quarta-feira, junho 25, 2025
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Haikyuu!! | Primeiro Gole

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Haikyuu (Imagem Divulgação)

O que dizer de um dos maiores fenômenos das séries de mangá dos últimos tempos? Digo não apenas séries de esportes, mas séries de mangá como um todo, uma vez que figura sempre no topo das listas de vendas.

Essa série de vôlei estreou na Weekly Shounen Jump em Fevereiro de 2012, e em 2014 recebeu uma adaptação animada pelo estúdio Production I.G. (Ghost In The Shell, Psycho-Pass) com segunda temporada em 2015-2016. Certamente virão mais no futuro.

Não podia estar falando de nada além de Haikyuu!!, a série de mangá que pegou um esporte muito popular no mundo todo, mas pouco popular no Japão – o voleibol – e gerou aquele que é considerado, hoje, um dos mangás mais populares da Weekly Shounen Jump e um dos melhores animes de esportes da atualidade. Isso é incontestável. Em um cenário tão pobre quanto o de animes sobre voleibol – uma categoria que não conta com mais de 10 séries em toda a história, – Haikyuu!! veio e fez um sucesso estrondoso. Como isso? Vamos explorar nessa resenha o anime, mas como a adaptação é relativamente fiel, sinta-se livre para interpretar o mesmo para o mangá.

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Produção de primeira

Desde seus primeiros episódios, Haikyuu!! mostrou a que veio: com uma produção acima da média, o esperado do estúdio Production I.G, não deixou a desejar na apresentação, e ainda nos saúda com uma história muito interessante: Hinata é um jovem rapaz que tem lá uns 13 anos, e gosta muito de voleibol. Como muitos jovens que gostam muito de um esporte, esse seu amor surgiu ao ver um atleta inspirador jogando. O “pequeno gigante”, como seu ídolo era conhecido, fazia milagres nos campeonatos escolares de voleibol apesar de sua baixa estatura. Como Hinata também é baixinho, ver o pequeno gigante mandando bem no voleibol o inspirou a praticar arduamente, juntar uma equipe para participar do clube de voleibol e chegar aos campeonatos escolares. Tudo corria bem, até que sua equipe tem a moral destruída logo na primeira partida do campeonato, pelo chamado “rei da quadra”, o monstro Tobiyama – um rapaz que, não satisfeito em humilhá-los no jogo, ainda os humilha com seu jeito antisocial e palavras rudes. “Babaca de marca maior” é pouco para descrever o sujeitinho.

Hinata passa a odiar Tobiyama, naturalmente, mas não desiste do seu sonho de ser um excelente jogador de voleibol. É por isso que ao ir para o ensino médio ele decide estudar em uma escola conhecida por ser uma potência em voleibol, a Karasuno. Com os melhores jogadores e técnicos, a Karasuno é uma escola fantástica para quem quer ser um bom jogador de voleibol. Você que nunca leu ou viu Haikyuu!!, tente adivinhar quem ele encontra lá.

Tobiyama? Acertou.

Ambos demoram um pouco para processar que a) eles estão na mesma escola, e b) no mesmo clube de voleibol. E quando os treinadores percebem a rivalidade antiga deles, eles passam a ter que jogar juntos, e não vão ser aceitos no clube se não forem capazes de colaborar. E aí começa o desafio extra: não basta treinarem para serem jogadores incríveis, eles também precisam aprender a cooperar; eles precisam entender que não são mais rivais, e que vão ter que fazer uma equipe dar certo. Essa premissa engajante logo nos primeiros episódios foi o que me prendeu a Haikyuu!!. Além de acrescentar um desafio a mais à história, é algo facilmente compreensível e de fácil identificação. Como esses personagens vão se virar nessa situação complicada? Será que vão conseguir superar essas dificuldades e se tornarem uma ótima equipe? É desse tipo de relações que se faz Haikyuu!!: relações complicadas e turbulentas. Um pouco como em Oofuri – série na qual eu realmente acho que Haikyuu!! se inspirou um tantinho! – o esporte é muito importante, mas as conversas e estratégias de plano de fundo nunca são negligenciadas, e dão uma dimensão extra às partidas.

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Haikyuu!! (Imagem Divulgação)

Partidas inspiradoras

E que partidas. Haikyuu!! é uma série que sabe, eu diria, fazer um excelente uso do esporte como recurso narrativo. Vôlei é um esporte em que tudo acontece muito rapidamente, mas o preparo é intenso e por trás do que vemos sempre há muita estratégia. Em Haikyuu!!, tudo é muito rápido e dinâmico, exatamente porque o vôlei é um esporte muito dinâmico, mas com a vantagem de que acompanhamos os jogadores desenvolvendo suas estratégias de jogo para vencer, comemoramos o sucesso deles e ficamos chateados com as falhas. Como se estivesse vendo um jogo real, muitas vezes me dava vontade de gritar “ei, faz isso, não faz aquilo!”, e eles eventualmente conseguiam corrigir o que estava errado. Algumas jogadas são sensacionais, alguns episódios me fizeram chorar de emoção. A produção boa certamente ajuda nesse quesito, e dá a sensação de realmente estarmos vendo um jogo real, como em qualquer anime de esportes bom.

Por outro lado, algo que diferencia Haikyuu!! de muitas séries de esportes mais clássicas, e que provou ser uma tendência recente, é que Haikyuu!! nunca força demais, diria. Tem algumas jogadas mais fantasiosas? Tem, mas em geral as partidas são realistas. Tem alguns exageros? Às vezes, pontualmente. É dado grande destaque às histórias de fundo dos personagens, antigas rivalidades, inspirações e motivações – algo que é de grande valia na prática real de esportes. É dado grande destaque às conversas e relacionamentos – e vale notar que as “fujoshis” (vulgo: fãs de yaoi) são uma parcela imensa dessa fanbase também, porque onde tem relacionamento mais profundo e realista entre personagens masculinos, tem fujoshi, e é um fato sabido que fujoshis são uma parcela significativa dos fãs de muitas séries de esporte recentes (que tal: Free!, Kuroko no Basket, YowaPeda?). No fim das contas, tudo em Haikyuu!! é bastante equilibrado, e um certo “realismo” é um ponto forte aqui. Talvez não fosse tão interessante para muitos japoneses acompanhar uma série sobre vôlei se ela não fizesse o vôlei de verdade parecer algo legal, mas é isso que Haikyuu!! consegue fazer. O segredo do sucesso parece ter sido misturar muitos elementos sobre uma base sólida, e ver o que sai.

O que tem saído é uma série de esportes extremamente empolgante e divertida, que conseguiu ser consistente no seu nível por duas temporadas, e quiçá pela terceira que vem aí também. Haikyuu!! é a coisa mais maravilhosa desde o surgimento dos mangás? Talvez não, talvez seja um pouco superestimado sim. Mas é sem dúvida uma série que quebra muitos paradigmas de “shounenzão de esporte”, supera muitos clichês e tem méritos o bastante para ser essa potência toda. Mesmo que você não seja nenhum fã de anime de esporte, nem de voleibol, eu recomendo: dê uma chance a Haikyuu!!. É um dos melhores títulos recentes do gênero. Quem sabe você não descobre aí novas paixões?

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Cosplay Girls | Pico – Boku no Pico

Mais uma da seção Cosplay Girls, a cosplayer Hoshilily fez um ótimo trabalho como Pico, da polêmica série Boku no Pico. Para quem quiser acompanhar mais o trabalho da chinesa, acesse o WorldCosplay AQUI.

Cosplay Girls | D.Va Overwatch #2

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KanColle: The Movie | Trailer revelado

Um novo trailer foi divulgado do filme animado de Kantai Collection, que estreia ainda este ano nos cinemas japoneses.

Bleach | Live-action já tem ator e diretor divulgado

A informação veio através do site oficial e no trailer podemos ouvir o tema principal, denominado “Kikan”, de Shiena Nishizawa. KanColle: The Movie está previsto para sair no dia 26 de novembro deste ano.

KanColle: The Movie contará Shinichiro Inoue (Chefe executivo da Kadokawa Shoten) como supervisor chefe, Keizou Kusakawa (Diomedea) na direção, o autor das light novel, Kensuke Tanaka será responsável pelo roteiro, junto com Jukki Hanada (que também trabalhou na série animada). Da série, teremos também a presença de Mayuko Matsumoto e Naomi Ide no design de personagens, como também a dupla Tsutomu Miyazawa e Kota Moroishi, nos designs mecha/navios.

Fonte: Anime News Network 

 

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Overwatch | Confira o novo curta de animação “The Last Bastion”

O quinto curta animado da Blizzard, com o seu jogo Overwatch está disponível e conta a trama de Bastion.

Overwatch | Primeiro Gole

Sobre: “The Last Bastion” acompanha o autômato de batalha esquecido, Bastion, que é reativado inesperadamente depois de ficar adormecido em regiões selvagens por mais de uma década. Fascinado com seus arredores nada familiares, o curioso ômnico começa a investigar, mas logo descobre que seu centro de programação de combate parece ter uma diretriz diferente…

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Bleach | Live-action já tem ator e diretor divulgado

O live-action da popular série Bleach, tem previsão para estrear em 2018 nos cinemas.

Ex-atriz de “Malhação” será a Ranger Rosa em Power Rangers: Ninja Steel

Mais informações acerca do live-action de Bleach começaram a pipocar nas interwebs. Ainda com relação a edição número 38 da Weekly Shounen Jump, os nomes de Sota Fukushi (Toshokan Senso) e Shinsuke Sato (Gantz), foram confirmados como ator e diretor, respectivamente.

Ainda não sabemos qual e quanto da história será contada no longa, e talvez até o dia 22 deste mês teremos mais informações sobre a produção.

O último mangá de Bleach, o de número 74, será lançado no Japão em 4 de novembro. No Brasil, o mangá sai pela Editora Panini, que encontra-se no volume 69 e o anime pode ser visto na PlayTV e Netflix.

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BroadbandTV (BBTV) e Machinima confirmam presença na Brasil Game Show 2016

A Brasil Game Show (BGS), maior feira de games da América Latina, que acontece entre os dias 01 e 05 de setembro, no São Paulo Expo/SP, anunciou uma parceria com duas das principais networks no cenário de games: BBTV e Machinima. Com muitos creators e milhões de inscritos, as networks trarão para o evento alguns de seus principais influenciadores, que participarão no espaço Meet & Greet e atenderão o público gratuitamente em horários pré-determinados pela organização.

Brasil Game Show 2016: menos de 20% de ingressos disponíveis para sábado

Para a BGS 2016, as networks já confirmaram a presença de Lipão Gamer, MateiFormiga, Baixa Memória, Montalvão, Cross e Consoles&Jogos Brasil e alguns anúncios ainda estão por vir. A agenda completa, com todos os convidados e horários no Meet & Greet, está disponível em www.brasilgameshow.com.br/meet-greet/.

Sobre as Networks

A BroadbandTV (BBTV) é uma potência como network que engaja a comunidade de criadores de conteúdo audiovisual para o YouTube. São mais de 76 mil parceiros ao redor do mundo com mais de 16 bilhões de visualizações mensais. A parceria com a Brasil Game Show acontece com o Controle 2, canal exclusivo de games no Brasil.

A Machinima, uma das maiores networks focadas em games do mundo, com milhares de canais parceiros e com uma audiência de mais de 151 milhões de viewers por mês, faz sua estreia na Brasil Game Show 2016 apoiando a promoção do evento e de seus talentos através dos programas ETC Show e Inside Gaming, além dos youtubers parceiros que estarão presentes no Meet & Greet, uma atração gratuita dentro do evento.

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Biblioteca Parque Villa-Lobos promove oficina de quadrinhos com Fábio Moon

A Biblioteca do Parque Villa-Lobos, instituição da Secretaria da Cultura do Estado, promoverá nos dias 20 e 21 de agosto, sábado e domingo, a oficina Como Contar Uma História… Em Quadrinhos, ministrada pelo quadrinista Fábio Moon – recentemente premiado ao lado de seu irmão, Gabriel Bá, na categoria “melhor adaptação de outro meio”, do Eisner Awards (considerado o Oscar os quadrinhos), com a HQ Dois Irmãos. O objetivo é desmistificar as dificuldades e facilidades de desenhar uma história em quadrinhos, estimular a capacidade criativa e narrativa dos participantes e esclarecer dúvidas sobre a profissão.

Eisner Awards | Gabriel Bá e Fábio Moon levam prêmio por “Dois Irmãos”

Moon apresentará a linguagem dos quadrinhos e auxiliará os participantes a explorarem quais as melhores maneiras de contar cada história. Tudo isso a partir de exemplos e exercícios que serão propostos ao longo dos encontros e partindo tanto de roteiros fechados e abertos.

Indicado para maiores de 16 anos, a Oficina será realizada das 14h30 às 17h30 e para participar basta se inscrever pelo email agenda@bvl.org.br até o dia 18 de agosto. Não é preciso saber desenhar, embora os exercícios envolvam o desenho.

Fábio Moon
Formado em licenciatura em Artes Plásticas pela FAAP, criou em 1997 o fanzine “10 Pãezinhos” com o irmão gêmeo Gabriel Bá, que recebeu o prêmio HQ Mix de melhor fanzine e de artistas revelação em 2000, ano em que lançaram seu primeiro livro, “O Girassol e a Lua”. Por quase 20 anos, tem produzido Quadrinhos para o mercado brasileiro e internacional e seus trabalhos já foram publicados em doze idiomas. Seu último livro continuando a parceria com o irmão, “Dois Irmãos”, adaptação para os Quadrinhos do romance de Milton Hatoum, já foi lançado no Brasil, França, Estados Unidos e Itália. Seu próximo livro com Gabriel Bá é a adaptação do conto “How to Talk to Girls at Parties”, de Neil Gaiman.

SERVIÇO

Como Contar Uma História… Em Quadrinhos
Data: 20 e 21 de agosto, sábado e domingo.
Horário: 14h30 às 17h30.
Local: Biblioteca Parque Villa-Lobos – Avenida Queiróz Filho, 1205, Alto de Pinheiros.
Telefone: (11) 3024-2500.
Funcionamento: de terça a domingo e feriados, das 9h30 às 18h30 horas.

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Ookiku Furikabutte (Big Windup!) | Primeiro Gole

O que acontece quando uma jovem aspirante a mangaka, que escreveu alguns seinen de romance e BL aqui e ali, e por acaso foi jogadora de baseball (ou, para ser mais exata, softball) na escola e é psicóloga do esporte, resolve unir seus interesses em um mangá seinen? Se essa jovem for Asa Higuchi, acontece Ookiku Furikabutte, um mangá posteriormente adaptado em uma das mais clássicas séries de anime sobre baseball de todos os tempos.

Lançado inicialmente em 2004 na revista seinen Afternoon, o excêntrico mangá de baseball com uma fórmula extremamente doce e sentimental deu tão certo que acabou sendo adaptado em uma série de anime de 25 episódios em 2007, ganhando uma segunda temporada de 13 episódios em 2010, e continua a ser lançado mensalmente até hoje.

Mais um mangá de baseball?

Quem tem interesse em anime e mangá de baseball deve conhecer a versatilidade dos temas nessas séries. Para falar apenas em séries de baseball adaptadas em animes populares, temos desde shounenzões longuíssimos, como Major (atualmente com 83 volumes) e Diamond no Ace (com 47 volumes lançados ao longo de nove anos), passando por séries com personagens mais adultos e teor mais psicológico, como One Outs (o famoso “sucessor espiritual” de Kaiji e Akagi), até verdadeiros novelões como Touch – todos muito populares por motivos muito justos. Mas afinal, qual foi a fórmula mágica do sucesso para Asa Higuchi se destacar em meio a essas séries?

Ookiku Furikabutte é à primeira vista muito simples, muito singelo. Ren Mihashi é um garoto recém-ingressado no ensino médio, que jogava baseball no ensino fundamental, mas era o verdadeiro “pato” da equipe e, apesar de ser o arremessador principal, seus lançamentos tortos e mal-calculados nunca conseguiram levar a equipe da sua escola a uma vitória. Ele passa a sofrer bullying, e acaba por ingressar no ensino médio em uma outra escola, procurando recomeçar uma vida longe do baseball. Infelizmente para ele, o pessoal do clube de baseball acaba descobrindo o seu histórico e convidando-o para fazer parte do clube. É muito temeroso – como sempre – que Mihashi passa a fazer parte do clube de baseball do colégio Nishiura, que ao longo dos 38 episódios e 24 volumes (até agora) da série passa por uma série de competições tendo como objetivo vencer o famoso campeonato de baseball escolar japonês, o Koushien – literalmente a meta de todo clube de baseball escolar no Japão.

Ookiku Furikabutte, volume 1 (Capa Divulgação)
Ookiku Furikabutte, volume 1 (Capa Divulgação)

Muito próximo do cotidiano escolar

Só por aí já podemos notar alguns dos pontos de destaque de Ookiku Furikabutte. Similarmente a um Cheer Danshi da vida, Ookiku Furikabutte é uma história muito realista – você realmente sente que está acompanhando garotos adolescentes de verdade, em suas perdas e vitórias, medos e desafios, situações de bullying e agressão e momentos de descontração, todo um universo muito comum a todo mundo que sabe como funciona o ensino médio. Tem estudante se matando de estudar para não ficar de recuperação e ter que parar de jogar (caham, Mihashi), estudante um pouco empolgado demais com suas descobertas sexuais (caham, Tajima), estudante bully que se acha demais e traumatiza os amiguinhos (caham, Haruna), e todo estereótipo de adolescente imaginável. Isso não é sem motivo: a autora chegou a se infiltrar em reuniões de pais de escolas (!) para conhecer de perto a realidade de um clube de baseball de uma escola real, quando da época em que o mangá começou a ser escrito, e esse gostinho de realidade é definitivamente um dos atrativos de Ookiku Furikabutte.

Ao mesmo tempo, o outro ponto forte de Oofuri, como é chamado pelos fãs, é sua ternura e delicadeza. Em todos os sentidos: apesar de baseball não ser exatamente visto como um esporte muito terno ou delicado, a escolha da autora de usar essa estética não apenas destaca a arte de Oofuri – com suas inconfundíveis bochechas sempre coradas que chegam a irritar alguns leitores, olhões e rostos redondos de adolescentes mirrados – como também acentua essa parte mais realista da série. E talvez por isso o background de psicóloga do esporte de Asa Higuchi agregue à série: porque ainda que a série retrate muitas competições, treinamentos e discuta muito a parte técnica do baseball – eu confesso que aprendi quase tudo que sei da parte técnica do baseball com as lições de Oofuri! – ela nunca se resume a isso.

De fato, tudo que acontece depende muito da condição física e psicológica dos jogadores. Às vezes eles perdem e se sentem arruinados por várias temporadas. Às vezes eles jogam contra pessoas que não gostam, e isso os afeta. Às vezes eles se lesionam no momento mais crucial da partida. Como na vida, nem sempre o melhor jogador ou equipe ganha. Eu ficava realmente empolgada acompanhando as partidas de Oofuri, porque era como se a autora rolasse um dado para decidir quem ia vencer – nunca dava para adivinhar o resultado de uma jogada ou partida. A parte mais interessante é exatamente o: “e depois, como é que fica?”. Ainda que obviamente tenha arcos, a história de Oofuri flui muito naturalmente e todos os eventos estão muito conectados; há realmente uma progressão de todos os jogadores, não somente os principais, alguns são trocados no meio da história, e assim por diante. E todos, sem exceção, passam por muitas tribulações na estrada rochosa rumo aos seus objetivos e a uma vitória no Koushien.

Relacionamentos e humor

Falando no destaque para os personagens e eventos, os relacionamentos dos personagens também são essenciais em Oofuri, e, bem, não é a toa que as fujoshis apelidaram a série de “gayseball” – e essa fama acaba afastando muita gente também. Apesar de não ter realmente nenhum BL e ser uma série que qualquer pessoa pode curtir, trata-se de um jogo de clubes masculinos com vários amigos e muito subtexto – entre arremessador e catcher, especialmente, de “vamos nos entender muito bem!” – então o ship é livre e as fujoshis rapidamente pegaram isso. Mas mesmo sem levar isso em conta, há algo de muito divertido nos hábitos e sentimentos dos personagens – a ansiedade social de Mihashi, que treme sempre que vê algum bully da sua antiga escola, ou a tensão entre Abe e seu antigo pitcher Haruna são alguns exemplos de como as relações na série são complexas e divertidas de se acompanhar. O humor e o tom leve da série certamente são outros de seus pontos de destaque, e entre uma e outra competição acirrada não faltam acontecimentos espontâneos e divertidos.

O mangá de Oofuri, atualmente no capítulo 132, ainda está em andamento, e ainda não é certeza se haverão mais temporadas do anime – e nem mesmo dá para adivinhar se eles vão afinal ganhar o Koushien ou não algum dia. Ainda assim, eu não posso deixar de recomendar essa série cujos personagens e sonhos extremamente envolventes me renderam rapidamente, que me fez virar fã de baseball antes que eu pudesse me dar conta, e que mesmo depois de anos sem ler um capítulo posso escrever com propriedade sobre. Porque Oofuri é ridiculamente envolvente, e é impossível não torcer por aqueles jovens garotos com grandes sonhos, dispostos a sacrifícios para se superarem, enfrentando não só os competidores de outras escolas como também seus fantasmas pessoais.

Assim, se o que você quer é um bom anime/mangá – fofíssimo – de baseball, ou ainda conhecer mais sobre um esporte novo através do olhar de jovens estudantes tão complexos quanto determinados, Oofuri é uma excelente pedida para você.

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