O cinema nacional é uma eterna balança, de um lado produções realmente bem feitas, histórias interessantes, abordando não só no gênero de humor como algo mais profundo, realidades adaptadas em tela, cinebiografias e muitos outros filmes que provam que o Brasil consegue fazer coisa boa para o cinema.
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Porém, o outro lado se resume em comédias clichês que se repetem ano após ano, infelizmente esse lado da balança ainda pesa mais e agora se destaca com mais um filme onde Leandro Hassum é o protagonista, mas por ser um ator que o público gosta, será defendido com unhas e dentes, igual Adam Sandler é defendido até hoje por quem ignora a realidade.
Uma Chuva de Risadas
Antes fosse chamado de mais uma comédia nacional, até poderia ser agradável para uma minoria do público, o problema é assistir o mesmo Leandro Hassum de sempre visto inúmeras vezes em seus filmes, o ator em papéis humorísticos é sempre uma chuva de risada, e nesse filme não é diferente, pois ele é muito bom ator dentro desses padrões, mas nesse filme foi algo tão extrapolado e repetido que te faz esquecer por alguns instantes a simplicidade que aparentava ser o roteiro.
Uma história comum atropelada por piadas de loira burra, gordo rolha de poço, mulher gostosa e homem com pênis pequeno, só faltou desdenhar de religião, o que faltou pouco, piada com preto e com gay, pode parecer mimimi para quem está lendo, mas conhecendo Leandro Hassum por outros filmes, e até por seus stand ups, foi repulsivo ver ele fazer esse tipo de humor em um tempo que não cabe mais fazer; porém, o problema da ruindade não está no tipo da piada e sim no contexto geral do alívio cômico. Ele sobressai em todo momento e te faz esquecer que aquilo é um filme, parece um episódio de Zorra Total, Praça é Nossa ou qualquer programa de humor já visto na TV aberta sem cabeça que divertia a massa – mesmo sendo Globo ou não.
Trama que não te prende…
O pouco do filme que se tenta assistir não te prende, busca construir a trama de romance desconstruído, onde parece um amor feliz, mas o homem ou mulher é um canalha, ao invés de apoiar um segundo parceiro para trabalhar a ideia de “o verdadeiro está ao lado e você não percebeu”, aqui se vê a construção do amor próprio, que não vale buscar alguém por carência, na sofrência ou voltar com o ex só porque sente alguma coisa por ele.
Por mais clichê que seja, o filme sabe desenvolver isso bem, se apoia em um clichê ou outro, se tornando uma história bem fraca, mas aceitável diante a um filme de comédia, pois o objetivo é a diversão, as risadas, aqui se têm uma forçação de barra tremenda para fazer as pessoas rirem e a única emoção trazida aqui é a tristeza crescente ao assistir esse filme, talvez com humor um pouco mais controlado do que esse stand-up ambulante, o filme se mostraria melhorzinho.
Sandler e Hassum
Um filme com Leandro Hassum como protagonista é o argumento de muitos que o filme será bom e engraçado, igual os do Adam Sandler. Como ele têm uma vasta lista de filmes engraçados, qualquer filme do ator americano que esteja no elenco é abraçado pelo público sem medo.
Mas poucos admitem que a “fase” de Adam Sandler passou já faz alguns anos, e dizer que seus filmes atuais são bons. Perdão, mas seu conceito de comédia é bem baixo. Se pegar toda a sua carreira que começou desde 1989 até o presente, verá que 10% dos filmes dele se salvam, dentro dessa porcentagem têm aqueles filmes que são iguais, praticamente elenco e roteiro idênticos, só muda o figurino, provam do talento de Adam Sandler, mas também mostra que seu tipo de humor já deu o que falar.
Leandro Hassum está no caminho certo de ser chamado de Adam Sandler brasileiro, ele já foi bom um dia, mas seu tempo passou, as pessoas gostam por saudosismo de outros filmes, mas criticar a ruindade atual desses atores é ofender a uma fanbase que só mostra questionável o gosto pessoal por comédias.
Mudar de fórmula?
O Amor dá trabalho é aquela típica comédia nacional que coloca em estado de urgência uma questão que os Estados Unidos conseguiu diminuir em suas produções, está na hora de mudar a fórmula dos filmes de comédia para algo melhor desenvolvido em roteiro, ou ousar com algum plot fora dos padrões.
Ficar entregando o mesmo tipo de filme é o pingo que transbordou o copo, diante a outras grandes produções, esse novo filme de Lenadro Hassum é algo para esquecer que foi feito.