segunda-feira, junho 30, 2025
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Mandala de Fogo | Review

Mandala de Fogo Pipoca & Nanquim
Pipoca & Nanquim | Divulgação: Suco de Mangá

A história de um artista que se entregou de corpo e alma às suas pinturas, que, apenas com seu atlento, acabou um monopólio centenário. Sobre ele é Mandala de Fogo, mangá da Pipoca & Nanquim que protagoniza o review de hoje.

Sobre o mangá

A publicação é mais um jidaigeki da editora, com autoria de Chie Shimomoto, uma roteirista e desenhista que retrata com excelência a cultura japonesa da época.

Mandala de Fogo foi publicada originalmente entre 2015 e 2016, e chegou ao Brasil com uma edição desprovida de qualquer defeito pela Pipoca & Nanquim.

A sobrecapa tem cores fortes, verniz localizado até em pequeninos detalhes e uma arte chamativa de um momento muito marcante da história. Enquanto isso, a capa possui um brilho e uma cor tão linda que parece ser feita de cobre puro.

Mandala de Fogo Pipoca & Nanquim
Capa com efeito de cobre | Pipoca & Nanquim | Divulgação: Suco de Mangá

O traço de Shimomoto é macio (não sei como explicar isso), detalhista e encantador. Os personagens são distintos entre si, cada um com um design próprio, sem aquele “ctrl c ctrl v” de estilo que alguns autores acabam tendo.

A autora também consegue inserir pinceladas de humor ao longo do drama que deixam a história leve e gostosa de ler, sem cair no pastelão.

Também, essa é uma publicação mais curtinha — possui 221 páginas de história, e com o glossário e as obras referenciadas, totaliza 236 páginas. Portanto, é um mangá que pode ser lido facilmente em um dia.

Mandala de Fogo Pipoca & Nanquim
Desenho significativo da história | Pipoca & Nanquim | Divulgação: Suco de Mangá

Enredo

Mandala de Fogo conta a vida de Hasegawa Touhaku, um dos maiores pintores da história do Japão. Começando a partir dos seus, aproximadamente, trinta anos, acompanhamos o árduo trajeto que esse artista fez até conquistar seu lugar de reconhecimento.

Mandala de Fogo Pipoca & Nanquim
Momento que mudou a carreira do pintor | Pipoca & Nanquim | Divulgação: Suco de Mangá

Vemos Touhaku ser duramente rejeitado, se enfiar no meio de chamas e aceitar trabalhados “inferiores” até ganhar uma pequena oportunidade. Então, cheio de sentimentos controversos e incômodos psicológicos, ele ganha a atenção de personalidades marcantes do desenho, budismo e da política.

No geral, a história é bem dramática. Os conflitos com seu rival e inspiração Kanou Eitoku, chefe da Escola Kanou que há séculos trabalha para o governo, acende a chama dentro de si. Em paralelo, seu amigo e conselheiro Rikyu, o mestre e uma referência até hoje do wabicha e da filosofia wabi-sabi, balança suas verdades e o ajuda a encontrar seu caminho. Por fim, a relação com sua família, em especial seu filho, é tanto o vento em suas asas quanto sua âncora.

Mandala de Fogo Pipoca & Nanquim
As pessoas que influenciaram Hasegawa | Pipoca & Nanquim | Divulgação: Suco de Mangá

Nesse contexto, vemos os principais momentos da vida de Touhaku, seja as conquistas e suas pinturas mais marcantes — inclusive as que se tornaram tesouros nacionais japoneses —, seja as perdas e dores que o artista sofreu e transmitiu em suas pinturas.

Sensibilidade da Arte

Primeiro de tudo, preciso exaltar totalmente como Shimomoto conseguiu transmitir a grandiosidade e sentimentos das pinturas.

Ela transformou os traços em vida, deu a eles alma, movimento, presença e amplitude. A autora conseguiu nos mostrar o calor, o frio, a divindade e os sentimentos das pinturas. Já não é uma tarefa fácil fazer isso com desenhos de sua autoria, quem das obras de um dos maiores desenhistas do Japão.

Mandala de Fogo Pipoca & Nanquim
As obras ganham vida | Pipoca & Nanquim | Divulgação: Suco de Mangá

Enfim, é uma riqueza de detalhes, uma percepção da intenção da obra e um domínio de traços que impressiona. Realmente, nunca vi outro mangá que transmitisse tão bem a intenção e o sentimento de obras de arte quanto Mandala de Fogo.

Inclusive, a última sessão do mangá é a lista de todas as obras (que realmente existem) que apareceram na história. Procurei todas elas, mas algumas foram difíceis de encontrar e outras eu nem achei. Minha vontade é fazer um tour pelo Japão apenas pra ver todas elas pessoalmente.

Drama e História

Além disso, como uma boa fã de tragédias, gostei da carga dramática que essa história tem. Touhaku perdeu pessoas importantes no caminho e o luto mudou a sua forma de ver e fazer suas pinturas.

Inclusive, em mais de uma parte eu realmente precisei segurar as lágrimas, pois fiquei emocionada. Aliado à história, a forma com que Shimomoto representa esses sentimentos com sua arte é lindo, precioso e único.

Mandala de Fogo Pipoca & Nanquim
Um dos primeiros desenhos de Hasegawa | Pipoca & Nanquim | Divulgação: Suco de Mangá

Por fim, como eu venho dizendo em todos os jidaigeki que estou lendo, eu AMO conhecer mais sobre a história, personalidades e cultura do Japão com mangás.

Mandala de Fogo aborda fortemente conceitos budistas, traz uma perspectiva política da época (meados de 1580) e, é claro, representa inúmeros artistas, monges e governantes que influenciaram a história do país.

Além disso, o glossário e as notas ao longo do mangá nos informam nuances e particularidades que enriquecem a profundidade da história.

Mandala de Fogo Pipoca & Nanquim
Uma pitada de humor | Pipoca & Nanquim | Divulgação: Suco de Mangá

Veredito

Serei honesta, quando vi que o mangá era sobre a história de um desenhista, fiquei meio desconfiada. Afinal, o que poderia sair de tão interessante nisso?

Bom, não sei se é a forma com que Shimomoto fez a obra, se é a vida de Touhaku que é realmente muito interessante ou as duas coisas juntas. Sei que funcionou muito e é um mangá incomparável.

O peso já vem com o nome que impressiona, o trabalho da capa e sobrecapa super marcantes e chamativos e os traços lisinhos da autora. Sendo assim, Mandala de Fogo diverte, emociona, ensina e encanta com a vida de um gênio da pintura japonesa. Como sempre, a Pipoca & Nanquim trouxe uma publicação que vale cada centavo, página, traço e palavra.

Recomendo totalmente, sem pensar duas vezes.

Mandala de Fogo Pipoca & Nanquim
Sobrecapa | Pipoca & Nanquim | Divulgação: Suco de Mangá

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“SEVENTEEN BEST ALBUM ’17 IS RIGHT HERE” já está disponível, confira

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Para comemorar os nove anos do grupo, SEVENTEEN lançou o projeto “SEVENTEEN BEST ALBUM ’17 IS RIGHT HERE”.  O álbum possui uma mensagem detalhada, que está incorporada em uma história de múltiplas camadas.

Sendo assim, SEVENTEEN promete um futuro promissor para os fãs e retrata momentos do grupo desde o início da sua carreira.

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Imagem Divulgação

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Além disso, quatro das novas faixas receberão music videos, incluindo a principal, MAESTRO. Confira.

Então, está preparado para ver a trajetória do grupo desde seu nascimento até se tornar “TEAM SVT” com seus fãs, Carats?

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“YESTERWYNDE” do Nightwish | Todas as informações que já sabemos

nightwish yesterwynde
Capa Divulgação / Nuclear Blast

O Nightwish está prestes a lançar seu aguardado novo álbum, “Yesterwynde”, via Nuclear Blast em 20 de setembro. Este projeto marca um momento significativo para a banda, sendo o resultado de três anos e meio de trabalho intenso.

O título do álbum, “Yesterwynde”, é uma palavra inventada que captura a essência da nostalgia e conexão com o passado. Inspirado pelo Dicionário das Tristezas Obscuras de John Koenig, o termo reflete a sensação de memórias em preto e branco que ecoam através do tempo.

Composição e produção ficaram a cargo de Tuomas Holopainen, enquanto todos os membros do Nightwish contribuíram com arranjos e ideias, junto com Tero TeeCee Kinnunen. O processo de gravação levou a banda a vários locais, desde os estúdios de Abbey Road até as casas de alguns membros.

Uma das características mais marcantes do álbum é a presença da London Orchestra e Vocals Unlimited em algumas faixas, adicionando uma dimensão épica à música do Nightwish.

O primeiro single, “Perfume of the Timeless”, está programado para ser lançado em 21 de maio, acompanhado de um videoclipe que promete ser uma experiência visual e auditiva única. Detalhe: tem cerca de 8:30 de duração e o refrão começa a partir de 3:30, algo inusitado para um single.

Algumas faixas exploram temas históricos e culturais, como a Máquina de Anticítera e os Náufragos de ‘Ata. Já “Hiraeth” vem do galês e é equivalente à palavra ‘saudade’, mas também possui um certo contexto na cultura galesa. Leia mais AQUI.

Além disso, o álbum contará com mais dois clipes e lyric videos, oferecendo aos fãs uma imersão completa no universo de “Yesterwynde”. Há rumores de que Stobe Harju, diretor que trabalhou nos clipes e no filme Imaginaerum, de 2012, também está a frente de pelo menos um dos vídeos.

A crítica especializada já teve acesso ao álbum e descreveu-o como o mais “banda” até hoje, combinando elementos pesados, sinistros e progressivos em uma mistura envolvente.

Embora não haja planos de turnê para promover “Yesterwynde”, a banda está comprometida em continuar produzindo música de alta qualidade e já está pensando em futuros lançamentos, mantendo seu contrato com a Nuclear Blast.

nightwish yesterwynde
Capa Divulgação / Nuclear Blast

Confira a lista de faixas:

  1. Yesterwynde
  2. An Ocean of Strange Islands
  3. The Antikythera Mechanism
  4. The Day of…
  5. Perfume of the Timeless (primeiro single)
  6. Sway
  7. The Children of ‘Ata
  8. Something Whispered Follow Me
  9. Spider Silk
  10. Hiraeth
  11. The Weave
  12. Lanternlight

Prepare-se para embarcar em uma jornada musical única com o Nightwish e seu novo álbum, “Yesterwynde”. Fique atento para mais novidades e mergulhe nas profundezas da criatividade desta icônica banda de metal sinfônico.


Sobre o NIGHTWISH

Trabalhando com a NUCLEAR BLAST desde o lançamento de seu aclamado álbum de 2004, Once, o NIGHTWISH ganhou fama e sucesso internacionais vendendo mais de dez milhões de discos e recebendo mais de 60 prêmios de ouro e platina, tendo lançado seis álbuns e treze singles que atingiram o primeiro lugar em diversos países. Em outubro de 2018, o NIGHTWISH foi introduzido no Tähtikatu – Calçada da Fama da Finlândia, tornando-se o décimo primeiro membro da galeria de honra. Em 2020 a banda lançou seu último disco de estúdio, o premiado Human. :II: Nature., que coroou a discografia da banda com mais um sucesso que atingiu o primeiro lugar na Finlândia e na Alemanha, como também entrou nas paradas no Mundo todo.

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Genin wa Jibun ni Aru. (GNJB) lança novo single “Mania”; veja o clipe!

Genin wa Jibun ni Aru (GNJB)
Imagem Divulgação

Genin wa Jibun ni Aru. (GNJB), grupo de dança e vocal japonesa composta por sete membros, compartilhou hoje seu mais novo single “Mania”.

Assista abaixo:

A música do GNJB busca inspiração em uma variedade de gêneros, misturando letras filosóficas com um som de rock de piano que caracteriza a essência da musicalidade do grupo, enraizada na linhagem da comunidade Vocaloid do Japão. Desde sua estreia, o grupo recebeu contribuições musicais de figuras notáveis da cena contemporânea de J-pop, incluindo Ayase do YOASOBI.

A música captura esse sentimento com as vozes do grupo se transformando ao longo da música enquanto uma melodia de rock cambaleante leva tudo adiante. No entanto, no refrão, todos se unem para entregar algo cativante – embora perturbador – lembrando o potencial pop do projeto.

Confira o mais recente single do GNJB “Mania” nas plataformas de música (https://ssm.lnk.to/Mania).

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Nissy e SKY-HI lançam videoclipe para “Stormy”, tema de Blue Lock -Episódio Nagi-

Nissy×SKY-HI Stormy Music Video
Imagem Divulgação

Um videoclipe para “Stormy”, a mais recente música lançada por Nissy e SKY-HI em 17 de abril, foi revelado no canal do YouTube de Nissy.

O diretor Daiki Kamoshita, que também trabalhou no videoclipe de “SUPER IDOL” de Nissy e SKY-HI, foi trazido novamente para esta produção.

O videoclipe, baseado na música tema escrita especificamente para o filme Blue Lock -Episódio Nagi, inclui trocas memoráveis entre Nissy e SKY-HI que refletem as letras e interações entre o protagonista Nagi e seu parceiro Reo.

Assista o videoclipe de Stormy abaixo:

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VK Blanka lança surpresa: nova música em inglês ‘Never Run’! Clipe já disponível

vk blanka 2024
Imagem Divulgação

O aclamado músico japonês VK Blanka, que vem para o Anime Friends (leia AQUI), lançou ‘Never Run’, uma nova música com letras totalmente em inglês, disponível como lançamento digital, domingo, 5 de maio.

VK Blanka apresentou a nova música ontem com uma banda completa no VK Blanka apresenta RAINBOW ROAD -Den-, o terceiro em sua série de eventos especiais, que foi realizado no Festival Hall em Osaka em uma programação que incluiu Ayaka e Ryokuoushoku Shakai.

‘Never Run’ foi revelada como uma completa surpresa, seguida imediatamente pelo lançamento digital. VK Blanka fez turnê pela América do Norte em fevereiro deste ano, e a emoção que sentiu com seus shows lá influenciou os ritmos altamente dançantes e arranjos de ‘Never Run’.

vk blanka never run
Capa Divulgação

A música foi mixada e arranjada pelo colega músico Josh Cumbee, que também colaborou na escrita das letras, tornando-a uma música com um som global e palavras em inglês excelentes.

Comentário de Vicke Blanka:

“Eu ganhei muita inspiração durante minha turnê pela América do Norte, e depois que voltei ao Japão, fui preenchido com novas ideias e o desejo de escrever música – então fiz isso. Essa música tem uma batida envolvente, que espero que você aproveite.”

Um videoclipe também foi lançado. Assista abaixo:

Além disso, VK Blanka também anunciou uma turnê por salas do Japão, intitulada VK Blanka HALL TOUR 2024.

A turnê começará na sexta-feira, 27 de setembro, no Niterra HALL VILLAGE HALL na província de Aichi, seguida por datas em Sapporo, Osaka, Tóquio, e na província de Miyagi, com um show final no domingo, 8 de dezembro, no FUKUOKA CONVENTION CENTER MAIN HALL, totalizando seis apresentações.

Links de streaming e download de ‘Never Run’ AQUI. Leia também nossa entrevista com o cantor: Vicke Blanka | Suco Entrevista

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Peso e Teatralidade marcam o 3º dia de Summer Breeze Brasil 2024

Summer Breeze 2024
Foto por: @raphagarcia

O terceiro e último dia do Summer Breeze Brasil foi marcado pelo extremo, do thrash ao death metal. Estivemos por lá nos três dias de evento e focamos na cobertura dos shows, partindo da ideia de trazer bandas que mais se alinham a nossa editoria e também gosto pessoal.

Vale lembrar nossas duas entrevistas, que entram como parte do trabalho feito para o festival com Cristina Scabbia, do Lacuna Coil (Leia AQUI) e Noora Louhimo, do Battle Beast (Leia AQUI).

Leia também dos outros dois dias de festival:

Sobre o Summer Breeze Brasil

A segunda edição brasileira do tradicional festival alemão, Summer Breeze, aconteceu no último final de semana de abril, entre os dias 26 e 28 de abril, no Memorial da América Latina (São Paulo). O festival foi um sucesso e contou com a apresentação de grandes nomes do rock mundial como Mr. Big, Gene Simmons Band, Lacuna Coil, Hammerfall, Epica, Within Temptation, Anthrax, Mercyful Fate e Killswitch Engage, entre muitos outros. Foram dias de muita alegria – o público sorriu, chorou de emoção, assistiu aos shows dos seus artistas favoritos e viveu momentos inesquecíveis.

Além das atrações musicais, o festival contou também com diversas experiências e ativações que tiveram grande aceitação do público. Entre elas, feira geek, Summer Expo Tattoo, Horror Expo, venda de vinis, espaço kids com monitoria, áreas de descanso, entre outras.

Com uma recepção calorosa do público, a organização do festival Summer Breeze Open Air Brasil confirma sua terceira edição com dois dias para 2025. O festival ocorrerá nos dias 3 e 4 de maio de 2025, e desta vez terá um Warm-Up no dia 2 de maio, ambos no Memorial da América Latina. O Warm-Up, popularmente conhecido como esquenta, será um evento com ingressos limitados que acontecerá antes do início das atividades oficiais do festival.

Outras informações em: www.summerbreezebrasil.com


Torture Squad

O dia do metal extremo no Summer Breeze não poderia começar sem um de seus representantes nacionais mais reconhecidos. Abrindo o palco Sun às 11 da manhã no domingo, o Torture Squad veio entregar um repertório focado em divulgar o trabalho mais recente da banda, Devilish, uma marretada de death metal melódico, liderado pela Mayara Puertas. As brabíssimas Hell is Coming, Flukeman e Buried Alive incitaram a primeira roda do domingão, e a galera estava animada para receber a banda brasileira.

Depois de um leve retorno às raízes tocando músicas mais antigas da discografia da banda, com Hellbound e Murder of a God, Mayara convocou ao palco a Leather Leone para tocar For Those Who Dare de sua ex-banda icônica Chastain, e encerrou a primeira paulada do dia com Warrior e Chaos Corporation, deixando os fãs quentes para todo um dia de pancadaria.

Summer Breeze 2024 torture squad
Foto por: Alessandra Tolc

While She Sleeps

O While She Sleeps botou pra quebrar no Hot Stage do Summer Breeze Brasil, no domingo! O pessoal tava todo ligado nesse quinteto: Lawrence Taylor nos vocais, Sean Long e Mat Welsh nas guitarras, Aaran McKenzie no baixo e Adam Savage na bateria.

Apesar do solão, a galera compareceu pra curtir o show. Era uma mistura de galera jovem querendo curtir um metalzão na faixa do meio-dia. E as músicas? Começaram com um metalcore moderno, tipo “SLEEPS SOCIETY”, “ANTI-SOCIAL” e “You Are All You Need”. Até quem não estava acostumado com o som se rendeu logo de cara, apesar d’eu achar as guitarras magrinhas demais.

E teve momentos épicos com “THE GUILTY PARTY” e formou um moshpit gigante na pista. “Four Walls” e “Silence Speaks” também bombaram, principalmente por causa do vibe dos anos 2010. Ah, e os caras suaram a camisa, literalmente! O Lawrence Taylor não aguentou o calorão e teve que se jogar água várias vezes pra se refrescar. Mas mesmo assim, não parou de interagir com a galera, até se aventurou num crowd surfing! E pra fechar com chave de ouro, na música “SYSTEMATIC”, ele botou a galera toda pra se abaixar e levantar só na dele.

Summer Breeze 2024 While She Sleeps
Foto por: @diegopadilha

Overkill

O Overkill é uma das bandas do thrash metal old-school norte americano que nunca passou por todas as mudanças de estilo que bandas como Metallica e Megadeth passaram, e por isso nunca fizeram o sucesso estrondoso para entrar para os “Big Four” do thrash metal. No entanto, a banda, que teve vários integrantes ao longo dos anos, sempre continuou produzindo o que amava, o thrash metal mais puro. Como resultado, o Overkill poderia escolher dentre uma discografia gigantesca, contendo 20 discos desde os anos 80, para montar seu setlist.

Eles escolheram selecionar músicas de vários momentos da carreira, começando com o mais novo lançamento, Scorched, de 2023, e depois passando por várias porradas vindas dos álbuns dos anos 2010. Aqui e ali, os senhores lançavam uma braba dos anos 80, como Hello From the Gutter, Horrorscope e Elimination. O pessoal mais jovem, no entanto, se agitou muito mais com as músicas recentes, particularmente arrebentando tudo com Bring Me The Night, Electric Rattlesnake e o clássico do thrash moderno, Ironbound. Encerrando com as divertidas Rotten to the Core e o cover de Fuck You, os velhos mostraram que ainda estão firmes para fazer um dos shows mais divertidos do festival.

Summer Breeze 2024
Foto por: @diegopadilha

Battle Beast

O Battle Beast veio direto da Finlândia e finalmente deu o ar da graça aqui em São Paulo, no Summer Breeze! Só que olha, demorou mais de dez anos desde que eles estrearam pra aparecerem por aqui, viu? Parece que a gente tá meio atrasadinho no rolê do power metal dançante. Noora Rainha, que linda estreia aqui no Brasil!

Summer Breeze 2024 battle beast
Foto por: Alessandra Tolc

O setlist foi uma mistura de músicas do último álbum, “Circus of Doom”, com uns clássicos tipo “Bringer of Pain”. E olha, teve momento que o público estava na vibe Rocky Balboa treinando, sério! Adoro a forma como a banda monta seu show, mesclando bases pré-gravadas ao vocal poderoso da finlandesa, dando margem para brincar e experimentar junto com o público.

É muito legal ter bandas do tipo se apresentando no Brasil, pois até alguns anos atrás, parecia possível, mas graças ao festival, podemos ter um vislumbre do que tá por vir, principalmente com bandas em recente exposição na Europa. Abaixo, um casal que encontrei por lá com sua Noorinha, uma graça não é?

noorinha battle beast
Foto por: @brunobellan

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Opa! Quem é que lembra da banda no show de abertura do Iron Maiden em 2022 (leia AQUI). Foi um prazer recebê-los novamente, agora em um festival dedicado ao heavy metal, já que não conseguiram tanta aceitação entre os fãs da donzela, por aqui, e pelo que senti do público, saíram-se muito bem com quem assistiu a performance teatral.

No palco, a banda mandou ver, aproveitando o clima de festival e o pessoal que estava lá pra ver se eles eram tudo isso mesmo. Musicalmente, ainda tão procurando um jeito de se destacar, mas o vocalista, Johannes Eckerström, é um showman nato! Só que tem uma galera mais tradicional que não curte muito o jeito descontraído dele – e até mesmo no festival eu achei que ele fala um pouco demais. Dava pra tocar mais uma música…

E olha só, o giro deles, chamado de The Great Metal Circus, é pra divulgar o álbum “Dance Devil Dance” (2023). E teve umas músicas desse disco no show, tipo “Chimp Mosh Pit” e “The Dirt I’m Buried In”, que foi o ponto alto da apresentação deles, junto com minha música preferida “Colossus”. De Marilyn Manson, Rammstein ao Death Metal Melódico, a banda tem de tudo para ficar grande e cair no gosto do metalerinho mais jovem.

Summer Breeze 2024 avatar
Foto por: @diegopadilha

Carcass

Uma das bandas mais aguardadas de todo o festival, donos de alguns dos álbuns mais icônicos e celebrados do death metal mundial, criadores de todo um gênero de death metal melódico com seu seminal trabalho Heartwork, de 1993, o Carcass tomou o palco na tarde quente do domingo do Summer Breeze, abrindo com o clássico riff de Buried Dreams. Isso já levou os fãs de death metal à loucura, mas a banda continuou entregando violentas pedradas do mais novo trabalho de estúdio, o Torn Arteries, de 2021, com Kelly’s Meat Emporium e Under The Scalpel Blade alternadas entre Incarnated Solvent Abuse e This Mortal Coil, duas pedradas das antigas que me fizeram quase chorar de emoção.

Summer Breeze 2024
Foto por: @MarcosHermes

Neste momento, o baixista/vocalista Jeff Walker já estava visivelmente sofrendo com o forte calor brasileiro das três da tarde. Mas ainda soltou uma risada da galera ao dizer que muitas bandas dos anos 80 faziam parte do festival, e todas elas tinham algo em comum: lançado uns álbuns meio bosta nos anos 90, e que eles não eram exceção! Então lançaram-se em dois medleys com músicas do fatídico Swan Song, com Dance of Ixtab misturada no meio para manter o Torn Arteries em mente.

Na reta final do show, infelizmente, Jeff Walker realmente passou mal com o sol no rosto e precisou sentar-se para continuar tocando The Scythe’s Remorseless Swing e 316L Grade Surgical Steel. Isso não impediu que a banda continuasse tocando, no entanto, e um membro da equipe do Carcass veio colocar um saco de gelo na cabeça de Walker, que tocou o resto do setlist equilibrando o saco de gelo e pedindo desculpas à plateia. Suponho que ele foi desculpado, já que todo mundo foi à loucura ao ouvir o sample clínico de Corporal Jigsore Quandary, e muito mais ainda quando o Carcass interrompeu a nojenta Ruptured In Purulence para iniciar o riff delicioso de Heartwork, um dos momentos que eu mais esperava no festival inteiro. Ainda pedindo desculpas por passar mal, Walker encerrou a performance da banda com Tools of the Trade, fechando mais um show memorável do dia mais extremo do festival.

bill steer passando calor
Foto por: @brunobellan

 

Killswitch Engage

Olha, eu juro que achei que o meu show favorito do domingo seria o do Carcass. De fato, era o que eu mais esperava, já que o Killswitch Engage eu já tinha visto lá em 2013 no Monsters of Rock. O que eu não imaginava é que eles ficaram ainda melhores ao vivo com esses dez anos. Alguns problemas técnicos de guitarras e microfones não funcionando atrapalharam um pouco a abertura do show em My Curse, mas estes rapidamente foram consertados para entregar o melhor setlist que já vi dos reis do Metalcore.

O vocalista Howard Jones infelizmente não faz mais parte da banda, mas desde seu retorno em 2013, o vocal original Jesse Leach provou que aprendeu bem a cantar e entrega performances espetaculares das músicas cantadas por seu colega. This Fire, em particular, tem um dos meus riffs favoritos do KSE, e olha que eles têm muitos riffs espetaculares! Reckoning e The Arms of Sorrow continuaram explorando os discos do meio da carreira, e me emocionando cada vez mais. Até a música favorita do Bellan, In Due Time, entrou nesse início de show, e estamos falando só do começo!

Summer Breeze 2024 killswitch engage
Foto por: @raphagarcia

Algumas surpresas surgiram no miolo do setlist, com a banda apresentando a marretada que é A Bid Farewell, seguida de Beyond the Flames. Então, uma sequência focada nos dois mais recentes lançamentos da banda, o Atonement, de 2019, e o Incarnate, de 2016, com Signal Fire sendo o mais óbvio destaque, mas incluindo também The Crownless King, música que, no álbum, tem participação especial do vocalista Chuck Billy, do Testament.

Para entrar na reta final, o nosso querido guitarrista e um dos maiores produtores do Metalcore, Adam Dutkiewicz (que a gente carinhosamente chama de Evandro Mesquita do metal) pediu que a galera abrisse a maior roda que pudessem. E eu acredito que foi a maior roda do festival inteiro, que nem o Anthrax conseguiu superar na sequência, quando Rose of Sharyn explodiu nos amplificadores do Summer Breeze. A sequência final foi avassaladora: além de Strength of the Mind e This is Absolution, o que não poderia faltar era a balada mais clássica e conhecida da banda, The End of Heartache. A banda finalizou com My Last Serenade e com o também clássico cover do lendário Ronnie James Dio, Holy Diver, que uniu os velhos e jovens metaleiros na mesma roda com maestria.

Summer Breeze 2024 killswitch engage
Foto por: @raphagarcia

 

Amorphis

A banda finlandesa Amorphis já está na estrada há mais de três décadas, e olha, eles passaram por várias fases ao longo desse tempo! Death metal, metal melódico, doom… e acompanho desde o álbum de 2006, Eclipse. Já são quase 20 anos, e este era um dos shows que eu mais estava aguardando.

Uma coisa que nunca mudou foi a pegada temática deles, sempre inspirada no folclore finlandês e ambientação soturna. No último dia de Summer Breeze Brasil, os caras escolheram um setlist que misturou músicas do álbum mais recente, “Halo” (2022), com alguns dos grandes sucessos que marcaram a trajetória da banda, tipo “Tales from the Thousand Lakes” (1994) e “Skyforger” (2009).

O show teve uma vibe meio sombria, com o palco mergulhado na penumbra na maior parte do tempo, e o Sun Stage – que podia ser chamado de Moon Stage nesse momento – estava com um público muito que dava para sacar que era fã da banda. O vocalista Tomi Joutsen mandou super bem, alternando entre os vocais limpos e guturais com uma facilidade incrível de sempre, por sinal, uma das minhas maiores inspirações vocais. E olha, a galera não decepcionou quando foi chamada pra cantar junto em “House of Sleep” e o momento que eu destaco foi com “The Four Wise Ones”, com backtracking da falecida Aleah Stanbridge (Trees of Eternity). Emocionante e Doom em sua plenitude.

Summer Breeze 2024
Foto por: Alessandra Tolc

Anthrax

Dentre todos esses dias a gente falou muito sobre o Bay Area Thrash, os grandes nomes do thrash metal oitentista, que foram extremamente importantes para todo o surgimento do metal extremo. Nesta cena, as mais vendáveis ficaram conhecidas como o “Big Four” do thrash metal: Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax. Sem dúvida, o Summer Breeze não poderia deixar de incluir uma dessas para ser headliner de um festival tão recheado de thrash metal, e o Anthrax veio na noite do domingo cumprir essa cota!

Ficou claro que muita gente estava aguardando ansiosamente pela entrada do Anthrax no palco do Summer, já que se formou uma roda violenta cheia de sinalizadores acesos assim que as primeiras notas de Among the Living encheram o Memorial. Essa animação continuou durante Caught In a Mosh, música obrigatória em qualquer setlist do Anthrax, e então a banda deu sequência a um set bem recheado de músicas de sua fase oitentista. Eu, particularmente, sou muito fã dos discos mais recentes da banda, o Worship Music, de 2012, e o For All Kings, de 2016, mas nunca que eu vou dizer não para um set contendo Madhouse, Metal Thrashing Mad e Efilnikufesin em sequência, né?

Uma pergunta que a gente fez durante o festival todo foi respondida durante o set do Anthrax: quando é que o Andreas Kisser vai aparecer pra tocar alguma coisa, ein? E foi justamente quando Scott Ian chamou o guitarrista brasileiro, que já fez turnês com o Anthrax antes, para tocar I Am the Law. A única passagem do grupo pelos álbuns modernos foi com a performance de In The End, e rapidamente retornando para a reta final do show, com Medusa, Got the Time e A.I.R. Encerrando com uma longa performance com direito a wall of death, o Anthrax arrebentou tudo tocando Indians, uma de minhas músicas favoritas, fechando perfeitamente a participação do thrash old-school no festival.

Summer Breeze 2024 anthrax
Foto por: @marcoshermes

 

Mercyful Fate

Bora falar sobre o final épico do Summer Breeze Brasil 2024 com a missa negra do Mercyful Fate! A galera transformou o palco num verdadeiro templo satânico, com direito a tudo: altar, pentagrama, cruz invertida… Um clima bem dark pra fechar o festival! Para quem estava próximo das grades de entrada, podia ver alguns grupos de religiosos rezando do lado de fora, para você sentir o clima.

O King Diamond e sua trupe mandaram ver nos clássicos, mostrando por que os álbuns “Melissa” e “Don’t Break the Oath” são tão icônicos no metal. Teve até uma música nova no meio, a ótima “The Jackal of Salzburg”, que deixou a galera curiosa pra ver o que vem por aí – se é que vem.

Com um visual bem sinistro e uma performance cheia de energia, o King não deixou ninguém parado e não perdeu sua majestade! Rolou momentos de brincadeira e bastante interação com o público, muito carismático, também apresentou a baixista Becky Baldwin que passou a integrar a banda formalmente.

Carinhosamente apelido a banda de “Mercyfufu” e meus destaques ficam para as que eu mais ouvi na vida, com “Curse of the Pharaohs”,  “Melissa” e “Come to the Sabbath”. Para fechar com chave de ouro, teve “Satan’s Fall”, encerrando o festival em grande estilo!

Summer Breeze 2024 mercyful fate
Foto por: @MarcosHermes

Textos por BELLAN Renatão.

Fotos oficiais do festival: EQUIPE MHERMES ARTS 

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As Mulheres Dominam o 2º Dia de Summer Breeze Brasil 2024

Summer Breeze Brasil 2024 - Epica
Foto: @marcoshermes

Fala pessoal! Depois de passar pelo primeiro dia de Summer Breeze Brasil 2024 com uma programação mais voltada ao Hard Rock  e um pouco de Heavy/Thrash 80’s, vamos com uma porção de bandas com vocais femininos e muito power metal! Estivemos por lá nos três dias de evento e focamos na cobertura dos shows, partindo da ideia de trazer bandas que mais se alinham a nossa editoria e também gosto pessoal.

Vale lembrar nossas duas entrevistas, que entram como parte do trabalho feito para o festival com Cristina Scabbia, do Lacuna Coil (Leia AQUI) e Noora Louhimo, do Battle Beast (Leia AQUI).

Leia também dos outros dois dias de festival:

Sobre o Summer Breeze Brasil

A segunda edição brasileira do tradicional festival alemão, Summer Breeze, aconteceu no último final de semana de abril, entre os dias 26 e 28 de abril, no Memorial da América Latina (São Paulo). O festival foi um sucesso e contou com a apresentação de grandes nomes do rock mundial como Mr. Big, Gene Simmons Band, Lacuna Coil, Hammerfall, Epica, Within Temptation, Anthrax, Mercyful Fate e Killswitch Engage, entre muitos outros. Foram dias de muita alegria – o público sorriu, chorou de emoção, assistiu aos shows dos seus artistas favoritos e viveu momentos inesquecíveis.

Além das atrações musicais, o festival contou também com diversas experiências e ativações que tiveram grande aceitação do público. Entre elas, feira geek, Summer Expo Tattoo, Horror Expo, venda de vinis, espaço kids com monitoria, áreas de descanso, entre outras.

Com uma recepção calorosa do público, a organização do festival Summer Breeze Open Air Brasil confirma sua terceira edição com dois dias para 2025. O festival ocorrerá nos dias 3 e 4 de maio de 2025, e desta vez terá um Warm-Up no dia 2 de maio, ambos no Memorial da América Latina. O Warm-Up, popularmente conhecido como esquenta, será um evento com ingressos limitados que acontecerá antes do início das atividades oficiais do festival.

Outras informações em: www.summerbreezebrasil.com


Nervosa

Para abrir os trabalhos do sábado, debaixo do sol de rachar mamona, as garotas do Nervosa subiram ao palco para mandar mais um setlist de thrash metal destruidor. A banda, que passou por inúmeras mudanças de formação e hoje conta apenas com a vocalista e guitarrista Prika Amaral de membro original, focou mais nas marretadas dos álbuns mais recentes, o Jailbreak de 2023 e o Perpetual Chaos de 2021. Porém, alguns clássicos mais antigos também fizeram a cabeça dos metalheads, como Death!, Kill the Silence e Masked Betrayer.

Como carta na manga, houve uma surpresa na hora de mandar Elements of Sin: Prika chamou ao palco a convidada Mayara Puertas, também conhecida por ser vocalista do Torture Squad, banda que virá abrir os trabalhos no domingo. Uma surpresa não tão agradável: uma das cordas da guitarra de Prika se partiu durante uma das últimas músicas e a cantora não estava preparada com uma guitarra reserva para substituição. Desta forma, ela apenas cantou no restante do setlist. No entanto, isso não foi um grande problema, pois as integrantes Helena Kotina, Hel Pyre e Gabriela Abud, apresentadas com muita ênfase, seguraram a onda e finalizaram de forma forte o show.

nervosa summer breeze
Foto por: Alessandra Tolc

Forbidden

O Summer Breeze continuou nas terras áridas do thrash metal na tarde quente com o Forbidden, uma banda que mesmo a gente que é fã do metal oitentista, não conhecia muito bem. O Forbidden teve uma forte história na época do surgimento do thrash Bay Area, juntamente com bandas como o próprio Exodus (que tocou na sexta), e o Testament (que tocou na edição passada), e contou com membros lendários como o Robb Flynn, que futuramente formaria o Machine Head, e Paul Bostaph, baterista do Slayer. Mudanças de formação, hiatos e longas paradas fizeram o Forbidden não ser tão conhecido quanto outros grandes nomes do thrash Bay Area, mas não é por isso que têm menos qualidade, como pudemos observar no show do Summer Breeze.

O thrash metal do Forbidden (anteriormente chamado de Forbidden Evil) é um pouco diferente, com vocais mais operáticos chegando próximo do que estamos acostumados com o Judas Priest, e um trabalho de guitarras muito mais técnico e complicado. O setlist, recheadíssimo com músicas dos álbuns Forbidden Evil, de 1988, e Twisted Into Form, de 1990, fez cabelos girarem. Em especial, destaco o trabalho do novo vocalista Norman Skinner, que não deixa a desejar em sua performance de nenhuma forma.

Summer Breeze 2024
Foto por: Wellington Penilha

Gamma Ray

Fundado por Kai Hansen no final dos anos 1980, após sua saída da banda Helloween, o Gamma Ray rapidamente se estabeleceu como uma força dominante no cenário do heavy metal. Com uma sonoridade poderosa que mescla elementos de power metal e speed metal, a banda conquistou legiões de fãs em todo o mundo e sua performance no Summer Breeze era muito esperada!

Auxiliado por Frank Beck no vocal, os primeiros acordes de “Land of the Free” até o emocionante bis com “Send Me a Sign”, o Gamma Ray mostrou por que continua sendo uma das bandas mais respeitadas do metal. Destacando-se entre os momentos mais intensos do show estiveram clássicos como “Rebellion in Dreamland” e “Somewhere Out in Space”, que levaram o público à loucura com seus riffs poderosos e refrões inesquecíveis.

Meu destaque fica para “Master of Confusion” e para o terrível calor que fazia no dia, uma reclamação recorrente das bandas, incluindo do Sr. Kai Hansen. A apresentação só não foi incendiada pois, para quem estava no aguardo de uma canção do Helloween, ficou apenas no desejo. Não rolou nenhuma, mas para o padrão alemão, foi um show justo e na medida.

Summer Breeze 2024
Foto por: Marcos Hermes

Korzus

Olha, eu confesso: eu não sou muito fã do estilo Power Metal. Já tentei inúmeras vezes e não tem jeito, a não ser que o nome da banda seja Blind Guardian, eu não tenho muita simpatia. Então, na seção Power Metal do Summer Breeze que começou em peso na hora do Gamma Ray, eu tirei um tempo pra sentar na sombra e depois dei um pulo lá no palco Sun, onde fui dar um prestígio pra uma das bandas de thrash metal brasileiras de maior renome no cenário nacional: o Korzus!

O Korzus não tem produzido muito material novo ultimamente, e mesmo com um show resumido no palco Sun, eles fizeram um apanhadão muito legal de toda a carreira, passando pelo clássico Sonho Maníaco com The World Is a Stage, focando um pouco nos anos 90 com Mass Illusion, Agony e Pay For Your Life, e encerrando com muita agitação e uma roda divertida tocando Correria. Lembrando também que, além de cantar no Korzus, o vocalista Marcelo Pompeu estava servindo como um dos hosts do Summer Breeze, então percebe-se que o cara deve ser muito gente boa!

Summer Breeze 2024 korzus
Foto por: Wellington Penilha

Angra

Não podia faltar uma das bandas mais emblemáticas do Brasil, com a performance do Angra. Acompanho o grupo desde meados de 2003 e posso afirmar que estão em uma formação muito bem consolidada e com qualidade sonora sólida.

O setlist trouxe clássicos e músicas do mais recente álbum Cycles of Pain. O Angra guiou o público por uma jornada emocional e cheia de energia, desde a rítmica “Nothing to Say”, passando por “Vida Seca”, que não havia visto ao vivo até então, até o encerramento arrebatador com a dobradinha clássica de “Carry On” e “Nova Era”.

Destacando-se “Newborn Me” pelo peso aka djent e “Rebirth” que fez o festival inteiro cantar. A surpresa da vez foi com “Dead Man on Display”, uma das músicas mais elogiadas do último álbum e que estar ali ao invés de outro medalhão da banda, prova que o grupo não precisa viver apenas do passado. Good enough for Angra e para todos os presentes do festival – e estávamos apenas no meio da tarde!

Summer Breeze 2024 angra
Foto por: Marcos Hermes

Lacuna Coil

Agora sim! A ansiedade estava a mil para ver o show do Lacuna Coil depois que tivemos a oportunidade de entrevistar a Cristina Scabbia para o Suquinho! A banda, que vem diretamente da Itália apresentando o seu mais recente trabalho original, Black Anima, de 2019, se mostrou extremamente resistente ao calor brasileiro das 16h, tocando com todo o figurino produzido com blusas de manga longa e maquiagem pesada.

Summer Breeze 2024 Lacuna Coil
Foto por: Marcos Hermes

O setlist foi bem mais focado nas músicas do Black Anima e algumas mais recentes, mas isso não quer dizer que alguns antigos clássicos não tenham sido representados: entre cada sequência de marretadas como Apocalypse, Layers of Time e Sword of Anger, a banda selecionou algumas famosas como Trip The Darkness, Heaven’s a Lie (na sua nova versão regravada no Comalies XX) e Our Truth. O Brasil também teve a oportunidade de ouvir ao vivo pela primeira vez o novo single, In The Mean Time, uma pedrada no estilo moderno do Lacuna Coil, além de poder cantar junto com Cristina o lindo cover de Enjoy the Silence, do Depeche Mode, e também Never Dawn.

Devo dar destaque especial para a performance de Cristina Scabbia nos vocais. Toda vez que vejo o Lacuna Coil ao vivo, parece que essa mulher canta melhor! Finalizando com a versão nova de Swamped, que foi cantada em uníssono pela galera, o Lacuna frisou novamente o espírito de união entre os metaleiros, mantendo o estilo vivo e gritando pra todos ouvirem: Nothing Stands in Our Way!

Summer Breeze 2024 cristina scabbia
Foto por: Wellington Penilha

 

Hammerfall

No início da noite do Summer Breeze Brasil, o Hammerfall apresentou um setlist épico e poderoso, característico de seu power metal sueco. Desde “Brotherhood” até “Hearts on Fire”, a banda mostrou sua habilidade em comandar o palco e envolver a plateia com seu martelo do poder – com muitas mãos para o alto do público.

Do heavy metal tradicional a músicas mais speed, o Hammerfall mantém a chama viva do estilo e com muito entusiasmo, mesmo que anos atrás, tenha passado por problemas e com um quase fim da banda (leia aqui). Tenho que exaltar a performance de Joacim Cans, cantando muito bem e dentro de músicas que possibilitem uma limitação, já que canções mais altas não foram executadas nesse setlist como “Always Will Be”. Senti falta de “Glory to the Brave”, mas a inédita “Hail to the King”, que teve uma boa interação e aceitação do público em seu início, mostra que a banda vem forte para o vindouro álbum neste ano.

Summer Breeze 2024 hammerfall
Foto por: Diego Padilha

Epica

Na minha opinião, o melhor show de todo o Summer Breeze. O Epica subiu aos palcos por volta das 19h, e com o sol já dando uma trégua, assim que a poderosa Abyss of Time agraciou os ouvidos do público, ficou imediatamente evidente a diferença de produção que o Summer Breeze deu para as bandas que iriam fechar os palcos, as headliners. Se o sol não estava mais fervendo o nariz da galera, os lança-chamas colocados estrategicamente pelo palco do Epica o fariam.

O trabalho mais recente do Epica foi o álbum colaborativo The Alchemy Project, mas apenas a música The Final Lullaby fez parte do setlist. Dito isso, o Epica transitou em seu setlist por todos os 20 anos de carreira da banda, o que me surpreendeu muito positivamente. Iniciando com a absurda tríade Abyss of Time, The Essence of Silence e Victims of Contingency, representando a fase mais moderna da banda, Simone Simons resolveu viajar no tempo e voltar destruindo com Sensorium, uma das minhas músicas favoritas do primeiro álbum The Phantom Agony, de 2003.

Summer Breeze 2024 epica
Foto por: Marcos Hermes

Neste meio de show, o Epica passou pelas fases intermediárias, voltando aos álbuns Design Your Universe e The Quantum Enigma, mas me levaram à loucura quando iniciaram as primeiras notas de mais uma de minhas músicas favoritas, The Obsessive Devotion, do maravilhoso The Divine Conspiracy, de 2007. Após esta sequência, deram mais ênfase às fases modernas, com The Skeleton Key e Code of Life. Já demonstrei meu gosto pelas mulheres do metal ao destacar a performance de Cristina Scabbia em seu próprio show, mas pensa numa mulher que não tem nenhum defeito: esta é Simone Simons cantando no Epica. E imagina minha surpresa quando a Simone chamou a Cristina pra cantar Storm the Sorrow junto com ela? Facilmente um momento especial do show.

A sequência final foi tão espetacular quanto o resto. Simone frisou que a próxima música era a mais tocada da história do Epica, e não é pra menos: ela se refere à apropriadamente épica Cry For The Moon (The Embrace That Smothers, Pt. 4), que tenho certeza de ser a favorita de muita gente. A reta final foi continuada com a explosiva performance de Beyond the Matrix, onde todos os membros da banda demonstraram sua energia brincando e pulando no palco. Para finalizar, a banda demonstrou toda sua proeza instrumental com a longa e progressiva Consign to Oblivion, deixando um público animado, porém exausto, para a apresentação dos conterrâneos Within Temptation na sequência.

Summer Breeze 2024 simone simons
Foto por: Marcos Hermes

 

Within Temptation

Grandioso. Esta é a palavra para a apresentação e fechamento do segundo dia de festival, com um Within Temptation muito entrosado em palco e muito bem coreografado com seus plugins, DAW e samplers. Sharon Den Adel conversou bastante com o público, desde o início do show, indicando problemas entre a multidão – provavelmente com alguém passando mal – até hasteando bandeira Ucrâniana e a colorida pró-LGBT na sequência, mostrando assim comprometida e atualizada com as situações globais, estas, temas recorrentes dos últimos álbuns da banda.

Pontualmente, às 20h15 temos as cornetas de “The Reckoning” e o som renovado e destoante daquele metal sinfônico noventista permeia por grande parte do show, aonde a banda não faz questão de performar grandes clássicos de outrora e sim, focar nos sintetizadores mais eletrônicos e guitarras djent de 8 cordas. Isso, claro, renovou o público e era notável também no festival, com pessoas de diversas faixas de idade.

Como fã da banda, desde os tempos de Mother Earth e The Silent Force, o coração ficou quentinho quando músicas como “Angels”, “Never Ending Story” (em formato acústico) e o fechamento de “Mother Earth” foram entoadas, pois como nunca havia visto a banda ao vivo, era o que eu mais estava ansioso. Mas entendo que a banda não vinha há dez anos e precisava atualizar o público com canções da última década. Destaco também “Wireless” e “Our Solemn Hour”, esta última, a melhor performance deste show.

Summer Breeze 2024 within temptation
Foto por: Within Temptation

 


Textos por BELLAN Renatão.

Fotos oficiais do festival: EQUIPE MHERMES ARTS 

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