferença. Eu trabalho com games a mais de sete anos, mas apesar da minha paixão por games ser muito forte e todo o meu lado profissional ser algo muito importante para mim, eu tenho me redescoberto como uma pessoa que também pode viver a vida além disso, sabe?
Eu foco muito em tentar fazer a diferença, seja para as pessoas próximas a mim, seja para as pessoas que eu talvez nem conheça direito. Ou então fazer a diferença para o mundo mesmo. Acho que esse é o principal lado que eu “tô” recentemente.
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Como começou a sua relação com os games?
Desde quando eu era pequena o meu pai levava jogo lá para casa. Seja Tamagochi, que é bichinho virtual, ou aqueles jogos que era super simplesinhos, da cobrinha, etc. dentro de um dispositivo bem pequenininho que cabia na palma da mão. Não era o Game Boy, era um bem mais barato.
Quando eu tinha uns sete ou oito anos ele abriu um fliperama em Atibaia, que é onde minha família mora. Eu lembro que antes e depois da escola eu ficava o tempo todo jogando enquanto ele estava lá. Então a minha relação com games sempre existiu, desde pequena. Meu amor aos games começou daí.
No fliperama tinha algum game que jogava muito? Que marcou bastante?
Sim, vários. Vários né, mas assim, de todos eles eu posso falar com certeza a franquia inteira de Metal Slug. Tanto que assim, os sons da minha live são de Metal Slug. Nem sei se isso é permitido, provavelmente não, mas beleza, é muito da minha infância. Alguém me segue, alguém faz alguma raid, donation… tudo é som do jogo, então ele me definiu bastante. Foi lá que tudo começou.
O meu primeiro console foi um PlayStation 2, depois de pedir muito. Apesar do meu pai abrir o fliperama, na época em que eu era adolescente e queria ir na lan house, meus pais não deixavam. Minha mãe já não gostava que eu fosse no fliperama, mesmo sendo do meu pai, porque ela falava que não era ambiente de mocinha de família. Entendia a preocupação deles, mas é muito doido de ver como tudo começou ali, sabe?
Eu jogava na casa das minhas amigas, ia na casa da Mariana ou da Bruna. A Bruna tinha o Mega Drive e eu jogava o Sonic, a Mariana tinha o Super Nintendo e eu jogava o Mario Bros. Ia na casa da Satiê, outra amiga minha que tinha todos os consoles possíveis. Ela tinha o Game Cube e jogava muito com ela. Foi nessa época que comecei a odiar Super Smash Bros porque ela mandava muito bem.
A minha vida toda foi permeada por games, eu só realmente não entedia que eu poderia trabalhar com isso tão cedo, pelo menos.
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Com que idade começou a trabalhar e qual foi a porta de entrada para a indústria?
Quando eu tinha uns 15 anos, 16 ou 17, por aí, o meu namoradinho da época trabalhava numa empresa chamada Tambor que cuidava do site Herói, que antes tinha sido uma revista super consagrada, e eles estavam precisando de conteúdo sobre cultura otaku e eu adorava e comecei a escrever lá os resumos dos mangás de Bleach.
Eu falei “olha, então, eu faço isso daqui de graça”, e foi muito engraçado porque eu fiz meio que um review de como foi o Anime Friends ou Anime Dreams, não lembro, da época e esse review acabou indo para o MSN. Só que eu era menor de idade, então trocaram o meu nome e colocaram o de outra pessoa. É muito engraçado porque eu fazia isso com menos de 18 anos, mas ainda sim não entendia que poderia transformar aquilo mesmo em trabalho.
Então fui para a área de letras, tipo nada a ver… não terminei. Para o desgosto de minha mãe larguei no quarto ano e ela “você vai largar USP filha”, foi difícil. Bom, antes de falar sobre eu largar a faculdade vou falar como aconteceu.
Eu gostava muito de DOTA, jogava o tempo todo, ficava na comunidade e tudo mais, até que eu conheci um cara que trabalhava no Kotaku, nome dele era Marcos. Um dia ele chegou para mim e falou “Se liga, mano. Vamos criar um blog de DOTA aqui, blog de comunidade.” E eu falei “simbora”. Juntou eu, Marcos e Yvis e abrimos um blog chamado Last Hit e foi assim que tudo começou. É um blog de comunidade que eu fazia com eles e que foi abrindo caminhos para mim.
O Marcos acabou sendo contratado pelo IGN e não teve tempo para se dedicar ao blog, e deu para mim e para o Yvis, aí continuamos. Depois o Yvis tava cansadão, aí continuei e fui indo em eventos, fazendo boas relações, até que me chamaram oficialmente para um trabalho de assistente de produção de conteúdo na X5.
Na época eu fazia de tudo por pouco, é o famoso “bem pouco para fazer de tudo”. Fiz os roteiros da Nyvi Estephan, foi lá que comecei a trabalhar e onde ela começou a trabalhar. Fazia os roteiros, minutagem de vídeo, roteiro para propaganda da Ponto Frio, de tudo mesmo.
Fiquei lá por três meses, mas foram super intensos e eu percebi que realmente amava fazer conteúdo, principalmente na parte de cobertura de eventos de eSports e games. E aí eu comecei a enviar email para todo mundo, todas as redações aqui do Brasil me apresentando, falando sobre o que eu fazia, mandando meu portfólio da X5 e foi quando o Omelete me chamou para conversar, e na época eu ajudei a abrir a sessão de esportes eletrônicos lá do Omelete.
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Qual foi a maior dificuldade para entrar na indústria?
A maior dificuldade foi com meus pais, porque não importa o quanto você fale que não se preocupa, que não liga para a família, você sempre vai querer a aprovação deles. Eu sempre fui uma pessoa muito competitiva, então eu achava que sempre tinha que ser a melhor.
Foi sempre difícil para mim ser a menina que foi criada no interior, ir para São Paulo sozinha para fazer faculdade e largar a USP no quarto ano, meus pais queriam me matar. Lá no interior é assim, se você não faz uma faculdade pública tipo UNICAMP, UNESP ou USP você é um perdedor. As pessoas veem desse jeito, sabe?
Não é verdade, mas até você realmente provar isso vai um bom tempo, e demorou muito até que meus pais entendessem a minha escolha e me apoiassem. Eles começaram a entender isso quando eu era gestora de dezessete pessoas.
Tenho certeza que me provar para eles foi o mais difícil e acho que é o mais difícil para todas as pessoas que realmente querem se consolidar com alguma carreira direcionada a games ou esportes eletrônicos.
Qual o profissional da indústria que mais te marcou nessa sua trajetória?
Eu sinto que durante a minha trajetória só fui fazendo porque eu sentia que não tinha grandes inspirações. É o famoso “tava lá enquanto tudo ainda era mato.” Eu comecei a ter inspirações quando eu já tava consolidada.
Duas mulheres que posso dizer que são inspirações para mim são a Froskurinn, caster de League of Legends, e também a Soe, ex caster de DOTA que agora trabalha com Overwatch. Essas duas são mulheres incríveis. Admiro demais o trabalho delas.
Mas como falei, elas chegaram para mim um pouco depois. Eu já tava meio consolidada e aí comecei a ver e falei “nossa, como essas minas são foda.” A Soe nem tanto porque ela era da comunidade de DOTA desde quando comecei a escrever sobre, ela já tava lá só que eu não via ela necessariamente como “quero ser igual a ela”, eu a via como “se ela consegue eu também consigo. Aquela mina lá um dia pode ser eu também.” E isso foi muito importante.
Nós não temos o mesmo número de minas dentro do mercado com o mesmo destaque que os homens, mas tendo destaques e exemplos de inspiração lá já é suficiente para mostrar que ela pode estar fazendo algo que não seja a sua vibe, mas se outra mina conseguiu esse espaço um dia você pode também conseguir, independente do que queira fazer. Desde que se esforce e esteja no lugar certo, na hora certa.
Muito do que a gente tem hoje em dia é resultado do nosso esforço, obviamente, mas também é questão de acesso, sorte, etc.. Eu não acredito 100% na meritocracia, isso seria um discurso de exclusão da minha parte, porque entendo as dificuldades que as pessoas passam por N motivos.
Enfim, no aspecto de mulheres servindo como exemplo, eu acho que a Soe e a Froskurinn me inspiram demais. A Soe sempre teve um jeitão meio moleca muito bacana que acho que a gente precisa explorar, porque o tempo todo te falam para usar rosa, é bonitinho, é cor de menina e eu só tô me permitindo fazer isso agora, porque antes eu tinha horror a rosa e coisas do tipo porque eu queria ir contra esse padrão super desnecessário que querem colocar na gente.
A Froskurinn é um exemplo LGBTQIA+ que acho muito importante, principalmente para as mulheres, porque já é difícil termos representatividade feminina e ter representatividade feminina LGBTQIA+ é mais tenso ainda.
Só de ver essas minas representando, no destaque, é muito importante para mim e é o que quero fazer para outras meninas e pessoas LGBTQIA+, além de querer lutar por outras ditas minorias, porque na real a gente não é minoria. A palavra minoria está muito mais relacionada aos nossos direitos do que a nossa quantidade.
Você é uma pessoa que luta muito pelas causas sociais no conteúdo que produz e nas redes sociais. Como você se sente sendo uma das protagonistas nessa luta?
Rapaz, não tenho nem blusinha para isso.
Eu acho que é muito menos sobre o meu protagonismo e mais sobre o empoderamento de outras pessoas que podem se sentir impactadas com esse tipo de discurso. Acho que é muito importante que a gente traga um cenário incluso dentro do mercado de games e esportes eletrônicos.
Pô, tem professor de faculdade falando e atestando. A inclusão e diversidade de uma equipe acaba atuando diretamente na criatividade daquele mesmo núcleo. Se queremos realmente crescer como mercado, precisamos trazer mais e mais diversidade, mais e mais inclusão porque infelizmente ainda temos esse conceito errado de que games são para meninos ou homens, que é uma coisa super anos 90.
Acho que empoderar pessoas que se sentem muitas vezes rejeitadas ou que não pertencem ao meio de games e mostrar que sim, você pertence sim. Olha só, eu tô aqui. Se eu tô aqui sobre isso, porque você não pode estar?
Precisamos adicionar comunidade LGBTQIA+, mulheres e mesmo movimentos sociais dos quais eu não faço parte, mas que também luto para ter um maior destaque no âmbito social. Como pessoas que não são brancas, pessoas com deficiência também.
É isso o que quero, que as pessoas assistam os jogos eletrônicos e não vejam só homens brancos, héteros e cis. Tem muito mais do que só isso.
Tem uma frase da G. Willow Willson que diz “A dor tem que ir para algum lugar”. Você acredita nessa frase? Você luta para que elas tenham espaço então você acha, que em menor escala, você também sofre?
Puts, é foda. Quando você luta pela diversidade e inclusão, vai contra a corrente de um sistema inteiro sócio-político e econômico que traz exclusão. A real é essa, principalmente no capitalismo, não querendo transformar tudo que eu diga, mas de certa forma tudo é política.
Pro capitalismo girar você precisa de uma pessoa ganhando em cima da outra, a exclusão e falta de diversidade acaba sendo corroborada por causa disso. Por muitas vezes eu também senti isso, porque por mais que eu tenha diversos privilégios, eu sou uma mulher, bi/pansexual, principalmente dentro de um contexto super machista que é o mercado de games, então já passei por poucas e boas só por ser quem eu sou. Só por ser uma mulher, só por ser LGBTQIA+.
Quando você luta por algo, você se posiciona e com isso você acaba perdendo algumas coisas, porque é cômodo para o sistema que você permaneça sem se posicionar, porque sem o posicionamento não existe a mudança. É por isso que é muito fácil você ser uma figura pública e não se posicionar, porque dane-se, você não vai se posicionar, não vai ter um lado político, não vai perder nenhum contrato e o status quo permanece o mesmo.
Eu perdi um emprego por desafiar esse status quo. Tudo o que aconteceu na Loading em 2020, no final. A gente queria fazer matérias sobre machismo, sobre racismo, matérias com cunho social importante e que não é interessante para muitas pessoas. Por quê? Aí vem aquele negócio: empresa nenhuma quer desafiar a sociedade em si, ela só quer lucrar.
Por isso é tão difícil quando a gente fala sobre fazer conteúdo, fazer conteúdo é caro. Quem tá pagando por esse conteúdo? São empresas. Mas as empresas tem um interesse econômico, esse interesse vai para onde?
Já passei por muitas situações enquanto jornalista fazendo conteúdo, enquanto mulher porque tem o assédio. Já passei por diversas situações sendo mina nos games, em partida casual, só por conta do meu gênero. Escutei besteira tipo “você gosta de mulher, que desperdício.”
Isso existe na sociedade em geral e o esporte eletrônico é um microcosmo da sociedade, portanto tem o lado bom e o lado ruim. O machismo e o preconceito também são herdados, por assim dizer.
Por isso acho que é tão importante você, enquanto figura pública, influenciador, pro-player, etc. se posicionar. É muito confortável você continuar sem se posicionar porque as coisas vão permanecer como estão e você não precisa se preocupar, porque você tá muito confortável assim. Você não vai dar um passeio pela Paulista e levar uma “lampadada” na cara. Não vai receber menos só por conta do seu gênero, não vai ser morto pela polícia por conta da sua cor.
Você teve uma passagem pela Loading, como disse, e também retuítou um texto sobre liberdade editorial. Como você enxerga esse problema hoje no Brasil?
É muito complicado, porque não posso falar que todo veículo de mídia tem o seu problema em questão de liberdade editorial, porque estaria mentindo. Só que também estaria mentindo se dissesse que todo veículo de mídia é 100% livre. Existem claros exemplos que isso é mentira. Como uma pessoa que já trabalhou em diversos lugares, editorialmente falando, te dou a certeza de que em vários dele eu tive liberdade e em alguns eu não tive.
O que aconteceu na Loading é que não ficou claro qual seria a questão desde o início. Não nos falaram isso e basicamente formaram uma equipe inteira formada por jornalistas investigativos e falaram “faz aí o Caldeirão do Huck versão eSports.”
Tudo tem que ser conversado. Por quê? Porque existem pessoas, e eu sou uma delas, que precisam sentir que estão fazendo a diferença. Se no trabalho delas disserem que são financiadas por um sheik e por conta disso não falamos sobre política, vocês podem falar sobre isso e aquilo. “Podemos falar sobre feminismo?” Sim. “Podemos falar sobre X, Y?” Sim, não. Isso se chama direcionamento editorial.
O certo é que a equipe toda antes de entrar, desde o estagiário até o editor-chefe, deve estar de acordo com aquilo desde o dia 0. Existem veículos de mídia que tem liberdade editorial, e não falo isso só no âmbito de jogos, eSports, falo isso no geral. Política, até mesmo. Existem diversos veículos que tem uma liberdade editorial, mas algumas vezes se você quiser ter a certeza, cheque os veículos livres. De imprensa livre, que vivem com o investimento da galera.
No final você precisa construir a sua base de imprensa confiável e ficar de olho, mas lembrando que quem é pago pelo público é ótimo. Isso significa que realmente o povo que tem o poder, porém numa situação assim, o público tem poder, vai ser tão dependente do público que a audiência vai falar mais alto. Tem que ter conteúdo que também fale sobre audiência.
Existem lugares e lugares, redações e redações, você precisa estar atento no lugar que vai entrar. O único caso que entrei desavisada foi a Loading. Nenhum lugar vai te deixar desavisado do que você vai fazer ou não. Você vai analisar se aquilo vai de acordo com o seu perfil.
Eu, Barbara Gutierrez, não conseguiria entrar em um lugar no qual eu não conseguiria falar sobre machismo, racismo, LGBTQIA+fobia. Se eu não posso falar sobre essas coisas eu penso “Por que estou aqui? Vou conseguir deitar minha cabecinha na minha cama e ficar de boa? Não, não vou.” Então eu sei que não vou dar certo com esse lugar.
Algumas pessoas entendem os limites do que elas fazem dentro do horário de trabalho, mas vai ver o que elas fazem. As vezes elas fazem trabalhos bacanas de política nos seus perfis pessoais. Isso é muito importante. O necessário não é você se apaixonar por um CNPJ, é se apaixonar por um CPF, principalmente em questão de conteúdo.
Quais são os seus próximos passos dentro da indústria?
Recentemente fui anunciada como embaixadora Buscofem, então até o final do ano eu tô como embaixadora deles. Além disso eu estou como colunista do Terra toda quinta feira com o Pablo Miyazawa, para falarmos sobre os maiores bafões dos eSports e dos games, o que tem sido bastante bacana, e tenho mais dois projetos que não posso falar, mas que vem aí.
Para encerrar, depois de todos esses anos, quais trabalhos te dão mais orgulho de ter feito parte?
De reportagem, acho que a INTZ e da RED, que desmascarei o esquema de laranjas que eles fizeram, que a Riot tinha determinado que não pode e eles esconderam com o nome da namorada de um e do filho do outro. De vídeo, eu gosto da websérie de LGBTQIA+ no eSports que se chama “eSports de todas as cores” que fiz no Versus, e também um vídeo sobre o dia das mulheres que também fiz lá.
De apresentação tem várias coisas. Já participei do Red Bull Player One, já fui na e3 também. Acompanhei o lançamento do Nintendo Switch, fui em vários campeonatos importantes e muito marcantes.
Teve também o episódio do Metagaming que a gente fez e deu no que deu, mas é muito bom apesar de todos os pesares. O primeiro episódio foi eu, a Duda e a Dil que fizemos, uma equipe só de minas. Foi o início, apresentando nosso programa tá ligado? Ficou bem legal, foi um programa de dar orgulho.
Tem alguma última mensagem que quer passar para os leitores?
Quero lembrar todas as mulheres e pessoas LGBTQIA+, além de pessoas não brancas, PCDs que estiverem lendo isso, que vocês podem estar dentro do ambiente de games sim. Vai ser muito difícil, vocês vão contra tudo e todos, mas se é realmente o que vocês querem, façam. Se não tentarem nunca vão saber. Tentem, vão atrás porque se não forem, quem vai por você?
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Encontre também a Barbara Gutierrez em suas redes sociais como Instagrame Twitter. Para acompanhar suas streamings, acesse a TWITCHdela também!
Durante a E3 2021, ocorreu a Square Enix Presents. Entre os anúncios estava Guardians of the Galaxy, novo jogo do time de super-heróis da Marvel – desenvolvido pela Eidos Montreal.
O jogo de ação e aventura terá a perspectiva em terceira pessoa, onde os jogadores poderão controlar Peter Quill, o Senhor das Estrelas. Os jogadores poderão usar as armas e acessórios dos heróis em combates intensos contra os inimigos, além de poderem utilizar habilidades em time dos Guardiões – Rocket, Groot e Gamora. Além da gameplay, ao controlarem o líder dos Guardiões da Galáxia, os jogadores deverão realizar escolhas que alterarão o desenrolar da história.
Guardians of the Galaxy estará disponível para Playstation 5, Playstation 4, Xbox Series X|S, Xbox One e PC (Via Steam). A data de lançamento prevista é em 26 de outubro de 2021. Confira o trailer abaixo:
O primeiro encontro com Tyrael no Ato II (Screenshot @sucodm)
Durante a conferencia Xbox+Bethesda durante a E3 2022, Diablo2 Ressurected deu as caras revelando a data que os portões de Tristam abraçarão o Mal. A remasterização desse clássico chega dia 23 de setembro para PC Windows e pela primeira vez para Xbox Series X|S, XboxOne, PlayStation 5, PlayStation 4 e Nintendo Switch.
Diablo2Ressurected vai explorar os hardwares atuais trazendo a velha jogabilidade visceral e envolvente. Além disso a nostalgia vem com melhorias visuais e automações como, coleta de outo automática e baús maiores. Mas você pode jogar com gráficos da resolução original de 800×600.
“O Senhor do Medo ordenou que fizéssemos a remasterização de Diablo II, e estamos felizes em obedecer, trazendo Diablo II: Resurrected para jogadores de PC e console em setembro, com progressão multiplataforma para que todos possam jogar em seus sistemas preferidos”, disse J. Allen Brack, presidente da Blizzard Entertainment.
Dessa forma a Blizzard convida ao beta aberto multijogador nas plataformas compatíveis em Agosto. Com cinco das sete classes disponíveis: Amazona, Bárbaro, Paladino, Maga e o Druida. Enquanto isso a pré-venda já está entre nós e o Diablo Prime Evil Collection conta com:
Diablo II: Resurrected
Diablo III Eternal Collection, com Diablo III, a expansão Reaper of Souls™e o pacote Ascensão do Necromante
A mascote Mefisto e as asas O Abraço do Ódio para Diablo III
Aqueles que adquirem a Collection ou apenas Diablo2 Ressurected na pré-venda receberão uma transfiguração Legado de Arreat para Diablo3 dando as cores do Bárbaro do Diablo2 para você!
Durante a conferencia da Ubisoft na E3 2021, o novo Rocksmith+ foi anunciado. Aproximando jogadores as cordas de guitarra e baixo que já auxiliou mais de 5 milhões de pessoas em suas outras versões. Além disso, Rocksmith+ está bem próximo de seu lançamento, com previsão para o terceiro trimestre de 2021 para PC na Ubisoft Store, e Xbox Series X|S, PlayStation 5, PlayStation 4 no fim do ano.
Contudo Rocksmith+ é um serviço de assinatura, onde você poderá desfrutar ainda mais os acordes e riffs de suas musicas. O serviço também acopla funções mobiles para Android e iOS com data a confirmar. E não é só rock não bebê, Rocksmith+ terá milhares de músicas de diversos estilos musicais como country, latino, indie, hip-hop e outros. Trazendo desde o inicio, uma variedade de arranjos para você tocar aquela música que gosta ou ver como ela realmente é pelo original do artista!
Dentre as funções no Rocksmith+, a Riff Repeater permite que você treine diariamente aquela parte especifica de uma música. Além disso você poderá conectar um violão ou instrumento elétrico a um amplificador com o aplicativo móvel Rocksmith+ Connect que transforma seu celular num microfone, que poderá rastrear a guitarra quando pareado ao PC ou console. Sem contar que os usuários tema acesso a vídeo aulas gratuitas online de técnicas, teoria musical, equipamento, cuidados com instrumento entre outros.
Aventure-se no Rocksmith Workshop onde você poderá customizar e disponibilizar arranjos de músicas pré-licenciadas, ou então encontrar de outros usuários. Então está na hora de aprender, polir ou dominar seu baixo ou guitarra com o Rocksmith+. Com apoio e parceria com gigantes da indústria musical (Gibson, Epiphone, Kramer, Ibanez, Ernie Ball, Ernie Ball Music Man, Marshall, Orange e Mesa/Boogie), está na hora de aprender com o mundo de Rocksmith+.